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Análises
50 Cent: Bulletproof
PlayStation 2
"... é mais fácil os inimigos morrerem de bala perdida, de tão ruim que são os controles."


20/12/2005
da Redação

O rapper americano 50 Cent é um dos maiores vendedores de discos dos últimos tempos e sua influência também está se estendendo fora do meio musical. Atualmente, ele participa de um filme autobiográfico e também de "50 Cent: Bulletproof", jogo para PlayStation 2 e Xbox.

"Ideologicamente", o game parece se alinhar a títulos como "Grand Theft Auto", mas na prática é muito mais simples e direto, como um "Max Payne" ou "Dead to Rights", guardadas as suas devidas proporções. Mas, nos tiroteios do rapper é mais fácil os inimigos morrerem de bala perdida, de tão ruim que são os controles.

"Manos" em armas

Resumidamente, "50 Cent: Bulletproof" é um título de ação com visão em terceira pessoa, gênero que normalmente conta com funções de mira automática, tentando focalizar a dificuldade no desvio da chuva de balas.

Mas a produtora do jogo tomou a equivocada decisão de manter apenas a mira manual. A essa altura, é notório que os controles de videogames estão longe do ideal para compor uma mira precisa e rápida, como a combinação de mouse e teclado dos PC - uma das razões de "Max Payne" não ter dado certo nos consoles. Somente algumas produções, como "Half-Life 2", "Far Cry Instincts" e "Darkwatch", conseguiram contornar a limitação, e não sem fazer algumas concessões.

Mas esse não é o caso de "Bulletproof", que alia péssimos controles, principalmente em relação à mira, e visão deficitária, com o pior dos modos de primeira e terceira pessoa. Não é fácil enxergar em volta, não existe imersão e, além disso, o controle da visão também é ruim, conseqüência da má calibração do direcional. Encurralado nas paredes, a câmera se aproxima demais do personagem, limitando ainda mais o campo de visão.

O problema está na própria programação, visto que nenhum ajuste consegue trazer a precisão mínima exigida num game de tiro com mira livre. Parece até piada que a taxa de acerto dos tiros fica maior quando a retícula fica parada no oponente por um segundo ou dois. Para começar, é difícil colocar a mira e, depois, os oponentes não param de se mexer.

Então, uma das poucas saídas é atirar a esmo e ver o que acontece, ou se arriscar um pouco mais chegando perto dos inimigos. Por conta disso, a taxa de mortalidade do protagonista acaba sendo alta. E o pior é que a "dificuldade" é resultado de um controle deficitário e de um sistema de jogo desequilibrado. Desafio é uma coisa, desajuste é outra.

Seja rico ou morra tentando

Mas nem só de tiroteio vive 50 Cent e sua turma do G-Unit: com o passar do tempo, eles ganham golpes de contra-ataque e corpo-a-corpo, todos com generosas doses de violência e sangue. Esses ataques são comprados com dinheiro que você rouba das vítimas ou acha em algum beco escuro.

Aliás, pegar algum item no chão é mais trabalhoso do que se imagina. Geralmente, nesses casos basta estar perto do objeto para poder interagir com ele, mas "50 Cent: Bulletproof" ainda exige que o personagem esteja voltado para o item, para finalmente aparecer o comando que permita apanhá-lo. Em suma, são pequenos desconfortos que vão minando ainda mais a paciência do jogador.

Se há algo que ajuda o jogador, são seus companheiros, que aparentemente merecem o subtítulo do game, de tão duros na queda. Talvez seja menos penoso deixar seus amigos derrubarem os inimigos e cuidar somente do rescaldo. Mas, se eles são raçudos, embora tenham um lado cabeção também, pois podem ficar presos em algum lugar e, pior: impedir você de passar. Às vezes, um tiro resolve essa situação.

E quem esperava uma aventura grandiosa, com mapas enormes, liberdade e uma infinidade de missões para fazer, vai ficar desapontado. O título é bem simples, com um andamento linear e um roteiro bem raso, que envolve a morte de um amigo e vingança. Mesmo no final, a situação continua nublada, devido ao script ruim.

Os personagens dessa história são, naturalmente, o próprio 50 Cent e seu grupo, a G-Unit, que conta com artistas como Yayo, Buck e Banks, além de outras figuras conhecidas como Eminem e Dr. Dre. Ou seja, uma verdadeira ação entre amigos.

"Quebradas" virtuais

Os fãs do rapper terão mais motivos para comemorar: o jogo simplesmente conta com um caminhão de sons do artista, além de alguns vídeos - porém de baixa qualidade. Mas, infelizmente, para liberar tudo isso é preciso encarar o jogo em si, o que pode ser uma tarefa árdua. O único alento para os fãs é que a representação de todas essas celebridades dentro do jogo está muito fiel à realidade.

Os personagens são um dos poucos destaques do jogo. Mesmo os inimigos "anônimos" foram montados com um bom número de detalhes e o fluxo de tela é bom, sem muitos travamentos, embora os cenários sejam muito toscos. O game usa a escuridão como subterfúgio para esconder essa característica, mas tudo que consegue é apenas dificultar ainda mais a vida do jogador. Lugares iluminados apenas escancaram as texturas indefinidas do game.

Na parte sonora, a avaliação depende única e exclusivamente do gosto musical. Se for fã do artista, terá uma série de músicas para ouvir. Porém, essas trilhas liberadas, por alguma razão misteriosa, não são usadas durante o jogo, quando apenas algumas poucas composições ficam se alternam incessantemente. Os efeitos sonoros, como o dos tiros, são apenas medianos.

Uma das surpresas ficou para as dublagens, feitas pelos próprios artistas. É verdade que é mais fácil interpretar a si mesmo, mas o resultado é melhor que o de muitos jogos, além de conferir autenticidade. Os textos em si podem não ser muito bons, mas isso não é culpa de 50 Cent e sua turma.

Não vale o que pesa

"50 Cent: Bulletproof", na verdade, é um poço de promessas não cumpridas. Dava a entender que teria o mecanismo de "GTA", mas não passou nem perto. Declarar que o título - que contém sexo, violência e drogas - seria "seguro para crianças" é uma verdadeira irresponsabilidade. E o que sobrou é um raso produto com tiroteios imprecisos, um verdadeiro estorvo até para os fãs, que precisam passar pelo tormento para ouvir as faixas e vídeos bônus. Pelo preço do jogo, é melhor comprar o CD e o DVD do artista, e ainda sair com um troco bem maior que 50 centavos.