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Tony Hawk's Pro Skater HD

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

08/08/2012 13h29

"Tony Hawk's Pro Skater HD" cumpre a promessa que carrega, mas fazendo só o mínimo necessário. Ao relembrar suas origens, a série retoma um estilo de controles mais simples, assim como modos de partidas menos mirabolantes. Funciona e diverte, mas fica uma sensação de aridez, de que algo está faltando.

De qualquer maneira, o tabuleiro está limpo para colocar novas peças e reconstruir a lenda de "Tony Hawk" com novos jogos divertidos.

Introdução

No final da década de 90 a Activision acertou em cheio com "Tony Hawk's Pro Skater", game que contou com a supervisão do próprio lendário skatista Tony Hawk (e até ajuda do brasileiro Bob Burnquist).

Com controles simples, cenários bacanas e muitas manobras, o jogo de PSone pavimentou o caminho para outros títulos de jogos radicais, como surfe, BMX, snowboard e muitos mais.

O sucesso, porém, cobrou seu preço e os anos seguintes viram uma sucessão sem fim de novos títulos do Gavião. As primeiras sequências agradaram, mas logo pesaram a mesmice e falta de criatividade, culminando em títulos medonhos que usavam um esquisito controle em forma de skate - que, para piorar, não funcionava direito.

Esta releitura em alta definição se inspira nos primeiros três jogos da série, em especial o primeiro, para começar tudo do zero e renovar a franquia.

Pontos Positivos

Simples e divertido

"Tony Hawk's Pro Skater HD" abre mão de comandos mais complexos, mundo aberto e até suporte ao exótico controle-skate e isso faz muito bem ao jogo.

Com jogabilidade mais simples, o título apela para jogadores veteranos pela nostalgia e também agrada novatos pela facilidade com que é possível realizar e combinar manobras.

As fases rolam da mesma maneira que no primeiro "Tony Hawk", com cenários fechados - neste caso, uma seleção de pistas de "THPS1" e "THPS2" - com uma série de objetivos para cumprir em dois minutos.

Cada objetivo cumprido dá dinheiro para comprar novas roupas e equipamentos para os skatistas. A seleção, aliás, não é a mesma do primeiro jogo da série, sendo que o brasileiro Bob Burnquist é uma das sentidas ausências, mas há novidades como o próprio filho de Tony, Riley Hawk.

A trilha sonora, por sua vez, tem quatorze músicas, sendo metade de clássicos dos primeiros dois jogos da franquia e metade de novas canções.

A empolgante "Superman" está presente, assim como outras bandas marcantes dos anos 90, como Bad Religion e Millencolin, e a trupe de estreantes faz um bom trabalho em manter o ritmo de punk rock e ska com uma ou outra pitada de hip hop.

Pontos Negativos

Animações estranhas

Nos anos 90 era normal vermos animações estranhas em jogos tridimensionais - ainda mais quando popularizou-se o efeito de rag doll, em que figuras humanas caíam como bonecões feitos de pano.

Contudo, isso ficou muito esquisito em "Tony Hawk's Pro Skater HD", ainda mais pelo contraste com os movimentos detalhados e fluidos das manobras. Em um momento você está fazendo um belo combo para, por conta de um pequeno deslize, logo em seguida ver seu skatista tombar como um saco de lixo no chão ou na parede. Faltou mais capricho neste ponto.

Simples demais

A filosofia simples e minimalista funcionou bem para os controles, mas a produtora Robomodo pesou demais a mão neste releitura em alta definição.

A variedade de modos de partida de "Tony Hawk's Pro Skater HD" é pequena e pobre, ainda que sejam divertidos. No Big Head Mode, por exemplo, é necessário completar combos de manobras para encolher sua cabeça e evitar que ela aumente demais e exploda. Já o Grafitti promove uma competição entre dois jogadores, sendo que um deve realizar movimentos de maior pontuação em certos trechos das fases.

A ideia de diminuir o escopo para realizar tudo com mais simplicidade e competência é válida - quem sabe os próximos "Tony Hawk" não contem com modos online mais variados e criativos? -, mas para esta incursão ficou muito pouco.

Nota: 6 (Razoável)