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Análises
Resistance: Fall of Man
PlayStation 3
"...prova que nem sempre é preciso apresentar um monte de inovações para ser um bom game."


01/12/2006
da Redação

A Insomniac Games, responsável por séries como "Spyro the Dragon" (apenas no PSOne) e "Ratchet & Clank", bastante populares nos consoles da Sony, pelo estilo leve e descontraído, decidiu mudar radicalmente de ares em sua estréia no PlayStation 3: "Resistance: Fall of Man", anteriormente conhecido como "I-8", é um jogo de tiro em primeira pessoa, com elementos de ficção científica, e um dos principais títulos da leva inicial do console de nova geração da Sony.

O game é ambientado em uma versão alternativa da realidade, na qual a Segunda Guerra Mundial nunca aconteceu, tampouco a crise de 1929, nos Estados Unidos, e a ascensão do comunismo, na Rússia. Contudo, em 1951, ano em que se desenrolam os fatos do jogo, a Inglaterra é invadida por uma raça alienígena conhecida como Chimera. Logo, o resto da Europa e também a Ásia sofrem com a ameaça.

O protagonista da trama é o Sargento Nathan Hale, do exército norte-americano, e que, em solo britânico, é o único que parece não ser afetado por um vírus disseminado pelos aliens e que deixa todos em uma espécie de coma. Logo, ele se torna uma peça fundamental na luta contra os Chimera e, por conseqüência, na sobrevivência da humanidade.

A trama pode não parecer nada excepcional, mas é conduzida de maneira inspirada, narrada em formato de flashback pela Capitã Rachel Parker, líder da resistência inglesa contra a invasão. Aos poucos, novos acontecimentos são desvelados, colocando um pouco mais de emoção em meio à frenética fórmula de ação do game.

A arte de tirar proveito

A grosso modo, "Resistance: Fall of Man" não parece ser muito diferente da maioria dos "shooters" que abarrotam as prateleiras por aí. Um olhar mais atento e dedicado, no entanto, mostra que o mérito do jogo está em aproveitar bons ingredientes do gênero para criar uma experiência de ação envolvente, ajudada pelo poderio gráfico do PlayStation 3, ainda que as sempre desejadas inovações fiquem em segundo plano.

Como o contexto é alternativo, as armas são quase todas fictícias, muito embora a maioria faça referência a modelos bastante conhecidos - granadas, rifles, metralhadoras, lança-mísseis etc. O toque especial fica por conta dos armamentos alienígenas, que adicionam um pouco de criatividade ao arsenal.

O BullsEye, por exemplo, tem um modo de fogo alternativo que atira uma espécie de "etiqueta" e, a partir de então, a munição passa a ser direcionada automaticamente à ela; já a Auger é um tipo de metralhadora cujos tiros são capazes de passar por alguns objetos. Com isso, esconder-se em certos locais por muito tempo, para ter cobertura, nem sempre é uma boa idéia.

Normalmente, na maior parte do tempo, você está sob fogo inimigo, seja tentando proteger-se dos Chimera ou então ganhando posições no território inimigo. De vez em quando, aparecem alguns soldados aliados para auxiliá-lo nos combates, mas eles não costumam durar muito tempo, o que faz de do Sargento Nathan um combatente quase solitário, por ser aparentemente o único capaz de sobreviver ao vírus alien.

Diferentemente de "Call of Duty" ou "Halo", nos quais a barra de energia recupera-se completamente após algum tempo longe do fogo inimigo, em "Resistance" a barra é dividida em quatro quadrantes e apenas o mais próximo deles, em relação à condição de saúde do personagem, é recuperado automaticamente. Contudo, há kits de saúde em certos pontos das fases e, não menos importante, é possível carregar quantas armas você encontrar.

Correr, se proteger e atirar

Na maioria das vezes, você está sozinho e, por conseqüência, em desvantagem numérica contra os Chimera - que, como manda o figurino, são aliens feios e intimidadores. Para completar, eles são bastante inteligentes: com uma mira consideravelmente precisa, buscam sempre proteção e coordenam ataques conjuntos, flanqueando o Sargento Nathan.

Por essa razão, ao longo das dez fases de "Resistance", cuja campanha single-player tem uma média de 12 horas de duração, muitos dos confrontos funcionam na base da "tentativa e erro". Ou seja, se não deu certo investir no fogo pesado, melhor tentar novamente com uma abordagem mais estratégica, tentando cercar o inimigo ou usando granadas.

É sempre bom aproveitar o cenário para se proteger, esquivando-se dos tiros e abrindo fogo quando possível - mas sem permanecer muito tempo no mesmo lugar, já que a inteligência artificial é agressiva. Por sorte, o jogo salva seus progressos em "checkpoints" com freqüência, evitando a frustração de ter que passar pelos mesmos desafios seguidas vezes.

Os controles funcionam de forma semelhante ao que é normalmente visto em jogos de ação em primeira pessoa, com as alavancas analógicas sendo empregadas para mover o personagem e mirar, enquanto o gatilho direito atira e o direito circula entre as armas. Ademais, há as funções de abaixar, pular etc.

O único aspecto que foge do convencional é o tímido uso da sensibilidade aos movimentos do Sixaxis: há um monstro que gosta de agarrá-lo pela garganta e, quando isso acontece, é preciso chacoalhar o controle para se livrar; além disso, no modo multiplayer, o mesmo princípio é empregado para escapar do fogo do lança-chamas.

Vez ou outra, há cenas com veículos, colocadas com o nobre objetivo de proporcionar um pouco mais de variedade à ação. E funcionou: o primeiro a aparecer é um tanque que faz grande estrago com seu poder de fogo; depois, tem um jipe com uma metralhadora montada. São seqüências raras e, embora interessantes, não chegam a ser desafiadoras, pelo alto poder de destruição dos veículos, que praticamente não dão chance alguma aos aliens.

Vistoso

É possível jogar a campanha single-player em modo cooperativo, com tela dividida, mas não online, infelizmente. Como um jogador pode "ressuscitar" seu companheiro, jogar cooperativamente deixa o game mais fácil. Fora isso, o estímulo para tentar novamente a campanha está no fato de que, ao terminar o jogo pela primeira vez, novas armas são destravadas e podem ser utilizadas a partir de então. São liberados também certos extras, como imagens conceituais, conforme certos objetivos são atingidos.

Boa parte da diversão está reservada ao modo multiplayer: "Resistance: Fall of Man", ao lado de "Ridge Racer 7", é único da leva inicial de games do PS3 compatível com partidas online. São permitidos até 40 participantes nas batalhas, em modalidades como deathmatch (sozinho ou em times) e capture-a-bandeira, além de variações de last-man-standing, em que vence o último sobrevivente, e outras que lembram a assault, consagrada por "Unreal Tournament", baseada em disputas por pontos específicos do mapa.
As partidas não apresentaram lag e a interface mostrou-se muito eficiente para encontrar jogos, valendo ou não pontos para o ranking. O game oferece ainda suporte para clãs e lista de amigos. Enfim, tudo como manda o figurino de um bom game de tiro online.

São duas facções: humanos e Chimera, sendo que cada uma tem uma habilidade especial: os humanos possuem um radar que aponta inimigos e aliados, e podem dar "sprints" (aqueles piques rápidos) de um ponto a outro; os aliens, por sua vez, contam com um modo que, temporariamente, permite que vejam através das paredes a movimentação adversária, além de ficarem mais fortes, rápidos e resistentes por algum tempo.

"Resistance: Fall of Man" é uma boa demonstração do poderio gráfico do PlayStation 3, com uma ambientação exemplar, seja nos cenários parcial ou totalmente destruídos ou na modelagem dos Chimera que, embora não apareçam em grande variedade, tem aparência bem asquerosa e assustadora, como era de se esperar.

Não é nada que já não tenha sido visto em outros shooters do mercado, mas complementa de forma magnífica a ação, em especial nas cenas mais agitadas, quando os efeitos das chamas, tiros e explosões faz toda a diferença para deixar quem está do outro lado da tela no clima.

É o mesmo princípio por trás da trilha sonora, graças aos efeitos para as balas e disparos ou nos ruídos terríveis emitidos pelos Chimera. Quanto à música, esta funciona bem, mas sem nenhum destaque especial, servindo apenas para realçar momentos especiais da trama, dentro de um tom orquestrado.

Bom começo

Numa época em que sobram games de tiro em primeira pessoa, a ponto de quase exaurir o gênero, "Resistance: Fall of Man" prova que nem sempre é preciso apresentar um monte de inovações para ser um bom game. Basta fazer um uso eficiente das características do estilo, sem descuidar de aspectos como ambientação, enredo etc e tal. É um título que todo apreciador de um bom shooter pode experimentar sem qualquer temor. Terminada a campanha, há estímulos suficientes para jogá-la novamente, sem falar no sólido multiplayer - uma pena o modo cooperativo não funcionar online.