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The Movies
PC
"...consegue sucesso ao capturar o fascínio da atmosfera hollywoodiana."


01/12/2005
da Redação

"The Movies" nasceu com pinta de estrela. A premissa, por si só, já é genial, afinal, quem é que nunca quis criar o seu próprio filme? Some-se a isso o fato de o projeto ser encabeçado por Peter Molyneux, considerado uma espécie de "mago" da indústria dos videogames, e resultado é um potencial best-seller - talvez até mesmo o próximo "The Sims", alguns arriscaram.

Dois em um

Na verdade, "The Movies" é um pacote com dois produtos bastante distintos entre si: primeiro, um jogo de administração no melhor estilo "Sim" ou "Tycoon", no qual você constrói a gerencia o seu próprio estúdio hollywoodiano; o segundo, por sua vez, é uma interessante ferramenta de criação de filmes, que dá asas à imaginação de qualquer aspirante à Steven Spielberg virtual.

O modo principal reúne as duas porções, mas o objetivo é um só: ter o maior e mais bem-sucedido estúdio de cinema do mundo, à base de muitos sucessos de bilheteria, obviamente. A missão começa em 1920 e se estende pelas décadas seguintes, liberando com o passar do tempo novas tecnologias para melhorar as instalações do estúdio e a produção dos filmes.

Como o tutorial se limita ao básico do básico, abrangendo interface e câmera, o modo principal, especialmente em seus primeiros minutos, acaba sendo extremamente didático, ensinando você a jogar através de dicas sucintas que "pipocam" pela tela na forma de pequenos balões informativos.

Qualquer um com alguma experiência em jogos de administração não estranhará os mecanismos básicos de "The Movies". Com um extenso terreno à sua frente, a primeira coisa a fazer é contratar funcionários, começando pelos velhos e bons construtores: "pau para toda obra", eles é que colocarão a mão na massa para erguer os sets, escritórios e outras estruturas do seu estúdio.

Feita a oficina de teatro, é possível recrutar atores novatos - e, quem sabe, futuras estrelas. Naturalmente, diretores também são necessários, bem como roteiristas, uma equipe técnica e até mesmo figurantes. Com isso e alguns outros edifícios, já se torna possível rodar o primeiro filme, e aí sim as coisas ficam de fato empolgantes.

No começo, os filmes são criados pelo computador; a você, cabe determinar quem fará o quê e qual será o gênero da obra: ação, comédia, drama, romance ou ficção científica. Com alguns segundos de duração e roteiros bem "bobinhos", os filmes podem ser bem recebido ou não pela crítica, que ou elogia o trabalho eloqüentemente ou coloca a sua baixo-estima lá no alto através de comentários como "já vi chimpanzés atuando melhor".

Você sabe: lidar com pessoas já costuma ser complicado; com atores então, nem se fale. Egos inflados são freqüentes nesse ramo e apaziguá-los também está entre as suas tarefas. Uma série de fatores influencia no astral das estrelas (com o perdão do trocadilho), como salário, imagem e estafa - afinal, fazer sucesso cansa.

É como aquele número em que se equilibra vários pratos em cima de varetas: entre as ações estão as tarefas de manter os atores ensaiados, entretê-los após uma filmagem cansativa, mimá-los com um trailer, presentes e, mais pra frente, até mesmo assistentes. Para piorar, com o passar do tempo, o estrelato tende a subir na cabeça dos atores, que ficam mais exigentes e suscetíveis, por exemplo, a brigar com outros colegas de trabalho.

Tudo isso e mais um pouco conta no resultado final de um filme, por isso é preciso deixar as coisas mais afinadas quanto possível antes de começar uma filmagem. Cada obra tem um orçamento e, após a estréia, é possível acompanhar a bilheteria em tempo real, com as verdinhas chegando aos seus cofres. Como o julgamento do quão bom (ou não) são os filmes está a cargo de uma inteligência artificial, por mais criativo que você seja, nem sempre esses critérios são levados em consideração de forma justa, o que em certas situações pode ser bastante frustrante.

Tem até Oscar (ou quase isso)

O seu estúdio concorre com outros quatro pela supremacia na Hollywood virtual, em um ranking de prestígio freqüentemente atualizado, de acordo com os sucessos de bilheteria, qualidade das instalações, situação financeira, dentre outros critérios. A cada cinco anos, dentro da linha de tempo de "The Movies", ocorre uma cerimônia de premiação (Oscar, alguém?), intitulada Lionhead Motion Picture Awards, para agraciar filmes, atores e estúdios que se destacaram nos últimos tempos.

Como já dito anteriormente, é bem provável que você questione os critérios do computador ao premiar os estúdios, pois eles são bem discutíveis. Porém, se pararmos para pensar, com o Oscar, que é devidamente selecionado por seres humanos, também não é lá muito diferente.

Ainda sobre a porção de gerenciamento de "The Movies", embora ela não seja lá muito complexa, dá para se manter bastante ocupado com as variáveis: no salão de maquiagem, por exemplo, você muda o estilo dos seus atores e o mais bacana é que isso não conta somente na aparência: o astral do personagem muda em tempo real de acordo com a mudança no corte de cabelo, por exemplo, então você consegue ir "moldando" a estética da forma mais apropriada.

Na sala dos roteiristas, é possível saber qual é o gênero que lidera a preferência do público naquele momento e, como sem marketing um filme é nada, com algumas pesquisas de opinião é possível até mesmo lançar moda através do seu "longa-metragem", transformando um bom filme em um "blockbuster". Embora não seja um jogo com grande enfoque em questões de microgerenciamento, os mais detalhistas terão nessas nuances um bocado de afazeres para se manter ocupado e tentar agradar a crítica especializada.

Colocando a mão na massa

Ok, já falamos bastante sobre a parte de administração, então vamos partir agora para a ferramenta de produção de filmes. Cá, entre nós, se é para deixar a produção nas mãos do CPU, o jogo perde toda a graça, já que a magia está justamente em colocar a mão na massa e testar a sua capacidade criativa com os recursos disponibilizados por "The Movies".

O "Advanced Movie Maker" é simples de mexer, no amigável sistema de "clicar e arrastar", mas tem um alcance que não deve ser subestimado. Três manequins representam os papéis principais do filme e basta arrastar suas estrelas em seus lugares para definir quem desempenhará qual papel. Roupas, cenários, clima, iluminação, pano de fundo, músicas, sons... tudo isso pode ser personalizado pelo jogador. Até mesmo a sincronia labial dos atores pode ser modificada, de forma a acompanhar as legendas - os personagens falam um idioma próprio (como o "Simlish", de "The Sims").

Cada um dos cinco gêneros é montado de uma forma diferente, dividido em diferentes etapas. No caso de um filme de terror, por exemplo, há a "introdução", que determina a cena e dá o tom para o resto do filme; o "choque", evento estranho que assusta o herói e dá uma dica sobre o que ele irá enfrentar; a "busca", quando o herói procura pistas e investiga; o "encontro", normalmente uma cena assustadora em que o vilão comete um ato maléfico; a "preparação", que antecede o encontro entre herói e vilão; a "grande luta", ou seja, o confronto propriamente dito entre ambos; e, finalmente, a "resolução", quando o herói triunfa sobre o oponente, pondo um fim na ameaça.

Baseado nesses preceitos e padrões pré-determinados, você cria seus filmes arrastando e soltando as cenas, quebrando-as em cenas menores, enfim: uma infinidade de recursos que ajuda a enriquecer a produção. A liberdade não é total, mas é vasta o suficiente para permitir muitas variações. À medida que a Lionhead promete atualizações constantes para "The Movies", sem contar eventuais expansões e mods, a vida útil do título pode se estender por tempo indeterminado.

Sofá, pipoca e a internet

Logicamente, você não vai querer que apenas uma inteligência artificial de critérios bastante limitados e discutíveis avalie as suas criações, correto? Por isso, o jogo possibilita gravar os filmes em formato .wmv (Windows Media Player) e exportá-los para uma área especial, dentro da comunidade do site oficial de "The Movies". Lá, existe um ranking com os melhores filmes, escolhidos de acordo com o voto dos internautas.

Talvez o principal problema de "The Movies", no final das contas, seja uma certa "desconexão" entre a porção de administração e a ferramenta de criação de filmes. Ou seja, para ter uma experiência realmente legal com o jogo, é preciso ir à internet e compartilhar seus filmes com outras pessoas. Além do mais, a porção administrativa nada é além de mediana, muito disso devido à pouca profundidade dos aspectos gerenciais, limitando decisivamente o desafio para os mais chegados ao gênero. Em outras palavras, a impressão é que toda a estória de montar e administrar um estúdio está ali apenas para dar sentido ao título.

O próprio apelo de "The Movies" é voltado para um público mais casual - algo na linha de "The Sims"-, por isso a Lionhead não investiu muitos esforços em criar um visual soberbo ou avançado. Na verdade, o jogo tem gráficos na medida certa para rodar em máquinas medianas sem muitos problemas. Os recursos de zoom e rotação de câmera, além da perspectiva do diretor do filme, possibilitam acompanhar as filmagens de todos os ângulos possíveis, mas não espere cenários exageradamente animados, expressões faciais detalhadas ou mesmo texturas cheias de nuances.

Bem-humorado, "The Movies" consegue sucesso ao capturar o fascínio da atmosfera hollywoodiana, no meio do mar de continuações e de repetição que cada vez mais dita as regras do entretenimento eletrônico, e vale muito a pena por privilegiar a mente de quem está por trás do monitor. Em suma, uma ferramenta poderosa e que somente com o tempo poderá ser exatamente mensurada, sem contar o passatempo divertidíssimo para os cinéfilos de plantão.
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Videoanálise de "The Movies" na TV UOL