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Diablo III: Reaper of Souls

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

07/04/2014 17h35

"Reaper of Souls" é a prova máxima do trabalho pesado que a Blizzard realizou para aprimorar e, para muitos, ressucitar "Diablo III".

A expansão aproveita todas as mudanças em mecânicas pelas quais o RPG passou nos meses antes de seu lançamento e dá sentido a elas, com um viciante sistema que cria  novas aventuras e desafios para os jogadores experientes.

Livre da infame Casa de Leilões, recompensa os aventureiros com itens poderosos, fechando o ciclo compulsivo de massacrar monstros, demônios e botões do mouse em troca de experiência e tesouros.

Introdução

Expansão de "Diablo III", "Reaper of Souls" é o clímax nas transformações pelas quais o game passou nos últimos meses, acrescentando muito conteúdo na forma de uma classe inédita, um novo Ato para a campanha e principalmente, o modo Aventura e os Nephalem Rifts.

Com esses dois componentes, finalmente "Diablo III" tem um 'end game', um elemento capaz de segurar os jogadores por muitos meses depois de concluir a trama em todas as dificuldades possíveis.

Vale observar que para jogar, é preciso possuir uma cópia do "Diablo III" original e estar conectado à internet.

Pontos Positivos

Produção caprichada

A expansão "Reaper of Souls" traz um novo Ato para a campanha, ambientado em Westmarch. A maior cidade de Santuário é apresentada pela primeira vez em um jogo da série, com cenários fantásticos e sombrios que resgatam o clima gótico dos dois primeiros "Diablo", pontuados por encontros bem elaborados e uma mini-campanha um pouco mais longa do que os Atos anteriores.

A trilha sonora pontua de forma memorável cada novo ambiente descoberto e batalha contra chefões ou inimigos épicos - que aparecem aos montes, mesmo nas dificuldades mais baixas do jogo. No Brasil, a produtora manteve o alto nível da localização, com legendas e dublagem impecáveis.

A trama é simples, mas convence: após os eventos de "Diablo III", o arcanjo Malthael é corrompido e se torna o 'Ceifador de Almas'. A batalha em Westmarch leva os jogadores para Pandemonium, dimensão já visitada em "Diablo II", onde anjos e demônios lutam por toda a eternidade.

Lá, em uma fortaleza gótica digna dos "Diablo" anteriores, Malthael e os Nephalem se enfrentarão em um combate derradeiro... que deixa o gancho para uma provável continuação da série.

Soma-se a isso novas habilidades para os heróis, runas inéditas, uma nova classe de personagem (o Cruzado) e modalidades de jogo viciantes e o resultado é uma expansão caprichada, com muito mais conteúdo do que se poderia esperar.

O Cruzado


O Cruzado, sexto herói de "Diablo III", é uma classe inédita mas que traz uma certa semelhança com um dos aventureiros de "Diablo II", o Paladino. Fãs do guerreiro sagrado do jogo anterior apreciarão o novo herói, sem dúvida.

A classe é feita para combates corpo-a-corpo e mesmo os ataques à distância do Cruzado transmitem a sensação de que o herói está trocando golpes com os inimigos (ou, geralmente, massacrando os pobres diabos com seu arsenal pesado).

Além de usar diversos tipos de arma - inclusive com a opção de portar uma arma de 2 mãos em uma mão e um escudo na outra - o herói apresenta habilidades mágicas potentes, como investidas de escudo que disparam rajadas de energia nos inimigos ou um corcel de fogo que serve como montaria e deixa um rastro de fogo por onde passa.

A história do Cruzado é contada em pequenas conversas com outros personagens e diários espalhados pelo quinto Ato de "Reaper of Souls". O 'background' da classe não deixa nada a desejar em comparação aos outros e compreender a ordem da qual o Cruzado faz parte preenche algumas lacunas no cenário.

Modo Aventura e Nephalem Rifts

De todas as novidades de "Reaper of Souls", nada é melhor do que o modo Aventura e os Nephalem Rifts. Com essas opções, "Diablo III" finalmente ganhou um 'end game' capaz de prender os jogadores por muito tempo.

No modo aventura, desbloqueado após terminar o quinto Ato da campanha, você tem todos os portais de teleporte abertos - e pode acessar esses pontos com o poder de "Town Portal" a qualquer momento.

Cada vez que você entra no jogo nessa modalidade, novos desafios aparecem no mapa, geralmente envolvendo elinimar algum inimigo épico. A quantidade de monstros é maior do que o normal e os poderes das criaturas épicas também são mais desafiadores. Cumprir as cinco aventuras de cada Ato rende uma bela recompensa extra para o jogador.

Ao completar as aventuras você também ganha 'rift fragments'. Ao juntar pelo menos cinco dessas pedras, você pode ativar o Nephalem Rift: um portal para uma 'dungeon' aleatória, enorme e com muito mais desafios para enfrentar.

Dentro dessas masmorras, você precisa matar inimigos até encher uma barra (e não faltam monstros para aniquilar) e com isso, invocar um chefão. Os oponentes podem vir de qualquer Ato do jogo e não são poucas as variações de monstros épicos, com poderes bem diferentes, que surgem pelo caminho.

Sair do Nephalem Rift para reparar equipamento ou vender o espólio é arriscado: você tem pouco tempo para fazer isso antes que o portal se feche. Jogando com amigos, a aventura no Nephalem Rift fica mais desafiadora e rende itens ainda melhores. É, sem dúvida, a opção mais divertida de "Reaper of Souls" -para jogadores veteranos e heróis experientes.

Pontos Negativos

Sempre online

De todas as queixas dos jogadores de "Diablo III", uma continua intocada pela Blizzard: a obrigação de estar conectado online para jogar.

Mesmo sem a Casa de Leilões, a produtora insiste que o jogo só pode funcionar assim o que é uma pena quando você não tem internet disponível (enquanto espera com o notebook em um aeroporto, por exemplo, ou quando a conexão da sua casa está fora do ar, algo não tão incomum no Brasil) e poderia passar o tempo detonando monstros nos mapas de "Reaper of Souls".

Essa é a única mancha em uma expansão que, de outra forma, é o exemplo máximo de como melhorar e reviver um game que estava deixado de lado pelos fãs.

Nota: 9 (Excelente)