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Super Puzzle Fighter II Turbo HD Remix

30/08/2007 19h56

"Tetris" talvez seja o game mais imitado de todos os tempos. Na prática, o genial game do russo Alexey Pajitnov inaugurou um gênero inteiro, que, quando bem-feito, prima pelo apelo irresistível, apesar de simples. Esse é o caso de "Super Puzzle Fighter II Turbo HD Remix", uma versão retrabalhada de um arcade nascido em 1996. A base de "Turbo HD Remix" é a versão para Dreamcast, mas com gráficos em alta resolução e multiplayer online.

Aqui, a sua tela é uma área que cabe seis blocos na horizontal e 12 na vertical. Na regra principal, que se chama "X" ou "X' Mode", grupos de duas peças caem do céu. O principal material são as jóias, de quatro cores diferentes. Para apagá-las, deve-se juntar uma peça especial esférica (tem o nome de "crash gem") da mesma cor da jóia. A cada 25 peças surge um diamante, que tem a propriedade de destruir todas as gemas da mesma cor. Por exemplo, se cair sobre uma pedra azul, todas as que tiverem essa cor serão pulverizadas, não importando onde estejam.

É tudo bem simples, mas, por trás disso, há uma grande profundidade de estratégia, e o nível de domínio dessas técnicas separa o jogador comum daqueles que estão nas primeiras posições do ranking mundial. Para começar, é necessário ter em mente que você sempre joga contra um adversário, seja o computador ou um oponente de carne e osso.

Guerra de blocos coloridos

Daí vem a importância dos personagens, que vem principalmente das séries "Street Fighter II" e "DarkStalkers". Na tela, só se avistam oito lutadores, mas há mais três escondidos. A diferença entre eles é o padrão de envio das "counter gems", que são jóias especiais que tem o intuito de atrapalhar o adversário. Isso tem dois propósitos: encher a tela do oponente ou, no mínimo, bagunçar seu planejamento. É que as "counter gems" só somem se um bloco adjacente for detonado. Mas, depois de alguns turnos (cinco, geralmente), viram pedras comuns. Por isso, se não usado de maneira correta, viram apenas munição para oponentes experientes, que podem fazer uma cadeia de destruição maior e reverter a desvantagem.

É que, quanto mais jóias apagar ao mesmo tempo, maior a quantidade de peças que você envia para o adversário. Todas as gemas contíguas são apagadas ao mesmo tempo. Além disso, quando há pedras grandes (power gem), formadas pela junção de pelo menos quatro cristais dispostos num quadrado de duas por duas peças. Como o nome sugere, as "power gems" têm maior poder que as comuns desmembradas. Ou seja, é o caso do todo que é menor que a soma das partes.

Montar as jóias grandes é até mais importante que os combos, que é um encadeamento da explosão das peças. Isso acontece quando se apaga uma peça e, por decorrência da nova configuração dos blocos, acontece de juntar mais uma crash gem com alguma peça de sua cor. Isso também garante maior poder de fogo contra os oponentes.

Várias maneiras de brigar

A diferença da regra "X" para a "X'" são apenas ajustes de poder de fogo. Se o primeiro é como no fliperama, o outro é uma versão modificada para o Dreamcast, que tem o intuito de equiparar os personagens. Assim, um combate entre Chun Li e Akuma (ou Devilot) não fica tão pendente para este(a), pois, ele(a) envia menos blocos que os outros lutadores.

Por serem os que permitem mais estratégias, os modos "X" e "X'" são os únicos que existem para as partidas válidas pelo ranking. De fato, são as modalidades mais competentes e mais bem-acabadas, no que diz respeito ao conjunto de regras. Mas as outras opções também são interessantes, principalmente a "Y". Nesse sistema, a mecânica lembra "Shapes & Columns", da Sega, em que os blocos somem quando três ou mais são alinhados (vale também na diagonal). É relativamente mais rápido, mas não garante tanta estratégia. Por fim, o modo "Z" consiste em fazer circular os blocos, controlando um cursor de 2 por 2 peças e tentando juntar as jóias com a crash gem. Aqui, as peças não caem do céu, mas "brotam" de baixo.

Lutas de gente grande

O computador é um adversário duro (com exceção da dificuldade easy, com apenas três adversários) e para completar o modo arcade, é preciso algum treino. Um dos poucos inventivos para jogar essa modalidade são as conquistas, pois, algumas delas exigem que se termine o game. Mas, a maior diversão está reservada ao modo multiplayer. E aqui que sua perícia é posta a prova, pois você precisa se adaptar ao adversário. Sendo ele um humano, cada um traz sua lógica de comportamento, ao contrário do computador, que tem uma "personalidade" fixa.

Em geral, o desempenho do multiplayer online é bom, pois o sistema tenta minimizar o "lag". Mesmo contra adversários com um "ping" baixo, as partidas nunca ficaram impraticáveis. Sendo um jogo de quebra-cabeça, por mais que o reflexo seja exigido, os eventuais tropeços não chegam a arruinar a experiência.

O "HD" do título se refere à alta resolução, mas a promessa só é cumprida em parte. É verdade que as pedras, o plano de fundo e as ilustrações foram redesenhados e estão com ótima definição. Mas é difícil compreender por que a produtora Foundation 9 não refez os "bonecos" da tela principal, que apenas foram esticados artificialmente, mostrando todos os "estouros" de pixel. De resto, os tons são alegres, combinando com o clima cômico do game: os personagens têm proporção de "minicraques" e a história é repleta de paródias.

Fechando os olhos, a impressão que se tem é que está rolado uma partida de "Street Fighter II", em meio à profusão de "Hadoukens" e "Spinning Bird Kicks", além de trazer músicas bem conhecidas tanto de "Street" como de "DarkStalkers".

Nota: 7 (Bom)