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Sniper Elite 3

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

05/09/2014 18h29

O sucesso inicial de "Sniper Elite" nasceu por causa de suas brutais câmeras de raio X, que mostram da maneira mais gráfica possível o poder de um atirador de elite.

Mas a série evoluiu, e hoje tem identidade própria e muito mais a oferecer do que apenas violência gratuita. É claro que essa parte ainda é importante para a fórmula de "Sniper Elite III", mas o game tem sistemas envolventes e desafiadores que entretêm os jogadores e empurram os momentos mais explosivos para um papel de coadjuvante.

Quem conseguir enfrentar os ocasionais bugs bizarros com bom humor certamente se divertirá com o shooter, que se posiciona bem longe dos padrões tradicionais de um "Call of Duty".

Introdução

"Sniper Elite III" é uma produção da Rebellion, estúdio inglês veterano dos anos 1990 que além de games faz comics, RPGs de mesa e outros produtos nerd.

O jogo conta a história de um franco-atirador envolvido com o desmantelamento de operações nazistas durante os conflitos da Segunda Guerra Mundial. Neste papel, o jogador deve tratar cada enfrentamento com muita atenção à estratégia, derrotando inimigos a uma distância segura sempre que possível, ao invés de simplesmente personificar o Rambo nos campos de batalha.

A campanha do game pode ser desafiada ao lado de um amigo, e diversos modos multiplayer competitivos e cooperativos completam o pacote.

Pontos Positivos

Cenário 'novo'

Em 1942, o franco-atirador da agência de inteligência norte-americana OSS Karl Fairburne é enviado à África para assassinar um general nazista e acabar com seus planos para a criação de uma arma secreta.

Muito ignorado por jogos que retratam a Segunda Guerra, o fronte africano foi palco de algumas das mais sangrentas batalhas do período.

Mesmo que através de uma história repleta de clichês e diálogos forçados, é interessante acompanhar como "Sniper Elite III" escapa da Europa para mostrar um outro lado do conflito que é pouco conhecido por fãs de shooters militares.

Mundo aberto

A campanha de "Sniper Elite III" pode parecer pequena em teoria, tendo apenas oito estágios. Mas na verdade, com a linearidade de "Sniper Elite V2" descartada, o game ganha proporções muito maiores do que seus predecessores.

Cada fase é repleta de objetivos opcionais e rotas alternativas que podem ser utilizadas livremente pelos jogadores. Tratam-se de pequenos 'mundos abertos', em que metas podem ser alcançadas de uma maneira tradicional, ou então através do emprego da criatividade.

Os cenários abertos facilitam o uso das mecânicas de 'stealth'. Sem ter que lidar com corredores apertados, o protagonista é livre para movimentar-se pelas construções e encontrar os melhores ângulos para abater inimigos despercebido, ou então aproximar-se deles silenciosamente para vencê-los no corpo-a-corpo.

O resultado: uma única fase pode render mais de uma hora de jogo.

Multiplayer completo

Apesar de não fazer nada de muito diferente da maioria dos shooters disponíveis no mercado, o multiplayer de "Sniper Elite III" tem um ritmo bastante diferente por causa do foco nos enfrentamentos em grandes distâncias.

Algumas modalidades competitivas literalmente colocam barreiras intransponíveis entre os times e obrigam os jogadores a prepararem seus rifles. Mas mesmo nos modos tradicionais é mais fácil se dar bem com um bom posicionamento estratégico do que partindo para a correria.

No campo das opções cooperativas tem destaque o Overwatch, em que uma dupla deve cooperar para eliminar inimigos. Um controla o rifle, enquanto outro deve apontar o posicionamento de alvos com binóculos.

Pontos Negativos

Bugs e glitches

Quem decidir enfrentar o desafio de vencer a campanha e os outros modos de "Sniper Elite III" certamente será obrigado a lidar com a mais impressionante variedade de bugs e glitches.

Muitos deles são defeitos de animação e textura, e podem render cenas engraçadas. Outros, porém, prendem inimigos atrás das paredes longe do alcance de balas, ou então fazem deles invisíveis, e frustram bastante.

Essas questões, aliadas com alguns problemas na inconstante inteligência artificial do inimigo, atrapalham a experiência principalmente nos modos de dificuldade mais avançados, nos quais um único erro pode resultar em mortes injustas e o desperdício de até uma hora de jogo.

Felizmente, atualizações de jogo já fizeram da experiência mais funcional desde seu lançamento.

Nota: 7 (Bom)