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Aces of the Galaxy

10/06/2008 17h43

Jogos de tiro espaciais, que foram febre entre as décadas de 80 e 90, talvez por influência de "Asteroids", um dos primeiros jogos já desenvolvidos, estão cada vez mais escassos, principalmente os que fogem um pouco ao estilo de rolamento de tela e adotam uma mecânica e visual em 3D. "Aces of the Galaxy", para Xbox Live Arcade, é um desses, que tenta cativar o jogador colocando-o em batalhas espaciais cheia de ação e velocidade, mas peca pela falta de variedade e uma mecânica rala, ainda que consiga impressionar em determinados momentos.

Fórmula velha, cara nova

Destruição nervosa no espaço
A primeira coisa a se notar ao jogar "Aces of the Galaxy" é o capricho que a produtora Artech Studios teve com o visual do jogo, que está acima da média para jogos de baixo orçamento. Além das naves bem modeladas, há uma série de efeitos visuais de explosão, velocidade e detalhes que chegam a impressionar o jogador em determinados momentos. Contudo, ainda há aquela sensação de que o título carece de identidade e que tudo é genérico demais.

A mecânica é remanescente de "Star Fox", isto é, com a câmera acompanhando a nave por trás, seguindo um trajeto pré-definido mas ainda dando ao jogador uma certa liberdade de movimentos. Contudo, diferentemente do jogo da Nintendo, a ação é frenética, com inimigos surgindo constantemente de todos os lados. E então surge uma série de problemas.

O primeiro deles é que você têm a fria sensação de controlar uma simples mira pela tela, e não de estar pilotando uma nave, visto que você precisa focar sua atenção aonde está atirando. O segundo é o comportamento dos inimigos. Com excessão da resistência de cada tipo de nave, todos seguem o mesmo padrão: surgem em grupos, formando desenhos no espaço, atiram e vão embora, como se fosse uma espécie de "Space Invaders" em 3D. Raramente você enfrenta algum tipo diferente de nave, fazendo com que em alguns minutos você perceba o quão repetitivo o jogo pode ser. Batalhas contra chefes, que poderiam dar uma variada na ação, ficaram completamente de fora.

O terceiro problema é o esquema de controle, impossível de modificar, que obriga o jogador a pressionar o botão A incessantemente para atirar, o que pode ser bastante exaustivo. Para se ter uma idéia, após alguns minutos de jogo, você sentirá necessidade de pausar o jogo para descansar o polegar.

"Navinha" tradicional

Felizmente o arsenal traz ainda mísseis teleguiados que são lançados após o jogador passar a mira por cima de uma seqüência de inimigos e os torpedos, que têm um alto poder de destruição, mas são lentos e demoram para carregar. Cada um deles possui dois níveis de evolução, feita através de itens espalhados pelo trajeto da fase. Porém, além de haver pouca diferença na evolução das armas, ao passar de fase elas voltam ao nível padrão. A habilidade de desacelerar o tempo, permitindo ataques mais precisos e velozes, mal acaba afetando a mecânica, de tão pouco funcional que ela é na prática.

É nítida a influência dos jogos de arcade aqui, como a divisão de fases, o número de vidas limitadíssimo, placares de pontuação e a impossibilidade de salvar sua partida, o que pode ser bastante frustrante. Portanto, se a idéia é terminar o game (o que pode ser uma tarefa difícil e demorada, pois são 25 fases de aproximadamente cinco minutos cada), você deve fazê-lo de uma única vez. Se suas vidas acabarem, você volta ao menu principal, lhe restando re-começar o jogo.

Se por um lado o audio reserva músicas eletrônicas muito boas e cativantes, que mudam de tom de acordo com a ação, os efeitos sonoros são repetitivos demais e incomodam, principalmente por causa do irritante som de laser da arma principal, que é usada constatemente.

Nota: 6 (Razoável)