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Splinter Cell 3D

GUILHERME SOLARI

19/05/2011 08h40

Se você já jogou o original “Splinter Cell: Chaos Theory”, não há muitos motivos para revisitar esse remake além de gráficos melhores e a novidade do efeito 3D, que de fato é bem implementado. Essa nova versão, no entanto, peca não só por não trazer nada de novo, como por trazer menos que o original de seis anos atrás, particularmente na experiência multijogador. Ou melhor, pela ausência completa de qualquer modo multijogador.

“Splinter Cell 3D” não é um jogo ruim, possui bom design de nível, animações, gráficos e trilha sonora; mas há títulos muito melhores de espionagem em outras plataformas, inclusive da mesma série. A menos que você esteja se coçando para jogar um título de ação furtiva no 3DS, talvez seja melhor aguardar um pouco mais por melhores lançamentos.

Introdução

Um dos títulos de lançamento do 3DS, “Splinter Cell 3D” é um remake de “Splinter Cell: Chaos Theory” do DS, trazendo de volta aos portáteis a saga de Sam Fischer. Ele e o restante da equipe Third Echelon precisam evitar que um algoritmo matemático de enorme poder destrutivo caia nas mãos de terroristas que alimentam a tensão militar entre Japão e China com a intenção de instigar um conflito mundial. Você controla Fischer através de missões furtivas em dez localidades, incluindo Peru, Nova Iorque, Japão e Coréia.

Pontos Positivos

Gráficos e uso do efeito 3D

Efeito 3D funciona muito bem, especialmente na visão sob o ombro de Fischer quando ele mira. Os gráficos são atraentes apesar da escuridão onipresente e a animação - sempre um dos pontos altos da série - continua impecável, transmitindo em seus golpes e acrobacias a sensação de agente mortal que Fischer merece.

Ambientação e design de níveis

Cada uma dos 10 níveis de “Splinter Cell 3D” é linear, mas eles apresentam grande diversidade de localidades entre si, de bancos panamenhos a suítes de alta segurança em Nova York. As missões têm objetivos opcionais como hackear um determinado número de computadores ou plantar bugs em câmeras do circuito interno, o que pode agradar aos completistas.

Interface e controle preciso de movimentos

O jogo faz bom uso da tela de toque para tornar fácil ao jogador escolher uma grande variedade de ações e equipamentos. Com poucos toques é possível mudar os diversos módulos secundários do rifle de Fischer ou diferentes tipos de granadas e equipamentos.

A sensibilidade do analógico do 3DS torna fácil controlar a velocidade de Fischer, indispensável para que ele não faça barulho conforme se esgueira entre os inimigos. A tela inferior do 3DS também facilita a escolha de ações contextuais como carregar corpos inimigos ou utilizar medikits.

Pontos Negativos

Seu maior inimigo é a câmera

O uso dos botões A,B,X e Y é muito impreciso para controle da câmera, além de dificultarem a mira com suas armas. A câmera fica estática onde você a deixou, independente da direção dos movimentos de Fischer. Isso força o jogador a passar mais tempo combatendo os controles de câmera do que os inimigos, além de causar problemas com ângulos difíceis de enxergar, especialmente nos corredores e passagens mais estreitas.

Burrice artificial

Por mais que você tenha à disposição diversos gadgets bacanas da espionagem como granadas de gás sonífero, balas que nocauteiam ou câmeras que grudam nas paredes; você poucas vezes vai precisar fazer uso deles. Isso porque no mundo de “Splinter Cell 3D” os terroristas e mercenários inimigos são as mais tapadas das criaturas.

Desde que se mantenha nas sombras e não ande muito rápido, Fischer pode simplesmente ir direto de encontro a um soldado virado de frente para ele e cumprimentá-lo com uma facada no estômago. Em diversas ocasiões, é possível abrir uma porta, entrar em uma sala com três inimigos e derrubá-los um por um. E se estiverem de costas ninguém reage apesar dos gritos agonizantes de colegas esfaqueados a um metro de distância.

Adversários alertas são um pouco mais espertos e vasculham becos em busca do agente, mas isso acaba apenas funcionando para separá-los dos demais feito ovelhas de um rebanho. No modo combate eles finalmente conseguem ver Fischer de longe, mas fazem pouco além de ficarem parados em cobertura atirando e se tornam um desafio mais pela imprecisão dos seus controles com os botões frontais do que por sua inteligência.

Mundo da escuridão

“Splinter Cell 3D” é escuro demais mesmo para os padrões de um jogo de furtividade, ao ponto de esconder a beleza dos gráficos pelo breu ou por forçar o uso constante da visão noturna. Até uma leve luz ambiente chega a atrapalhar na maior parte do tempo, tornando melhor até jogar no escuro.

 

Multiplayer zero

A experiência multijogador de “Splinter Cell 3D” é um retrocesso em comparação ao que já existia em “Splinter Cell: Chaos Theory”. No original havia um modo multiplayer competivivo de espiões contra mercenários e era possível jogar junto de um amigo uma campanha cooperativa com uma história paralela à de Fischer. E “Splinter Cell 3D” não tem nada.

Nota: 6 (Razoável)