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Kid Icarus Uprising

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

12/04/2012 17h04

Mesmo com pequenas falhas nos controles de câmera nas fases a pé, "Kid Icarus: Uprising" é um jogo incrível e mais um testemunho do grande poder do Nintendo 3DS.

Os gráficos das fases impressionam, com diversos elementos na tela ao mesmo tempo, cores vibrantes, movimentos frenéticos e nenhuma queda de velocidade. O tiroteio incessante brilha nos ares e tropeça na confusa câmera, controlada pela tela de toque, mas não perde o charme.

Para completar, "Uprising" segue a cartilha de "Super Smash Bros. Brawl", feito pela mesma equipe, e apresenta uma tonelada de atividades extras, como fusão de armas, coleta de estatuetas, lutas com cartas de Realidade Aumentada e a opção de jogar novamente as fases com mais inimigos e dificuldade maior para conseguir equipamentos melhores e mais raros.

Introdução

"Kid Icarus: Uprising" marca o retorno definitivo do anjinho Pit e uma série que ficou mais de 20 anos esperando por uma verdadeira continuação, desde que estreou no bom e velho Nintendinho.

Mais do que isso, "Uprising" foi também o primeiro jogo da Nintendo mostrado para o portátil Nintendo 3DS e, portanto, carrega consigo muitas das promessas e expectativas sobre o potencial do aparelho.

Enfim, "Uprising" aparece como um jogo de ação bem ao estilo "Star Fox Assault", do GameCube: metade das fases acontece no ar, com o caminho do herói automático e para o jogador só a tarefa de mirar, atirar e desviar de ataques. A outra parte envolve descer ao chão e andar com o herói por níveis diversos, enfrentando monstros e chefões e coletando armas pelo caminho.

Pontos Positivos

Gráficos

O pequeno 3DS tem mostrado serviço nos últimos meses. Ao lado de "Super Mario 3D Land" e "Resident Evil: Revelations", "Kid Icarus: Uprising" ganha espaço entre os jogos mais bonitos do aparelho, em especial pelas sequências alucinantes de tiroteio pelos ares, em que cores e inimigos mil pulsam pela tela sem uma única queda de velocidade - mesmo com o efeito 3D ligado.

Clima de desenho animado

Durante as fases, o herói Pit conversa o tempo todo com a deusa Palutena, sua musa, e também com outros personagens que apareçam pelo caminho, seja eles aliados ou vilões. O bacana desses diálogos é que são todos leves e bem humorados, conferindo um jeitão de desenho animado ao game. O trabalho é equilibrado, feito para agradar a molecada, mas sem ficar boboca demais a ponto de irritar adultos.

Agenda lotada

A aventura principal de "Uprising" já oferece uma boa refeição: são mais de 20 fases, cada uma com cerca de 15 minutos de duração. Mas isso é só a cobertura do bolo. Fora dos níveis é possível investir horas e horas estudando armas, combinando-as para formar outras mais potentes, combinando poderes especiais para usar durante as batalhas.

Outras missões paralelas são obter os ídolos, pequenas estatuetas dos personagens do jogo e também realizar lutas por cartões de Realidade Aumentada (alguns vêm com o jogo, mas é possível adquirir mais em eventos da Nintendo ou simplesmente imprimindo imagens escaneadas na internet).

Também há dezenas de conquistas dentro do jogo, que concedem itens diversos, de armas e corações (a moeda virtual de "Uprising) até canções para ouvir a qualquer momento.

Para fechar, há o medidor de intensidade, que funciona como uma aposta antes de cada fase: quanto maior a intensidade, inimigos em maior quantidade e dificuldade aparecem, mas os itens obtidos também são melhores e mais raros. Por si só, isso já garante um alto nível de replay para o game, já que instiga a curiosidade voltar a uma fase já batida, mas com intesidade maior, para tentar descolar uma arma rara ou poder bacana para melhorar seu arsenal.

Quem for fã de disputas online ainda pode embarcar em duelos, seja em equipe ou cada um por si. A conexão é eficiente, oferecendo partidas com poucos atrasos, e o modo online ainda é uma maneira de exibir todos os equipamentos bacanas que você ganhou durante a aventura, mas a bagunça é tanta que perde boa parte do carisma e refino da aventura solo.

Pontos Negativos

Controles

Por mais polido que seja, "Kid Icarus: Uprising" tem um Calcanhar de Aquiles bem dolorido: os controles de câmera ao controlar Pit no chão. Quando o anjinho voa, tudo é perfeito: o game se encarrega da progressão do menino e cabe a você desviar de ataques e mirar e acertar inimigos.

Ao descer para o chão é necessário também andar com Pit e, portanto, movimentar a câmera. Isso é feito com riscos na tela de toque, que continua movimentando a mira. Por mais que a prática ajude a ter certo domínio, jamais a configuração fica confortável. Sempre fica a sensação de que a mira poderia ser mais rápida ou a câmera mais distante ou algo similar.

Outro ponto problemático é no próprio caminhar de Pit. Ao movimentar rápido a alavanca analógica para certa direção, Pit desliza rapidamente para lá. O problema é que o controle é muito sensível e, às vezes, você quer apenas andar e Pit dá sua corridinha - o que muitas vezes resulta em cair num buraco ou pular fora da plataforma em que se está andando.

Para ajudar, "Kid Icarus" inventa um inusitado suporte de plástico, que serve para apoiar o 3DS em superfícies fixas e vem de brinde com o game. De fato, o periférico ajuda a cansar menos a mão e ter mais segurança na mira e movimentos, mas convenhamos: ter um suporte para apoiar um videogame portátil em uma superfície plana e fixa não deixa lá ele muito portátil, não é?

Nota: 9 (Excelente)