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Anno 2070

PABLO RAPHAEL

da Redação

29/12/2011 15h38

A Ubisoft acertou em cheio ao levar "Anno" para o futuro: o belo visual do jogo é apenas um dos detalhes que vai prender a atenção do jogador por muitas horas. As árvores tecnológicas e disputas sociais são ótimos desafios para os fãs de estratégia e gerenciamento. Mais ainda, "Anno 2070" traz uma importante mensagem sobre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, sem nunca ficar chato para passar seu recado.

Introdução

"Anno 2070" leva a série de administração urbana da Ubisoft para um futuro não tão distante, onde, após um cataclisma ambiental, você precisa reconstruir a sociedade desenvolvendo tecnologias sustentáveis ou consumir os recursos naturais e lidar com as consequências. Ainda que seu desenrolar seja em tempo real, "Anno 2070" é um jogo de estratégia nos moldes de "Civilization", em que evoluir suas cidades e resolver conflitos internos é mais importante do que guerrear com os vizinhos.

Pontos Positivos

Ambientação

Em 2070, a humanidade se recupera de uma catástrofe ecológica e os recursos naturais convencionais são escassos. Para manter o ritmo do progresso, as nações passam a explorar o fundo do mar. É nesse futuro plausível que você deve erguer seu pequeno império, disputando recursos com países vizinhos e pesando sempre o impacto econômico e ambiental de suas escolhas.

Acabamento de primeira

Desde a tela inicial, com a Terra vista do espaço por um satélite até suas cidades submarinas, a ambientação de "Anno 2070" é reforçada pelo visual futurista de suas máquinas e edificações, muito bem detalhadas, com construções ao estilo art déco cercados por fábricas e destilarias. A trilha sonora complementa a atmosfera de ficção-científica do jogo de estratégia e ajudam a envolver você por horas e horas no gerenciamento e expansão de suas colônias virtuais.

Conflito social

Em "Anno 2070", há duas facções opostas, que são controladas pelo jogador: de um lado, estão os Ecos, que consomem produtos saudáveis, usam energia "verde" e promovem um crescimento lento mas sustentável da sua sociedade. Do lado oposto, estão os Tycoon, um grupo mais preocupado com a produção industrial do que com a preservação do planeta, que consome champagne e "junk food" e abusa dos recursos naturais mais tradicionais em troca de um crescimento econômico acelerado.
 

Além dos grupos opositores, há uma terceira facção, a Tech, formada por cientistas que dão suporte ao seu trabalho com pesquisa de novas tecnologias, como, por exemplo, a capacidade de criar colônias submarinas.
 

O diferencial de "Anno 2070" está no fato de que você não precisa escolher uma facção em detrimento de outra, nem lutar pela supremacia ecológica ou industrial. Aqui, seu objetivo é encontrar um meio termo, pesando suas decisões e usando os recursos de cada grupo social com parcimônia. Só assim você consegue liberar todas as opções tecnológicas, tão importantes para evoluir seu império.

Desenvolvimento sustentável

Cada facção de "Anno 2070" tem suas próprias vantagens e unidades exclusivas e lidar com as consequências ambientais que surgem durante o jogo é parte importante da diversão. Escolher com cuidado cada nova tecnologia ou a hora certa de instalar uma destilaria são exemplos de situações que exigem a atenção do jogador. Como em outros jogos da série "Anno", o combate com nações estrangeiras é bastante simplificado e não é nem de longe o foco do jogo: o importante aqui é desenvolver a sua sociedade, equilibrar as forças entre as facções e evoluir constantemente.
 

De fato, a bem feita campanha principal é divertida de jogar e ensina a controlar os vários elementos de "Anno 2070", mas o jogo é melhor aproveitado no modo "Continuous Play" em que você não tem as pausas da história e só precisa se preocupar em evoluir e desenvolver seu pequeno império futurista.

Mini-campanhas

Para quem prefere perseguir um objetivo específico, uma boa opção em "Anno 2070" são os New World Events, mini-campanhas que são disponibilizadas online através do U-Play, a rede da Ubisoft. Os New World Events são mini-campanhas, cenários fechados compostos por uma série de missões que podem ser cumpridas com algumas horas de jogo.
 

Assim como outros jogos da distribuidora francesa, é preciso uma conta U-Play para jogar "Anno 2070", mas aqui, você não é expulso do jogo quando está desconectado da internet.

Pontos Negativos

Interface complicada

Mesmo veteranos de jogos de estratégia como "Civilization", "Age of Empires" e "StarCraft II" devem passar pela campanha de "Anno 2070", para aprender seus conceitos e como usar suas unidades e tecnologias. A curva de aprendizado de "2070" é bastante exigente, o que pode afastar muitos jogadores.
 

E mesmo depois de dominar suas técnicas de gerenciamento, na prática "Anno 2070" ainda pode deixar o jogador confuso: você precisa construir uma estrutura que não aparece no menu de construções, por exemplo. O jogo não informa que ela é uma subestrutura de outro edifício.

 

Pedidos constantes para resgatar pessoas ou garantir que uma fonte de recursos naturais não caía nas mãos de inimigos, diplomacia e até mesmo localizar uma unidade específica em sua ilha, cada vez mais abarrotada de edifícios, fábricas e outras unidades... não são poucos os desafios que poderiam ser resolvidos mais rapidaemente por uma interface mais intuitiva.
 

São detalhes que não estragam  o envolvimento e a diversão de gerenciar as cidades do game, principalmente para quem já aprecia o gênero. Mas ao mesmo tempo, a interface complicada de "Anno 2070" é um desafio extra para os recém-chegados, marinheiros de primeira viagem em busca de um bom jogo de estratégia em tempo real.

Nota: 9 (Excelente)