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Análises
Siren
PlayStation 2
"... a habilidade de sintonizar os olhos de qualquer inimigo..."


04/05/2004
da Redação

Os jogos de terror seguem uma longa tradição que pode ser traçada até o clássico "Alone in the Dark", mas não é possível ignorar a importância de "Silent Hill", o jogo da Konami que levou os sustos para um plano mais psicológico. O diretor do game, Keichiro Toyama, agora tenta expandir ainda mais sua influência em "Siren".

Sireneia

O título do jogo é uma forma de trocadilho. O game se ambienta numa cidade chamada Hanuda em um isolado vale japonês. Quando uma sirene (que é a mesma palavra para sereia, aquela cuja voz encantava navegadores) toca, as montanhas são substituídas por água vermelha e todos as pessoas do local se transformam em shibito, uma espécie de zumbi: a influência de mitologia oriental no game é pesada.

Jogadores devem controlar um grupo bastante variado de 10 personagens, que devem completar pequenas missões em dezenas de pequenos episódios. Todos esses são conectados por uma planilha, já que a ordem cronológica das missões e troca de personagem é aparentemente aleatória. Realizar certos objetivos secretos (como encontrar chaves ou tentar arrombar portas) destrava objetivos secundários em outras missões.

Antenado no horror

A mecânica do game é bastante diferente. Os personagens contam com alguns movimentos simples como correr, se agachar, usar armas e manipular objetos - mas o verdadeiro truque é Sightjacking... a habilidade de "sintonizar" os olhos de qualquer inimigo (ou amigo) e ver o mundo do ponto de vista deles. Como os zumbis são imortais (podendo ser apenas incapacitados temporariamente) e os personagens frágeis, essa função é vital na hora de planejar os movimentos pelas ruas e bosques escuros ou enevoados de Hanuda.

Essas características fazem com que toda a experiência seja extremamente difícil - e a curta duração das missões parece proposital para garantir que a constante repetição não se torne demasiadamente frustrante. Planejamento acaba se tornando mais importante do que reflexos rápidos, e fugir muitas vezes é a melhor opção (e nem sempre o suficiente para impedir um Game Over. Mesmo assim, "Siren" é um game apenas para jogadores habilidosos ou EXTREMAMENTE pacientes.

Apesar da mecânica original, o tecer da trama é definitivamente o aspecto mais elaborado de "Siren". A enorme planilha de personagens e horários dos três dias de duração do game podem parecer completamente absurdos no começo, mas pouco a pouco o panorama dos acontecimentos começa a fazer mais sentido. Isso é possível através de diversos itens (documentos, cadernos, diários, jornais) que são encontrados durante a partida e podem ser lidos e relidos a qualquer momento. A união desses textos e imagens lentamente explicam a motivação de cada um dos protagonistas, assim como as causas desse bizarro evento. Com a possibilidade de múltiplos caminhos, jogar mais de uma vez a maioria das missões garante um alto valor de replay a "Siren".

Não jogue à noite

A produção do jogo é excêntrica, mas eficiente. O uso de atores para compor as faces (ao invés de animações) ajuda a aumentar a tensão. Os ambientes escuros parecem tão mortos quanto os shibito - a tensão chega a ser palpável. O departamento sonoro segue o mesmo padrão: os efeitos sonoros utilizam uma tecnologia para simular 3D que mergulha o jogador nesse mundo estranho, aterrorizando qualquer um - seja com o bipe de um orelhão ou o respirar ofegante dos shibito. A única ressalva está na dublagem do game: todos apresentam vozes com sotaque britânico, algo que acaba sendo uma enorme distração em algo tão oriental. E a ausência de legendas (provavelmente para aumentar a imersão) faz desse um game apenas para os totalmente fluentes no idioma.

"Siren" não é um jogo para qualquer um. Sua preocupação em perturbar mentalmente parece muito maior do que o interesse do diretor em fazer dele um produto acessível. Mas quem busca um bom susto e está disposto a pagar o preço viverá uma das mais elaboradas aventuras do gênero disponível nos videogames.