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007: Nightfire

10/01/2003 16h51

Depois do lançamento de "Goldeneye" (filme e jogo), a popularidade de James Bond voltou com força total. A introdução de Pierce Brosnan como 007 e o talento da britânica Rare devolveram a qualidade que a série merecia. Só que o preço da fama foi alto: a Electronic Arts usou seus amplos recursos econômicos para tomar a licença das mãos da Nintendo, e seus esforços não conseguiram reproduzir a excelência do jogo de Nintendo 64.

Numa tentativa de colocar a série novamente nos trilhos, a EA recrutou mais uma vez a experiente empresa britânica Eurocom, que recebeu carta branca para criar sua própria trama, ao invés o filme "Um Novo Dia para Morrer". Essa liberdade foi de grande valia para a empresa, que pode usar a imaginação e não ficou presa às exigências de ser fiel ao longa metragem. Os acontecimentos vistos em "Nightfire" são típicos das aventuras do agente secreto (com direito a um vídeo de abertura que vai deixar os fãs da série impressionados): se infiltrar em um castelo coberto de neve, participar de uma festa glamurosa, trocar tiros com toda sorte de capangas... e até reencontrar alguns velhos inimigos!

Adaptação apressada

Infelizmente, a versão para PC, adaptada pela Gearbox, perdeu algumas fases presentes nos consoles, como a de direção e uma em um helicóptero. Essas divertidas intermissões ajudaram bastante nas demais versões, e fazem falta no game. O que sobra é um jogo de tiro em primeira pessoa bastante medíocre, mas repleto de referências interessantes ao espião britânico - você ganha pontos extras ao realizar alguns objetivos típicos do herói, incentivando a criatividade e exploração. Algumas fases até permitem que você tente duas soluções diferentes (normalmente uma mais agressiva e uma mais furtiva). Um dos pontos fortes é uma grande biblioteca de aparelhos desenvolvidos por Q: chaves com taser, celulares com arpéu, relógios com laser para arrombar porta, óculos de raios-x - cada um destes abre muitas portas na aventura e fazem o jogador mergulhar na pele de Bond.

O grande problema é que a qualidade geral do jogo deixa muito a desejar. As missões são razoavelmente simples (os objetivos são os mesmos em todas as dificuldades, ao contrário de "Goldeneye"), e a inteligência artificial dos inimigos é terrível. Logo na primeira fase do jogo, foi possível fazer com que eles fossem atropelados por um caminhão que andava a 20km/h, seis vezes seguidas, em diferentes dificuldades. Alguns seguem o jogador como se estivessem bêbados, e alguns se rendem sem motivo aparente. Some isso ao design repetitivo e simples do jogo e o resultado é um game que luta bravamente para manter sua atenção com toda a atmosfera do herói de Ian Fleming, mas acaba falhando mais cedo ou mais tarde.

Para fãs e espiões profissionais

Nota: 6 (Razoável)