Análises | Hulk PC "Além de socar, o gigante pode agarrar inimigos e objetos do cenários..."
01/07/2003 da Redação | Fazer um jogo com o Hulk pode ser uma missão bastante difícil - o grande número de adaptações medíocres parece provar essa teoria. Tendo em vista que você controla um monstro indestrutível e ridiculamente poderoso, não é simples o objetivo de criar um desafio que seja convincente. Mas a Radical Entertainment (que, aptamente, criou o jogo "War of the Monsters") certamente se esforçou para resolver esse problema.
"Hulk" é o jogo feito pela Universal para ser comecializado em conjunto com o filme. O título se aproveita de elementos da direção de arte e dos atores, assim como extras escondidos que vão de trailers até desenhos conceituais usados no longa metragem. Mas a trama propriamente dita é diferente: o game é uma espécie de continuação, mostrando o Dr. Bruce Banner em busca de uma cura para seu enorme problema verde.
Dupla personalidade
O jogo é claramente dividido em duas partes: cenas do Hulk e do Dr. Banner. As primeiras quase sempre envolvem destruição de tudo que aparece pela frente, enquanto as outras elaboram um aspecto de furtividade inspirado em "Metal Gear". A maior parte do jogo é passada com a pela cor de jade sugerida pelo título do game.
Controlando Hulk, jogadores têm acesso a um pequeno porém eficiente conjunto de golpes devastadores. Além de socar, o gigante pode agarrar inimigos e objetos do cenários (não estamos falando apenas de latas de lixo, mas de colunas de concreto e carros) e saltar causando enormes parcelas de destruição em tudo à sua volta. Como na história em quadrinhos, o herói pode bater palmas causando explosões super-sônicas ou criar pequenos terremotos atingindo o chão. Apesar da simplicidade, o sistema é bastante funcional e pequenas cenas não-interativas (como saltos entre prédios) ajuda a recriar o clima original das aventuras dos quadrinhos.
Todo cientista é chato
As fases com Banner, porém, são totalmente diferentes. O cientista precisa escapar por pequenos ambientes sem ser detectado, andando agachado, empurrando uma infinidade de caixas, hackeando computadores e virando uma quantidade obscena de alavancas. O exercício fútil de tentar se manter escondido (os inimigos praticamente não contam com inteligência artificial, e apenas seguem caminhos lineares que nem ao menos se dão ao trabalho de ser cíclicos - ou seja, você espera o guarda passar e daí vai - ele não vai voltar mesmo) é exageradamente simples. A frustração de esperar o momento certo de se mover é piorada pela dificuldade de se empilhar caixas para subir em lugares altos. Em suma: as fases com Banner vão fazer você virar o Hulk... na vida real.
O jogo merece uma condecoração por realmente transmitir a idéia de destruição ao controlar o gigante esmeralda: o chão racha quando você pula, poeira levanta ao acertar um soco na parede e os sons complementam a experiência com maestria. Os gráficos utilizam um efeito de sombreamento similar ao Cell Shading, mas um pouco mais dramático. Apesar de nada realista, seu ar sombrio adiciona bastante à apresentação estilizada.
O controle do jogo é eficiente, mas as fases com Banner são bastante prejudicadas pelo teclado na versão PC pela ausência de um controle mais eficiente de movimento diagonal. E como as câmera nessa parte já não ajudam muito, isso pode ser um sério problema.
Hulk esmaga!
"Hulk" é certamente a melhor adaptação do herói para games já feita até hoje. E apesar disso não ser exatamente uma façanha, o conceito geral do personagem é transmitido com bastante sucesso nesse game. O jogo é curto, mas dada a simplicidade e facilidade, talvez seja melhor dessa maneira. Alguns mini-games extras ajudam, mas no fim das contas "Hulk" é uma breve aventura com menos de 10 horas de aproveitamento.
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