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Análises
True Crime: New York City
PC
"... seria bastante satisfatório se as missões não fossem tão repetitivas..."


19/12/2005
da Redação

A essa altura, dizer que "Grand Theft Auto" influenciou vários jogos é chover no molhado, e significa que um sem-número de "clones", que não acrescentaram nada e tampouco ficaram na memória dos jogadores. Mas todo esse sucesso também serviu para criar alguns bons títulos, como "True Crime: Streets of L.A.", de 2003.

O game da Luxoflux era grandioso e conseguiu realizar boa parte de sua ambição, como reproduzir de maneira bastante fiel o mapa da cidade norte-americana que lhe dá nome. A isso, era aliada uma história interessante e uma mecânica de jogo já famosa na clássica série da Rockstar, o próprio "GTA".

A continuação "True Crime: New York City" tinha tudo para repetir o sucesso do original, agora com uma cidade muito mais popular, em todos os sentidos, seguindo o estilo característico de perseguições, lutas corporais, tiroteios, enfim: o pacote completo de uma metrópole como a "Big Apple". Tudo estava bem encaminhado, mas no meio do caminho surgiram missões repetitivas e instabilidade na taxa de quadros.

Bem-vindo a Nova York

Em "True Crime: New York City", o jogador controla Marcus, membro de uma família de gângsteres. As primeiras cenas jogáveis, em flashback, mostram o protagonista todo ensangüentado, conseqüência de uma emboscada, em busca de vingança imediata contra os rivais.

Nesta parte, tudo que se tem a fazer é atirar e matar -isto é, travar a mira com um botão e atirar com o outro- até completar o objetivo. Agora, cinco anos depois, Marcus vira um policial e seu pai está atrás das grades. Mas o assassinato misterioso do responsável pela endireitada na vida do protagonista dá início à aventura.

A estrutura de missões segue o clássico modelo do game da Rockstar, com diversos tipos de missões para cumprir. As tarefas principais são as da própria delegacia e de sua investigação particular para desvendar o misterioso crime, mas também há uma série de pequenos casos, além de liberdade para fazer o que quiser nas ruas e Nova York. No entanto, diversas missões são muito parecidas entre si, e logo fica cansativo ter de cumpri-las.

Como sempre, as primeiras ações servem para colocar o jogador a par dos controles. Aqui, tudo é feito "em nome da lei": o tutorial ocorre sob forma de treinamento na academia de polícia, que ensina o básico das lutas corpo-a-corpo, da perseguição de carros e do manejo das armas.

Feito isso, é hora de ir para as ruas praticar o "manual padrão" do policial, que inclui revistar suspeitos e prendê-los caso você encontre algo ilegal - mas antes convém se identificar como agente da lei. Se mesmo assim você não conseguir a atenção dos encrenqueiros, o jeito é disparar um tiro para o alto.

Como policial, o jogador tem a prerrogativa de usar qualquer veículo civil, bastando apresentar o distintivo, procedimento que não é exatamente obrigatório, mas convém fazê-lo para evitar reclamações mais tarde. As armas de fogo somente são permitidas se o oponente também estiver armado - nesse caso, ele é marcado com um ícone vermelho.

Essas deveriam ser as condutas de um integrante das forças policiais, mas o jogador não é obrigado a segui-la. Se preferir, pode transitar pelo "lado sombrio" e realizar uma série de práticas abomináveis como abuso de poder e confisco de bens. Nem por isso sua carreira de policial ficará prejudicada, mas se exagerar você corre o risco de ser rebaixado.

Como na vida real, o dinheiro exerce um papel fundamental: com ele, o policial poderá adquirir bens como carros e, assim, facilitar sua tarefa como agente (fora) da lei. O jogador pode simplesmente viver do parco salário, ou sucumbir a algumas atividades paralelas para conseguir uma grana extra.

Guia turístico virtual

Como em "Streets of L.A.", a reprodução da cidade ficou bem fiel no jogo. Causa uma sensação diferente passear por cenários que existem de verdade, com nomes de ruas reais e os principais cartões postais da cidade, como a Times Square e o Central Park. De fato, esse componente de "tour virtual" é uma das boas diversões do game. O mapa, como não poderia deixar de ser, é realmente grande e até os metrôs foram incluídos, servindo para fazer uma viagem rápida às diversas localidades da cidade.

A reprodução de cidades já foi feita em games como "Homem-Aranha 2", que se passa numa Manhattan estilizada, ou mesmo em "GTA", cujos mapas se inspiram em cenários reais, como São Francisco e a própria Nova York. Porém, um passeio em "True Crime: New York City" é recompensador por ser uma cópia quase fiel da "Big Apple".

Por outro lado, infelizmente a produtora põe muito a perder com um controle ruim dos veículos. É difícil dizer qual é o erro, mas a sensação lembra a direção de um barco, e não de um carro. Além disso, o trânsito e os transeuntes fazem questão de atrapalhar sua vida. Todos sabem que Nova York tem um tráfego pesado, mas precisava dificultar tanto a vida de um policial já pressionado pelo tempo e obrigações?

Mesmo quando se usa a sirene, parece que os carros desviam sempre para o lado errado, muitas vezes piorando uma situação já caótica. Isso é ainda pior com os pedestres que, toda vez que estão em perigo, parecem fazer questão de mergulhar para a morte, em vez de desviar de seu carro. Assim, dá vontade de passar por cima mesmo.

A física das colisões e dos carros em relação ao terreno também é muito artificial. Pior, é o maior gatilho para alguns erros de programação grotescos. Por isso, não dá nem para brincar de bate-bate nas ruas. Visualmente pode ser até bonito, mas a dirigibilidade e o realismo não são muito bons, o quê, aliado a uma taxa de quadros não muito alta, estraga a experiência de passear pelo mapa.

Se a bordo de veículos o game não chega nem perto de "GTA", nos tiroteios e brigas a situação se inverte. "True Crime: New York City" tem um sistema de mira muito mais robusto que o clássico da Rockstar, ainda que continue sendo impreciso quando é preciso apontar manualmente. Aqui também houve um desperdício, pois quase todos os combates com armas de fogo podem ser resolvidos com a mira automática, o que facilita muito.

É uma pena, pois o sistema de mira precisa poderia ser muito melhor explorado. Nesse modo, pelo menos em alguns momentos, é possível deixar tudo lento, como um efeito de "bullet time". Além disso, é possível mirar em vários pontos do adversário e até mesmo dar tiros não-letais, acertando nos braços e pernas, que ficam marcados com uma retícula azul. Pena que isso não traga muitas vantagens para o jogador.

A grande maçã digital

Por ser um mapa imenso, não dá pra esperar que os cenários tenham muitos detalhes, mas o jogo consegue reproduzir bem o clima de Nova York, mesmo com um visual um pouco mais simples, seja com algumas particularidades de cada localidade ou com elementos que dão vida ao ambiente, como pedestres e o tráfego, que estão aí em grande número.

Os modelos dos personagens e carros se repetem muito, mas não chega a soar estranho na composição do ambiente. Além disso, as ruas, principalmente os becos sujos, contam com muitos objetos, como latinhas e papéis, e o movimento desses elementos também ajuda a compor o ambiente.

Com tanta coisa na tela, é inevitável que o game tenha ficado pesado: a taxa de quadros não é alta e pode cair ainda mais em situações congestionadas. Os efeitos de luz fazem com que os cenários noturnos fiquem mais bonitos e os carros têm um sistema de danos até que complexo, deformando suas partes de acordo com o local de colisão dos veículos.

A variedade dos efeitos sonoros é bem grande e a qualidade bastante competente. A trilha musical é esporádica, incluindo composições licenciadas e bandas como The Misfits e Danzig. A dublagem traz a tarimba de atores experientes, como Laurence Fishburne (o Morpheus de "Matrix") ou Mickey Rourke - ressuscitado como o personagem Marv em "Sin City".

"Grand Theft Auto" em nome da lei

"True Crime: New York City" seria bastante satisfatório não fossem as missões tão repetitivas e a velocidade do game tão baixa, sem contar os notórios erros de programação. A "parte veicular" ficou prejudicada pela estranha dirigibilidade e simulação de física, mas o título ainda tem atrativos como um mapa sedutor e um sistema de jogo robusto, principalmente nos combates. Infelizmente, os acertos não são suficientes para apagar a impressão de um título que parece ser menos cuidadoso que o antecessor.