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GrimGrimoire
PlayStation 2
"É por jogos assim que o PlayStation 2 se recusa a sair de cena."


24/07/2007
da Redação

Se a produtora Vanillaware deu uma nova visão aos RPGs com "Odin Sphere", agora, pelo jeito, quer empreender a mesma transformação a outro estilo, mais famoso nos computadores: o de estratégia em tempo real (RTS, na sigla em inglês). Se não chega a subverter o gênero, ao menos "GrimGrimoire" o reinterpreta de forma criativa, sem perder sua essência, e adicionando muita fantasia.

O game conta a história de Lillet Blan, uma aprendiz de feiticeira que é admitida na prestigiosa Academia de Magia. Mas logo em seus primeiros momentos já vai ter muitas aventuras, devido as tramas sórdidas que estão em andamento nos escuros corredores na instituição. Na escola, Lillet encontra colegas como Margarita Surprise e Bartido Ballentine, além de professores das quatro principais disciplinas de magia, como Gammel Dore, um típico arquétipo de grande feiticeiro, com longas e imponentes barbas brancas; Advocat, que é o próprio demônio em pessoa; e Chartreuse Grande, que assume uma forma de leão.

Tudo isso faz lembrar de "Harry Potter", mas o estilo narrativo é totalmente diferente. Em vez de trazer a história cronologicamente, o game conta e reconta os cinco dias em que se passa os eventos, repetidas vezes, mas trazendo a cada rodada novas descobertas sobre os acontecimentos. É um estilo similar ao do filme "Feitiço do Tempo" ou, em menor escala, de "Efeito Borboleta". São cinco dias que representam cerca de 25 horas de jogatina, ou seja, conteúdo é o que não falta.

Todos os episódios são contados através de livros - inclusive as partes jogáveis - e isso é bom para revisar as cenas passadas e também retornar aos estágios anteriores, se necessário. Além disso, à medida que avançar na história, a estante de baixo vai trazendo fases extras, que funcionam como desafios: em geral, são bem mais difíceis que os estágios "normais".

Fantasia em tempo real

Games de estratégia em tempo real não costuma ser simples, e "GrimGrimoire", que não tem a mesma grandiosidade e profundidade de um "Command & Conquer 3", por exemplo, não é exceção. É bem mais enxuto, mas nem por isso deixa de ter a essência do gênero, que consiste em administrar tempo e recurso, e pensar em estratégias para acabar com os inimigos. Fazer um "arrastão" funciona somente nas primeiras fases.

As primeiras partes começam bem didáticas, mostrando o bê-à-bá do gênero, ou seja, como mover as unidades, para quê elas servem e como construí-las. A fórmula é a mesma: é preciso juntar recursos - que nesse game responde pelo nome de mana, e vem dos cristais - e usá-los para construir novos círculos místicos (correspondem às estruturas de um RTS "comum") e unidades.

Outra particularidade é que, em vez de acontecer num campo aberto, visto do alto, a visão aqui é lateral, como se fosse um game de plataforma. A fase tem estrutura de torre e paredes dão uma topografia de labirinto, mesmo que simples. Nesse lugar, estão o seu círculo, que é seu quartel-general e seu colapso representa o fim-de-jogo, e a do oponente, além de cristais espalhados por vários cantos.

O domínio dos cristais é fundamental, pois é com os recursos advindos delas que se constrói o exército. No entanto, aqui, cada uma das pedras só pode ser explorada por uma das famílias de magia. Por exemplo, se um cristal for de posse de um elfo (que é da divisão glamour) não pode servir aos fantasmas, do tipo necromancy. Não imediatamente, ao menos. Faz parte da estratégia a qual grupo vai pertencer as pedras.

Estratégia regada a feitiçaria

Os grimoires do título dizem respeito aos 12 livros existentes, três de cada família. Cada um deles gera um círculo místico diferente, que possui funções específicas. As que geram unidades podem ter seu "level" aumentado, e assim, ganhar mais utilidade, como, por exemplo, poder gerar unidades mais fortes.

Quanto mais poderosa a criatura, maior a quantidade de mana necessária para criá-la. Mas isso não quer dizer que haja alguém invencível. Em maior ou menor grau, todos eles têm primazia sobre certos inimigos, enquanto são presas fáceis para outros. No caso, os glamours dominam os necromancies; estes têm vantagem sobre os sorceries que, por sua vez, superam os alchemy; por fim, eles batem os glamours, fechando o círculo. Mais uma vez, administrar essa relação de dominação é parte essencial da estratégia. Além disso, há diferenças em relação a mobilidade: raças que voam não precisam se preocupar com a geografia do lugar.

A experiência mostra que fazer um RTS em console é complicado, devido aos poucos botões que um joystick tem. "GrimGrimoire" acerta ao tornar os combates menores, com um mapa pequeno e com pouca quantidade de unidades na tela (se comparado com um RTS "tradicional"). Assim, usando poucos botões, consegue ter um bom esquema de controle. Mesmo assim, quando há muitos grupos para administrar, o dispositivo mostra sua limitação, e não consegue lidar em situações em que muitas coisas acontecem ao mesmo tempo. Ainda bem que, na hora de escolher os comandos, o relógio pára durante esse período.

Um dos grandes contratempos é que não é possível salvar o game durante as lutas, que, mais para frente podem durar 80 a 90 minutos. Também não é muito fácil repetir a mesma fase depois de todo esse tempo.

Conto de fadas em forma de game

Visualmente, "GrimGrimoire" faz o mesmo estilo de "Odin Sphere", com personagens desenhados à mão, em 2D, num estilo que parece misturar contos de fadas e quadrinhos japoneses. As cores são vivas e as belas animações fazem com que pareçam ilustrações em movimento. Com tantos "bonecos", aliados aos efeitos visuais, e abusando de transparências, a tela fica um verdadeiro pandemônio. É bonito de ver, mas um tanto confuso para quem joga. O ponto alto fica para o confronto das unidades gigantes (mesmo!), como dragões e quimeras, que proporcionam batalhas épicas. As cenas não-interativas acontecem através de lindas ilustrações e textos - escritos e falados -, sem animações. As cenas são quase estáticas, mas leves movimentos, como as que fazem os personagens respirarem ou mexerem os dedos, por exemplo, dá-lhes vida.

A trilha musical não é tão marcante como o visual, mas tem boa qualidade, completando o clima de fantasia e das lutas épicas. Em geral, as dublagens estão competentes, mas isso não se aplica a todos os personagens. Alguns têm falas forçadas demais. O game também traz as vozes originais em japonês. Durante as lutas, poderia haver mais variedade de frases, mas, ao menos, do ponto prático, ter apenas uma fala para cada unidade é bom para poder identificá-las.

Magia não acabou

"GrimGrimoire" pode não ser tão profundo e complexo como os RTS tradicionais, mas, mesmo em menor escala, consegue trazer o sumo do gênero com criatividade. O título traz excelentes fases, que requerem muito senso estratégico para serem vencidas. Ainda que mais simples, não é um título para todos os gostos, mas serve também para iniciar novos jogadores. Para os veteranos, além de uma visão diferente sobre o tema, oferece muitos desafios. É por jogos assim que o PlayStation 2 se recusa a sair de cena.