Topo

Ridge Racer 3DS

ANDRÉ FORTE

Colaboração para o UOL

11/07/2011 12h35

Visual inconsistente, capenga, fácil e com uma qualidade geral abaixo até do seu único rival, "Asphalt 3D", "Ridge Racer" ainda consegue divertir graças a sua mecânica e boa quantidade de pistas e carros para descobrir. É uma pena que quesitos técnicos atrapalhem a estreia da série no 3DS. Na pressa de lançar o game em sintonia com o lançamento do portátil, a Namco quase chegou ao pódio, mas acionou o nitro na hora errada e acabou derrapando.

Introdução

Console novo, "Ridge Racer" novo. Desde o lançamento do primeiro PlayStation, a Namco não perde a oportunidade de lançar um título de sua famosa franquia de corrida para novos consoles. Dessa vez, quem entrou na festa foi o 3DS, o portátil da Nintendo que recebe um jogo cujo objetivo é unir a mecânica incomparável de derrapagens do jogo com elementos inéditos, como o próprio visual em 3D. A expectativa para o jogo era grande, já que o último título da série lançado para o DS anterior deixou muito a desejar.

Pontos Positivos

Espírito de "Ridge Racer"

Por sorte, apesar de todos os problemas técnicos, o jogo ainda conta com o espírito de "Ridge Racer". Circuitos clássicos como Seaside Route 765 (do primeiro jogo) ou Sunset Drive (de "Ridge Racer Revolution") ganharam nova vida no 3D e junto a elas, há pistas de diferentes títulos da série, como "Rage Racer", "Rave Racer" e até títulos mais atuais, como "Ridge Racer 6" e "7", além de circuitos originais e muito interessantes. Os carros, apesar de feios, marcam o retorno de clássicos como o Fiera, o icônico carro vermelho e verde do primeiro game, além de veículos modernos e mais globalizados, como clones de muscle cars americanos. Tudo isso é apresentado em um esquema clássico de desbloqueio de conteúdo conforme o jogador progride no mapa, como todos os títulos da série desde "Ridge Racer Type-4".

Efeitos 3D

O visual dos cenários muda da água para o vinho quando o 3D do portátil é ativado. Com a sensação de profundidade expandida, até os efeitos de luz e sombra das paisagens se tornam mais naturais. As ultrapassagens, apesar de fáceis, ficam mais bonitas e os saltos chegam a arrancar suspiros ao permitir uma visualização detalhada de boa parte da pista. Some isso aos belos efeitos de gotículas de cachoeiras, folhas e flores de cerejeiras de árvores que voam em direção à tela quando o carro chega próximo desses pontos.

Mecânica

A mecânica do jogo é a principal responsável por salvar o jogo do fiasco completo. A tradicional busca pelas curvas perfeitas através dos drifts continua intacta, bem como o carregamento do nitrogênio após essas derrapagens. O mais interessante, porém, são as adições à mecânica de "Ridge Racer 3D" Agora, cada carro conta com até 4 opções de evolução (Type-S, Type-R , Type-Z e Type-EX), com níveis graduais de velocidade final e torque.

O nitro também conta com oito diferentes opções, como o 'Hi-Nitrous', que é mais poderoso que o tradicional, mas gasta mais barra e o 'Auto-Charge', que carrega automaticamente esse nível. Além disso, o drift pode ser acessado em duas configurações: a tradicional chamada de 'Standard' e o 'One-Button', em que o acionamento é feito com um botão específico.

Pontos Negativos

Fácil Demais

Ah, que saudades dos "Ridge Racer" do PlayStation, em que as disputa na pista eram ferrenhar, o tempo limitado e corredores como o carro negro representavam noites mal dormidas. É fato que o 3DS é um console para um público amplo, mas a Namco exagerou na facilidade. Os carros do pelotão de trás correm muito mais do que os dos líderes, a inteligência artificial dos oponentes é inexistente e a corrida fica previsível. Após algumas provas o jogador até perceberá a progressão praticamente automática de posições, em que até o final da 2ª volta se atinge a quarta colocação, e na última, bem... O pódio estará garantido.

Carros mal modelados

Os cenários são bonitos e transmitem toda a emoção de se dirigir em Ridge City, mas a marca registrada da franquia sempre foram os carros. O que não dá para entender é o que a Namco fez para entregar carros tão mal modelados para o padrão visual do 3DS. Os polígonos são serrilhados, há emendas de peças soltas e o pior – um efeito de reflexo dos cenários em tempo real que seria lindo, se não fosse representado por pixels estourados.

Multiplayer limitado

Se o modo solo não oferece grandes desafios, a saída é apelar para o multiplayer, certo? Errado! É frustrante saber que um portátil com apelo social tão forte quanto o 3DS recebeu um "Ridge Racer" que não permite rachas via internet. O máximo que se consegue é jogar contra até quatro amigos no modo de rede local via wi-fi. 

Baixa sensação de velocidade

Ok. Todo fã de "Ridge Racer" sabe que a velocidade do jogo é gradual e, via de regra, ele começa muito lento devido à baixa potência dos carros iniciais. O problema é que mesmo com carros da categoria 2, que teoricamente atingem mais de 300km/h, a sensação de velocidade do jogo não condiz com o que o velocímetro está mostrando. 

Nota: 6 (Razoável)