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Dragon Ball Z: Battle of Z

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

26/02/2014 16h15

"Battle of Z" parece ser um jogo mais preocupado em bater cartão e marcar a presença de um novo título da série no mercado do que em efetivamente ser uma produção de alta qualidade.

O game entrega combates bagunçados e burocráticos, com poucas opções de golpes e movimentos, que acabam tendo alguma graça apenas ao jogar online, na companhia de amigos e enfrentando pessoas de outros lugares do mundo. Ao menos, para ajudar, o game apresenta um bom trabalho de legendas em português.

A qualidade dos cenários impressiona na mesma medida em que os modelos dos lutadores decepciona, um modo cooperativo local faz falta e o excesso de loadings e menus tira qualquer empolgação restante no game - mesmo com a presença dos personagens do recente filme "Batalha dos Deuses".

Introdução

Após algum tempo longe dos games (com uma vergonhosa passagem pelo Kinect, é verdade), "Dragon Ball" volta aos games pegando carona no filme "Batalha dos Deuses", que coloca Goku e sua turma para enfrentar, óbvio, novas ameaças incrivelmente terríveis e poderosas.

O jogo em si oferece cenários gigantescos e, pela primeira vez, combates para até 8 lutadores ao mesmo tempo.

De resto, segue a tradição de apresentar dezenas de lutadores, das variadas sagas da série, incluindo como novidades a transformação divina de Goku, o vilão Bills e outras surpresas.

Pontos Positivos

Quantidade de lutadores

Como manda a tradição nos games de luta da série "Dragon Ball", o cardápio de lutadores é gigante, com dezenas e dezenas de guerreiros vindos das mais variadas sagas da fase "Z".

O ponto alto, claro, como já entrega a própria capa do game, é a presença de personagens do recente filme "Batalha dos Deuses". A versão divina de Goku é uma das opções, assim como o gato guerreiro Bills.

Pena que não seja tão fácil aproveitar todo esse conteúdo. Para abrir personagens é necessário realizar missões em ordem cronológica, respeitando a progressão da série, obrigando a encarar diversas fases e lutas repetitivas até conseguir abrir alguns lutadores para tirar um contra maroto com um amigo ou partir para as batalhas online com seu guerreiro favorito.

SAMMY ANDERSON EXPLICA AS LUTAS DE "BATTLE OF Z"

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Cenários dos combates

Entre acertos e tropeços, "Battle of Z" é, sim, um jogo bonito. O que mais chama atenção são seus cenários grandiosos, com pedaços destrutíveis, que lembram bastante as planícies características do mangá e anime.

Os modelos dos lutadores não impressionam, mas também não decepcionam. O problema é vê-los em movimento. Tudo bem que "Dragon Ball" também não prima por ser um dos animes mais detalhados já feitos, mas ainda assim é estranho ver um game em alta definição, com cenários tão bonitos, apresentar 'bonecos' travados na hora de dar chutes, pontapés e magias.

Pontos Negativos

Sistema de luta

"Battle of Z" sofre do mesmo problema de "Cavaleiros do Zodíaco: Bravos Soldados", outro game de luta recente da Namco Bandai: um sistema de luta fraco e sem graça.

Aprender a travar a mira e esmagar botões é uma das alternativas mais viáveis, mesmo que você não entenda muito o que está acontecendo.

Claro, aprender a desferir magias mais poderosas ou enviar poder para colegas de equipe são recursos úteis nas mãos dos mais habilidosos, mas é verdade é que os benefícios são poucos para muita complicação. No final, vale mais a pena sair batendo a torto e direito.

Verdade seja dita: os combates limitados ganham contornos mais divertidos ao participar das missões cooperativas online, seja enfrentado o computador ou outras pessoas. Mesmo com recursos limitados, acaba sendo divertido coordenar ataques com colegas.

Por outro lado, é uma pena que tais lutas cooperativas fiquem restritas ao ambiente online e não permitam, por exemplo, que duas pessoas joguem juntas no mesmo videogame.

"Battle of Z" apresenta ainda um sistema de cartas com poderes especiais, para personalizar e turbinar características dos guerreiros. Porém, novamente, trata-se de um sistema burocrático demais com poucos efeitos práticos. Na real, o game poderia se apoiar apenas no sistema que já existe de evolução por níveis e pontos de experiência, mais direto e fácil de acompanhar.

Opções de jogo

Além de um sistema de luta raso e limitado, "Battle of Z" não se esforça muito também nas opções de jogo disponíveis.

O básico modo com as missões de jogo, que contam a história da série, obrigam a enfrentar todas as sagas da fase "Z" em ordem, sem poder ir direto para sua preferida, por exemplo - o que ajudaria a liberar mais rápido personagens desejados.

Outra limitação chata é que partidas cooperativas não permitem que duas ou mais pessoas joguem no mesmo videogame.

Por fim, o menu inclui ainda uma pequena seleção de modos extremamente convencionais, como batalhas entre equipes e uma espécie de 'capture a bandeira' utilizando as esferas do dragão como objetos a capturar.

Por que não uma opção de torneio ou modo sobrevivência, como aparecem em "Cavaleiros: Bravos Soldados"? Já que as lutas são fracas e repetitivas, poderia ao menos haver mais tipos diferentes de partidas para dar uma animada, proporcionar mais variedade.

Nota: 6 (Razoável)