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Age of Empires III
PC
"... é (...) a evolução natural da série, com as (...) arestas aparadas para torná-la mais amigável."


25/10/2005
da Redação

Ao lado de "WarCraft" e "Command & Conquer", "Age of Empires" forma a Santíssima Trindade dos jogos de estratégia em tempo real, um dos gêneros mais explorados e tradicionais dos computadores. A série da Ensemble Studios e da Microsoft acostumou-se a quebrar paradigmas a cada versão lançada, a ponto de conquistar uma legião de milhões de seguidores e, porque não dizer, o respeito de quem ainda assim prefere algum dos concorrentes.

Enquanto "WarCraft" enfoca um universo medieval da fantasia, com toques de RPG e microgerenciamento detalhado, "Command & Conquer" aposta em um contexto militar atual. Já "Age of Empires" preferiu investir na fidelidade aos aspectos históricos - provavelmente porque Bruce Shelley, idealizador da série, trabalhou com Sid Meier em "Civilization" muitos anos atrás.

Sendo assim, cada série cativou um público distinto, mas, desde que foi anunciado, "Age of Empires III" vem recebendo uma certa "forcinha" das circunstâncias, a começar pelo fato de a mais recente versão da série chegar sozinha ao mercado, sem nenhum equivalente de seus dois principais concorrentes. Além disso, a Ensemble Studios decidiu (e conseguiu) elevar a novos patamares o componente visual, que normalmente é preterido no gênero em relação à jogabilidade.

Porém, reduzir "Age of Empires III" aos seus belíssimos gráficos é pouco - por incrível que pareça. Seis anos após o surgimento de seu antecessor, o jogo continua tendo a mistura de ficção e história como um de seus principais trunfos. O cenário é o Novo Mundo (as Américas do Norte e Sul, na verdade), em um período que cobre desde a chegada de Cristovão Colombo à América até por volta de 1850.

Guerra à vista

A campanha principal, com 24 missões divididas em três atos, conta a saga de Morgan Black e seus descendentes. Ao mesmo tempo em que desbravam um mundo selvagem e confrontam um misterioso culto vindo da Europa, eles também participam de episódios famosos da História, ajudando os astecas a resistir aos conquistadores espanhóis, jogando franceses contra ingleses na Guerra dos Sete Anos ou mesmo comandando, ao lado de Simão Bolívar, as revoluções na América do Sul.

Logo de cara, os fãs mais atentos da série descobrirão um "Age of Empires" bastante diferente em relação ao antecessor, com uma jogabilidade mais rápida e descomplicada. São três os recursos básicos - ouro, madeira e comida, ou seja, não é necessário mais se preocupar com as pedras, que foram abolidas (cá entre nós, elas não eram mesmo necessárias).

Além disso, não é preciso mais construir edificações para que seus aldeões entreguem os recursos: uma vez definido quais vão cortar madeira, por exemplo, eles o farão sem precisar se movimentar para lugar algum, contabilizando os recursos para os seus cofres automaticamente.

Outra mudança bem-vinda está no alistamento das unidades, que se dividem basicamente entre infantaria, artilharia e cavalaria (além dos navios, é claro). Agora, desde que você tenha recursos para tal, é possível produzir até cinco unidades simultaneamente, no mesmo período de tempo que levaria para criar uma somente. Em suma, se ainda existia na série uma certa imagem de "lentidão", esta é coisa do passado.

No total, o jogo traz oito nações: espanhóis, britânicos, franceses, portugueses, holandeses, russos, alemães e otomanos. Cada uma delas, como não poderia deixar de ser, tem seus pontos fortes e fracos. Os britânicos, por exemplo, possuem uma economia forte e criam aldeões mais rapidamente, enquanto os espanhóis recebem mais recursos e suporte de sua cidade natal, aspecto sobre o qual falaremos daqui a pouco. Para completar, cada nação conta com algumas unidades específicas, que ajudam a variar e expandir as possibilidades táticas, principalmente no multiplayer.

Ao longo do game, é possível formar alianças com tribos de nativos da América, o que garante uma série de benefícios bastante úteis para o jogador. Não apenas porque você poderá alistá-los para reforçar seu exército, mas também pelos recursos extras, que podem ser ganhos com a criação de rotas de comércio. Para completar, existem alguns aprimoramentos para unidades e construções que só as tribos nativas oferecem.

Marcando o território

Mas, em termos de jogabilidade, a principal novidade é o sistema de "Home City" ("Cidade Natal"). Enquanto colônia, o jogador está submisso a uma cidade natal, que pode ser acessada a qualquer momento com um simples clique do mouse. Através de pontos de experiência, ganhos ao derrotar inimigos, cumprir objetivos, descobrir tesouros etc., são ganhos pontos de experiência que servem de moeda de troca para obter recursos e provisões da cidade natal.

O jogo é dividido em cinco eras (Descobrimento, Colonial, Fortaleza, Industrial e Imperial) e, conforme se avança por elas, novos e melhores recursos são disponibilizados na cidade natal. Enquanto mecanismo estratégico, a idéia é para lá de bem-vinda, uma vez que expande todas as possibilidades táticas - se você está precisando de madeira com urgência, por exemplo, pode pedir carregamentos à cidade natal e suprir tal carência com rapidez.

O mais interessante é que a evolução da cidade natal é persistente, ou seja, há vários níveis experiência para a mesma. Então, o que o jogador conquistar no single-player servirá nas disputas online. Isso porque, nos jogos skirmish ou no multiplayer, antes de a partida começar, o jogador escolhe um "deck" com até 20 cartas, que representam os recursos e provisões que a cidade natal pode oferecer.

Escolher as melhores cartas de acordo com as circunstâncias é simplesmente essencial para o sucesso. Imagine, por exemplo, um mapa em que os adversários estão separados pela água; naturalmente, a marinha será essencial na disputa. Então, é apropriado escolher cartas que rendam navios grátis, só para citar um exemplo. Obviamente, essa carta não teria a mesma utilidade nos mapas em que as batalhas marítimas não são decisivas.

Uma vez atingidos níveis superiores, como 25, por exemplo, as cartas tornam-se realmente decisivas, a ponto de mudar a sorte de vencedores e perdedores. À medida que a campanha single-player é relativamente curta, recursos que prolonguem o multiplayer, que em "Age of Empires III" suporta oito participantes via rede local ou internet, são imprescindíveis.

Gráficos para entrar na História

Sem dúvidas, o aspecto mais chamativo de "Age of Empires II" são seus gráficos, afinal, nunca um jogo do gênero mereceu tanta atenção nesse aspecto. Para dar vida ao "Novo Mundo", a Ensemble Studios não poupou esforços tecnológicos, a ponto de utilizar até mesmo a tecnologia de física Havok 2.

Talvez os canhões sejam a melhor maneira de demonstrar o que uma tecnologia de física pode fazer por um jogo de estratégia em tempo real: ao atingir uma unidade de infantaria, a pobre é atirada para o ar, enquanto seu capacete rola pelo caminho; árvores também são derrubadas pelas balas de canhão, enquanto edifícios desmoronam aos pedaços.

Cada unidade se comporta de maneira mais individual, com movimentos mais "naturais". Então, a impressão que se tem é a de efetivamente estar lidando com seres humanos ali no campo de batalha, e não apenas com um enorme bloco de pessoas.

Tudo foi voltado para recriar com o máximo possível de detalhes as paisagens de "Age of Empires III", inclusive fauna e flora extremamente ricas e detalhadas, desde o balançar das árvores ao vento até as sombras das construções, projetadas exatamente de acordo com a luz do Sol.

As batalhas marítimas são especialmente dramáticas e representam um aspecto importante do jogo. Por isso, receberam uma atenção especial da Ensemble Studios, o que resulta em uma das águas mais lindas já vistas em qualquer game. Destroços dos navios, a espuma perto da praia, ondas, marés e cores realistas são simplesmente espetaculares.

Em suma, "Age of Empires III" é o jogo ideal para testar o potencial das placas de vídeo de última geração, graças a sua compatibilidade com recursos como Pixel Shader 3.0 HDR (High Dynamic Range), disponíveis somente no que há de mais recente em termos de tecnologia.

Contudo, o preço que se paga é o de ter um jogo pesado, mesmo para as máquinas mais modernas. Basta um confronto entre várias unidades na tela para acontecerem quedas freqüentes na taxa de quadros por segundo, o que é especialmente frustrante para os que esperavam um jogo perfeitamente otimizado. Para completar, o game demora bem mais que o desejado para salvar e carregar.

Como se não bastasse, "Age of Empires III" ainda veio de fábrica com alguns bugs além do esperado, em especial um que simplesmente fazia a trilha sonora parar de funcionar, tanto os efeitos quanto a música.

Sem revoluções

De certa forma, "Age of Empires III" é uma faca de dois gumes: aos que esperavam um jogo revolucionário, que estabeleceria novos parâmetros para o gênero, fica um certo gosto de decepção (ou de "esperava mais que isso"). O game é revolucionário sim, mas apenas no que diz respeito ao seu mecanismo gráfico.

De resto, "Age of Empires III" nada mais é que a evolução natural da série, com as devidas arestas aparadas para torná-lo mais amigável, em especial nas partidas multiplayer. A campanha single-player, um pouco curta, é compensada pelas partidas online e pelo editor de mapas - e, além do mais, uma expansão e mods são apenas uma questão de tempo.

Independentemente disso, o game é divertido, competente e vale cada centavo nele investido, tanto para admiradores antigas da saga quanto para quem está chegando agora. Porém, sem dúvidas, o impacto da nova versão foi muito menor que o de "Age of Empires II" em relação ao original.