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Psychonauts
PC
"...uma espécie de 'Monkey Island' com a simplicidade de controle e variedade de 'Mario 64'..."


03/06/2005
da Redação

A produtora Double Fine Productions é um nome totalmente desconhecido entre os jogadores, mas seu primeiro jogo é digno de toda a atenção. "Psychonauts" é a mais nova aventura maluca de Tim Schafer, a mente insana responsável por sucessos como "Full Throttle" e "Grim Fandango", ambos da LucasArts.

Nova década, mesmo humor

Os dez anos que separam "Fandango" de "Psychonauts" não enferrujaram Schafer. "Psychonauts" mantém elementos da era de ouro dos jogos do gênero "adventure" - como humor inteligente e bom enredo -, mas tira proveito dos recursos da geração atual de games, marcada pelos cenários em 3D. O resultado é uma espécie de "Monkey Island" com a simplicidade de controle e variedade de um "Mario 64", "Banjo Kazooie" e de outros jogos carismáticos dos videogames.

"Psychonauts" conta a história de Raz, um jovem que foge da casa dos pais para participar de um campo de treinamento de agentes paranormais. Essa escola do governo, porém, se dá na forma de um acampamento para crianças, dando uma breve idéia da atmosfera surreal do game. Durante sua aventura, Raz descobre mais sobre seu passado, assim como o de outros personagens, entre eles alunos e professores (e até alguns outros alvos inusitados das explorações psíquicas do protagonista).

Abra sua mente

Jogadores controlam Raz pelo acampamento com relativa liberdade, conversando livremente com outros personagens, usando objetos para resolver quebra-cabeças e investindo as habilidades acrobáticas para alcançar os muitos tesouros escondidos. Além de usar diferentes bugigangas, ele também aprende novos poderes mentais que são igualmente úteis para resolver problemas - sejam eles intelectuais ou apenas um mero teste de reflexos. Eventualmente o herói começa a mergulhar na cabeça dos demais personagens, abrindo novas fases.

Cada um desses mundos reflete a psique dos personagens, resultando em uma direção de arte fantástica (quem se lembra de "Grim Fandango" já deve ter uma idéia do que esperar). Apesar de "Psychonauts" não usar tecnologias visuais de derrubar queixos, cada mente é o resultado de uma criatividade absurda e detalhada.

Mas apesar de todos esses elementos excelentes, o game tropeça em alguns pontos ao criar um híbrido de gêneros. Grande parte da aventura não trará (e não parece tentar) grandes desafios na parte de ação. Por outro lado, os momentos finais podem ser um tanto frustrantes devido à exagerada precisão exigida no manuseio de suas plataformas complexas.

Jogadores que gostam de exploração não terão do que reclamar. A gama de objetos a colecionar é enorme e a dificuldade para achá-los varia do mais simples até os níveis mais absurdos. Enfim, conseguir o "level" máximo de poder psíquico e, por conseqüência, 100% do game não é das tarefas mais fáceis. Por outro lado, a aventura principal do jovem candidato a agente, pode ser considerado um pouco curta, durando cerca de 10 a 15 horas para completá-la.

Muitas das fases devem ser exploradas mais de uma vez, pois alguns objetos precisam ser alcançados com a ajuda de poderes ou itens específicos. Por exemplo, se um item estiver no alto, a solução poderá ser usar a levitação, se estiver congelado, talvez seja necessário usar a pirocinese, o poder de criar fogo... mas não necessariamente Raz terá o poder exigido ao visualizar o objeto pela primeira vez.

Imaginação em alta

Como mencionado, a qualidade visual não chega a surpreender, mas os cenários são magnificamente construídos, com uma variedade e quantidade de detalhes que ajudam na imersão da experiência. Diversos tipos de vegetação e pequenos animais, como passarinhos e insetos fazem com que o cenário ganhe vida. Tanta riqueza, como de praxe, demanda muito poder de processamento, e a taxa de quadros pode ficar um pouco abaixo do recomendável, apesar de se manter, na maioria das vezes, estável num patamar razoável.

A riqueza do ambiente também está nos personagens que o compõe. Simplesmente é possível contemplar os trejeitos e as conversas dos habitantes desse mundo virtual. Os diálogos paralelos são variados, e podem não se repetir por alguns minutos. Novamente, a construção das personalidades e o trabalho de dublagem merecem todo o crédito.

O departamento sonoro também fez um ótimo trabalho, não só pelas falas, mas contribuindo com o clima exótico do game ao criar uma trilha com personalidade, sem cair na excentricidade. A criatividade sobra até na hora de montar as interfaces. O menu inicial, por exemplo, é um cérebro e o jogador controla o protagonista até painéis correspondentes às opções de "novo jogo" ou de "load game". O menu de escolha de item, um balão aparece sobre Raz indicando seu pensamento.

Abaixo os clones

Mesmo com seus defeitos, "Psychonauts" é um game único que consegue explorar com sucesso elementos de ação e trama interativa em uma aventura engraçada, divertida e, o mais importante, diferente do mar de clones que assolam a indústria. "Psychonauts" não tem a pretensão de melhorar algo que já existe ou oferecer mais do mesmo com uma nova embalagem. De mãos dadas com uma excelente dublagem e um senso de humor sem igual nos consoles, "Psychonauts" é um jogo para ser consumido lenta e cuidadosamente.

"Psychonauts" está disponível para PC, PlayStation 2 e Xbox.