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Half-Life 2
PC
"Momentos memoráveis, como a apresentação da arma anti-gravitacional, prometem fazer história..."


19/11/2004
da Redação

Tudo começa em um trem prestes a atingir seu destino, mas isso é apenas o primeiro evento de uma longa jornada de muitas horas que prometem fazer história no mundo dos jogos eletrônicos. O retorno de Gordon Freeman pode ter demorado mais de cinco anos, mas valeu cada minuto dessa ansiosa espera.

Vejo que a HEV Suit ainda cai como uma luva

Os primeiros minutos lembram os primeiros passos do cientista barburdo no orginal: dentro de um trem, sem muitas explicações prévias. A diferença é que agora Gordon não está sendo contratado ou sequer chegando em um lugar plausível - aparentemente a Terra é um lugar diferente, mas o game deixa transparecer essa mudança a conta-gotas... de adrenalina, é claro.

Revelar qualquer outro detalhe da história seria um crime. Basta dizer que as próximas vinte horas serão repletas de fugas frenéticas, tiroteios emocionantes, perseguições em diferentes veículos no melhor estilo Hollywoodiano, conversas cativantes que ajudam a contar a história. Tem até uma fase inteira que homenageia os filmes clássicos de zumbis. Apesar dessa enorme salada de frutas, a produtora Valve não deixa a peteca cair: "Half-Life 2" nunca fica frustrante e nem deixa você perder sua atenção por um segundo sequer, deixando o jogador com vontade de ver o final logo na primeira tentativa, apesar de suas cerca de 15 horas de duração. Um dos poucos defeitos do game são longas telas de "loading", que podem durar minutos em alguns casos.

Para quem amou o original, todos os pequenos detalhes estão de volta: os ambientes parecem lugares de verdade, com banheiros, televisores; a narrativa mostra pessoas cuidando de suas vidas em segundo plano e matar "headcrabs" com o bom e velho pé-de-cabra ainda é tão gratificante como antes. Fãs reconhecerão boa parte do armamento, que foi resgatado do original, mas as poucas novidades são extremamente criativas e úteis.

Um homem de poucas palavras, não?

Gordon Freeman não abre a boca do começo ao fim da aventura, mas os diálogos (monólogos?) são um dos pontos mais impressionantes da aventura. Além dos interlocutores serem muito realistas e bem dublados, os diálogos são naturais e não quebram o ritmo da aventura. Enquanto a maioria dos jogos pára quando precisa desenrolar a trama ou colocar um tutorial, esse movimento é contínuo e ininterrupto em "Half-Life 2". Momentos memoráveis, como a apresentação da arma anti-gravitacional, prometem fazer história e serem muito copiados.

Algumas pessoas podem ficar um pouco decepcionadas com o fato de muitas perguntas não serem respondidas - mas, de certa forma, isso é proposital: como no primeiro "Half-Life", o game não está aí para criar um universo definido nos mínimos detalhes, e cabe aos fãs preencher algumas lacunas nas suas cabeças.

Se não está quebrado... arremesse!

Ao contrário do que muita gente pode estar pensando, "Half-Life 2" não tenta ser um jogo revolucionário. A ação em si é manjada e não oferece quase nada inédito: a produtora Valve não tentou ser radical aqui. A meta foi fazer um game divertido e funcional. O grande destaque no jogo faz sucesso exatamente por ser tão discreto que não é percebido facilmente: a simulação física.

Todos os objetos de "Half-Life 2" se comportam como na vida real: eles têm diversas características como peso e resistência. Mas ao contrário da maioria dos outros títulos do gênero, eles são completamente manipuláveis: é possível barrar uma porta com um armário, matar inimigos jogando serras giratórias contra eles, usar um radiador como escudo. Com paciência, é até possível ignorar alguns quebra-cabeças do game montando pilhas de objetos para ultrapassar alguns obstáculos que normalmente deveriam ser cruzados de outra forma. A criatividade do jogador é o limite, e isso deixa o mundo de "Half-Life 2" ainda mais imersivo.

A interação mais pesada com outros personagens ficou guardada para os momentos finais do game, em uma pequena guerrilha virtual que não deixa de impressionar. Nesses momentos, a inteligência artificial do game deixa escapar alguns momentos de burrice, mas nada que prejudique demais o jogo.

Uma pausa contemplativa

Assim como vários outros aspectos do game, o ponto forte do visual é sua simplicidade realista. Enquanto "Doom 3" se destacou pelos seus cenários cheios de contrastes de luz e sombra, "Half-Life 2" tem uma iluminação difusa que proporciona uma fotografia única ao game - e especialmente notável na passagem do dia para a noite e vice-versa.

Além disso, o uso de texturas de altíssima resolução e muito bem produzidas ajuda a caracterizar os muitos ambientes distintos da aventura - seja no chão com lajotas em um prédio caindo aos pedaços, nas madeiras com detalhes nos veios ou nas paredes de concreto cuidadosamente pichadas, cada superfície não parece um polígono pintado, mas sua contraparte real.

O verdadeiro teste acontece pouco antes de um terço da aventura, durante um pôr-do-sol em um lago: dá até vontade de parar só para observar o espetáculo da luz e seu reflexo na água.

Infelizmente...

Tudo que é bom eventualmente acaba, e "Half-Life 2" não escapa disso. Depois do jogador passar por todas as aventuras malucas, a história chega ao fim sem dar muitos motivos para ser experimentada novamente. É quase deprimente pensar que provavelmente passarão anos até que outro game tão elaborado apareça de novo - por isso, é melhor começar a rezar para que a Valve leve adiante a idéia a promessa de oferecer conteúdo episódico para download.

Mas, de certa forma, talvez nem isso seja tão ruim assim. Se a tecnologia Source receber pouco menos da metade dos MODs que o primeiro "Half-Life" teve, jogadores já terão mãos cheias por muitos anos - sem contar que o game já chega com "Counter-Strike: Source" e "Half-Life: Source", versões turbinadas de seus originais. Mesmo assim, a ausência de um multiplayer usando os recursos (ESPECIALMENTE a arma de anti-gravidade) da aventura é de partir o coração.

Se você ainda não comprou "Half-Life 2", não deve esperar mais nem um segundo. Entre sua capacidade de prender pessoas dos gostos mais variados e um grau de dificuldade bem acessível, esse é o tipo de jogo que não deveria faltar na coleção de ninguém.