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Final Fantasy III
Nintendo DS
"... parece ter ficado moderno com seu visual 3D, mas traz os mesmos entraves e charme do original."


24/01/2007
da Redação

"Final Fantasy III" talvez seja o episódio mais obscuro de toda a franquia, afinal é o único da era dos 8 e 16 bits que nunca havia ganhado nenhum remake até hoje. Mas, antes de tudo, é preciso desfazer certas confusões. Este capítulo foi lançado em 1990 para o Famicom, o NES japonês. O que até agora carregava o número "III" nos EUA era, na verdade, o "VI" japonês, lançado em 1994 para Super Nintendo.

Mas a produtora preparou uma volta triunfal para o "verdadeiro" terceiro episódio de "Final Fantasy", traduzindo os gráficos originais para a linguagem do mundo 3D, graças à capacidade do Nintendo DS. O resultado é um visual primoroso para os padrões do portátil. No entanto, se houve atualização no visual e no som, o restante permaneceu o mesmo, e isso, infelizmente, parece ter saído de sintonia com a atual base de fãs da franquia.

Repaginando o visual

"Final Fantasy III" é um RPG tipicamente japonês, um estilo que ele mesmo ajudou a moldar. A série tem a tradição de mudar drasticamente entre um episódio e outro, e o este terceiro capítulo não é exceção. Ele traz um sistema de "profissões" em que cada personagem pode assumir uma determinada função, tendo habilidades específicas para cada uma delas.

O enredo reflete a ingenuidade de uma época em que os games começavam a ficar mais sofisticados. A história é clichê. Luneth é um órfão que, ao acaso, descobre um cristal mítico, e fica sabendo que seu destino é salvar o mundo. Ao menos, há mais três que receberam essa mesma tarefa. Quem disse que vida de herói é fácil? Se serve de consolo, os quatro protagonistas se juntam bem no começo do game.

Como dito, a maior mudança está no visual. Saem os mapas em 2D do NES e entra em cena o 3D do Nintendo DS. A capacidade do portátil em gerar polígonos é limitada, mas a produtora Square Enix fez um ótimo trabalho. Logo na abertura há um vídeo em computação gráfica, ramo em que a companhia domina como poucas, e até mesmo no Nintendo DS a qualidade é ótima.

Minicraques de 'Final Fantasy'

O desenho do jogo em si nada tem a ver com o grafismo mais realista da abertura. Os personagens, aqui, são como miniaturas, com o estilo artístico inconfundível de Akihiko Yoshida, o mesmo de "Final Fantasy Tactics". É difícil não se encantar com o jeito gracioso dos protagonistas, ainda mais porque foram concebidos com tamanho esmero técnico.

Cada um deles traz uma personalidade e aparência bem diferente uns dos outros. O nível de detalhes impressiona, levando em conta as limitações do Nintendo DS. Como se não bastasse, cada profissão traz um roupa diferente, e elas são distintas para cada personagem. Ou seja, o visual de Luneth como guerreiro é diferente de Arc, por exemplo, na mesma função. Mais uma vez, o visual é dos mais fantásticos.

Mas para o restante do game, o gráfico não ficou tão bom assim. O refinamento não chegou para o ambiente, por exemplo, que traz muitos objetos com muito baixa definição. Talvez o Nintendo DS não consiga tanto, mas é difícil não reparar nesse abismo de qualidade entre os "bonecos" e o meio ambiente. Os monstros estão entre uma ponta e outra. Eles têm um razoável nível de detalhes, mas, em sua maioria, carecem de personalidade.

O som evoluiu também, mas não tanto quanto os gráficos. Há músicas interessantes em "Final Fantasy III", mas não é dos episódios com a trilha mais memorável. Há a inegável qualidade do compositor Nobuo Uematsu e a peça da tela-título sempre consegue emocionar os fãs.

Desafio e paciência

Se o game mudou em sua apresentação, o mesmo não pode ser dito do sistema em si. Ele continua o mesmo "jeitão" de 16 anos atrás, até mesmo na dificuldade. Apesar de ser um ótimo RPG, o problema é que nesse espaço de tempo entre as duas edições a base de fãs de "Final Fantasy" aumentou, e nem todos são admiradores extremos do gênero.

Não há, em "Final Fantasy III", nada de muito "amigável", como nos "Final Fantasy" mais recentes. "Final Fantasy XII", por exemplo, tem sua dose de desafio, mas há todo um aparato para evitar estresse desnecessário. Que não é o caso, agora. É verdade que isso não era uma preocupação em 1990, em que os jogadores eram compostos principalmente de fãs dedicados.

A progressão do game é típica dos RPGs japoneses: você vai a um lugar, conversa com pessoas-chaves ou aciona algum evento, segue para uma "caverna" e procura por itens, que, muitas vezes, estão em posse de inimigos poderosos. "Final Fantasy III" não é nem tanto um jogo de ficar empacado por não saber seu próximo destino. Ele é complicado por outros detalhes.

Um desses pontos são os combates. Muitas vezes, ao avançar de uma área para outra, o nível dos inimigos sobe de uma maneira quase absurda. Para contornar isso, ou você usa equipamento que se adaptam aos monstros da área, ou evolui um pouco mais para agüentar os ataques. Isso faz com que a progressão seja mais demorada.

Você ainda vai precisar de mais paciência para lutar. Depois de jogar RPGs como "Final Fantasy XII", em que os combates são quase automáticos, é difícil lidar com um monte de menus. E não há nenhuma melhora nos controles para atenuar isso - usar a caneta é tão enfadonho quanto o direcional e os botões. E a abertura e a finalização das cenas de luta também são mais demorados que desejável, por conta de um "loading" escondido.

Mas o cúmulo ainda está no fato de não ser possível salvar fora do mapa-múndi. Ou seja, você precisa fazer os objetivos dentro de cidades, cavernas, labirintos e afins numa só tacada. Pode-se argumentar que isso faz parte do desafio, mas é muito pouco amigável para os padrões de hoje. Existe apenas um quicksave para interromper a partida a qualquer momento, mas se você morrer, você retoma o jogo de um save "normal", e não do quicksave.

Há alguns outros inconvenientes também. Existe um recurso de zoom, que deveria servir para ajudar, pois ele revela a localização de itens secretos. O problema é que você precisa ficar segurando o botão até chegar à ampliação máxima, estado em que um brilho indica a presença de itens. Ainda: toda vez que você mudar de tela, o zoom volta ao normal.

Com que profissão vou hoje?

Você pode jogar o game inteiro com a caneta ou o controle normal. Usar a tela sensível está mais fácil que em outros RPGs - andar usando a stylus parece até mais preciso que o direcional -, principalmente para as conversas, pois basta tocar no interlocutor para isso. No entanto, a mecânica de seleção poderia ser mais ágil com a caneta, pois ainda é baseado em sistemas de interface para ser controlado com o direcional. Afinal, por que é preciso tocar duas vezes numa opção para ativá-la?

Quem conseguir lidar com todos esses entraves vai encontrar um RPG cheio de desafios e uma história que se desenvolve bem, apesar da premissa básica. O texto é bem escrito e há eventos paralelos saborosos. O game também traz algumas aventuras extras, fora dos objetivos principais, que deverão render horas extras de diversão.

O sistema de profissões era inovador à época e ainda tem seu charme. É uma pena que não se possa levar as habilidades de uma função para outra, mas, mesmo assim, vale a pena explorá-las. A versão para Nintendo DS traz alguns "jobs" a mais. O portátil também tem uma função de enviar a receber mensagens pela rede sem fio local e isso permite ganhar itens relativamente raros.

No fundo, ainda há um clássico

"Final Fantasy III" parece ter ficado moderno com seu visual 3D, mas traz os mesmos entraves e charme do original. Isso faz com que o game seja apenas para os mais aficionados por RPGs, dispensando o espectador "médio" de "Final Fantasy". A Square quis ser fiel ao original, mas talvez pudesse ter se esforçado mais para fazer uma edição mais "amigável" como opção de jogo. Os fãs agradeceriam.