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Análises
Legend of Zelda: Wind Waker
GameCube
"Assim como o Tempo era o tema de Ocarina of Time, o Vento é o elemento mais importante agora..."


04/04/2003
da Redação

Tudo começou com um jovem herói, vestido com uma túnica verde, enfrentando um poderoso inimigo para buscar um tesouro dourado e salvar uma princesa. A história se repetiu diversas vezes e se tornou lenda - não apenas no sentido mitológico, mas por se cristalizar como uma das maiores séries dos videogames. Essa é a lenda de Zelda.

A Nintendo atualizou as aventuras do jovem Link no GameCube em meio a muita controvérsia: um novo visual estilizado e um período mais curto de produção assustaram muitos dos fãs, que temiam um jogo voltado apenas para crianças - afinal, quem acompanhou a série desde o seu início já cresceu quase dez anos nesse meio tempo! Some isso às altíssimas expectativas de "Wind Waker" ser o primeiro jogo da série a usar disco ótico como mídia e o fato do episódio ("Ocarina", não "Majora") anterior ser considerado um dos mais revolucionários títulos de todos os tempos e fica fácil perceber a importância desse jogo... não apenas para a Nintendo, mas para uma legião de jogadores que cresceu descobrindo toda a mitologia de Hyrule.

Colocando a continuidade em ordem

"Wind Waker" certamente começa com o pé direito: pela primeira vez, a Nintendo faz um esforço direto de ligar os diferentes episódios da série, afirmando categoricamente que os protagonistas dos diferentes games são pessoas diferentes, ligados por uma tradição lendária. E os primeiros momentos da aventura são suficientes para tirar suspiros de alívio daqueles que temiam o novo visual: a estética de desenho animada se prova perfeita - e logo fica difícil imaginar o mundo de Hyrule de qualquer outra maneira.

A decepção de alguns pode começar depois desses primeiros minutos. "Wind Waker" é a extensão natural de "Ocarina of Time". Fora a nova tecnologia visual, o jogo nem sequer tenta reproduzir uma fração da revolução de seu título de Nintendo 64. Mas aqueles que conseguirem ver além das expectativas e viver cada segundo da aventura marítima de Link podem se preparar para uma das mais impressionantes aventuras do herói.

Desenho expressivo

A grande novidade fica por conta da narrativa. Apesar do jogo ser, em grande parte, um repeteco de seu irmão de cartucho, a Nintendo certamente se esforçou para criar uma maior unidade na história do jogo. Pequenas cenas como a despedida do herói de sua ilha natal e o primeiro encontro com seu ainda-desconhecido inimigo (entre tantas outras surpresas) são todos apresentados com muito charme e personalidade. É nessa hora que você realmente compreende a escolha da Nintendo pelo visual de desenho animado: a expressividade dos personagens não tem paralelos em nenhum outro jogo de videogame. Mesmo quando você está navegando o herói pelos calabouços, suas expressões de dor, curiosidade e espanto dão ainda mais cor ao já saturado game.

Velhos de guerra ficarão felizes ao encontrar dezenas de referências aos games anteriores. Seja pequenos detalhes como um herói adormecido no início da aventura, músicas familiares ou itens antigos (mas agora com mais opções!), o saudosismo permeia o mundo inundado de "Zelda".

Içar âncora!

Ao invés de controlar a fiel Epona, Link agora ganha seu próprio barco falante. O mar da aventura é gigantesco, e o ambiente ideal para as famosas caças ao tesouro da série. Seja um pedaço de coração ou algo pertinente à trama, é preciso ser um excelente marinheiro para vestir a túnica verde. E com essa opção de velejar, entra o item que dá nome ao jogo: o "Despertador do Vento".

Essa baqueta de maestro mágica peca por não cumprir a regra que a Ocarina seguia, assim como o resto do jogo: ela não permite que você expresse sua criatividade. "Ocarina of Time" era uma grande caixa de areia, onde o jogador podia se divertir da maneira que quisesse - seja galopando pelas planícies, pescando com uma garrafa ou procurando segredos enterrados, praticamente tudo que você imaginasse podia ser feito. E a Ocarina permitia que você compusesse músicas à vontade - mesmo que isso não adiantasse absolutamente nada ao jogo. Nesse sentido, o Wind Waker parece ser um dos únicos elementos retrógrados do mundo... mas não o que ele faz: controlar o vento.

Assim como o Tempo era o tema de "Ocarina", o Vento é o elemento mais importante agora. Jogadores ficarão impressionados com as inúmeras maneiras como o vento influencia esse mundo virtual... fazendo mesmo o ambiente mais caricatural parecer totalmente acreditável. Essa magia está intacta... com a marca registrada da Nintendo.

Quem tem coragem de bater nessa gracinha?

Talvez o único real defeito de "Wind Waker" seja o balanço de sua dificuldade. Os quebra-cabeças continuam interessantes e originais, mas nunca tão desafiadores como nos games anteriores, e as batalhas contra os chefes trazem as mesmas soluções engenhosas... mas é raro chegar perto de perder toda a energia. Com isso, o jogo parece terminar rápido demais - algo que tenta ser compensado por alguns incentivos secretos para jogar o game uma segunda vez.

"Wind Waker" é um jogo excelente que honra de todas as maneiras a tradição da série. O truque para poder tirar total proveito é bem simples (e já vem com uma dica nos seus gráficos): não se deixe levar pelas altas expectativas e tente viver o mundo pelos olhos de um garoto de 12 anos. Raramente um jogo consegue ser tão mágico.