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X-COM

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

03/10/2013 19h55

Dada a produção pra lá de conturbada, "The Bureau" não se saiu tão mal. Nascido como um jogo de tiro em primeira pessoa nos moldes de "BioShock", o game terminou como um shooter tático com visão por cima do ombro e controle de esquadrão, bem mais próximo do universo estabelecido pela série "X-COM". O jogo oferece uma divertida mistura de estratégia e tiroteio e uma charmosa atmosfera de paranóia nostálgica, com ETs invadindo a América do pós-guerra e agentes secretos salvando inocentes dos invasores do espaço.

Introdução

Levou sete anos para "The Bureau: XCOM Declassified" ficar pronto. Nesse meio tempo, o jogo foi completamente refeito. Não deve ter sido nada fácil para seus desenvolvedores, mas o resultado é uma aventura bem divertida, que combina elementos de tiroteio e combate tático. Em "The Bureau", você controla Willian Carter, um agente secreto no melhor estilo do FBI dos anos 50: chapéu de feltro, colete, gravata, parafernálias tecnológicas e rifle laser em punho. Afinal, não dá para expulsar uma invasão alienígena armado apenas com pistolas e carabinas.

Pontos Positivos

Ambientação

"The Bureau" capricha na atmosfera de época, no visual e no comportamento dos personagens: seus agentes lembram personagens de "Mad Men", sempre alinhados - tanto os homens quanto as mulheres da agência são muito elegantes, ainda que fumem o tempo todo. O jogo apresenta o primeiro contato entre os EUA e os alienígenas, em uma invasão que pega os norte-americanos de surpresa.

As missões se passam, em sua maioria, em cidadezinhas dos EUA, bem representadas e com um design planejado para diversas abordagens durante as batalhas contra os aliens. A sensação é de jogar um "Arquivo X" com poder de fogo. Os fãs da série reconhecerão vários detalhes dos jogos de estratégia, como as instalações do projeto X-COM e a nave de transporte Skyranger. Mesmo reutilizando muitas coisas de "BioShock 2", o game consegue criar uma identidade própria, contando uma boa história de origens para a franquia "X-COM".

Mistura de estratégia e tiro

O melhor de "The Bureau" é a combinação de estratégia e tiro em suas missões. Você recruta vários soldados e evolui suas habilidades no campo de batalha. Assim como nos games de estratégia, a morte em "Declassified" é permanente, então todo cuidado é pouco. Carter pode dar ordens aos outros operativos, posicionando seus homens atrás de cobertura, mandando atirar ou usar algum poder especial - cada classe tem suas habilidades específicas e dominar seu uso é essencial para a vitória.

Assim como nos "X-COM" estratégicos, você define em um painel na base qual missão vai cumprir, entre as várias alternativas apresentadas. O truque é usar as missões mais iniciais para evoluir o máximo de recrutas, antes de avançar na trama do jogo. O tiroteio funciona de maneira satisfatória, seja com as armas de fogo humanas ou com suas variações energéticas roubadas dos alienígenas. Com o risco de morte sempre presente, cada batalha de "The Bureau" garante uma boa dose de emoção.

Pontos Negativos

Controle impreciso

O maior problema de "The Bureau" está nos controles, especificamente na hora de comandar seus agentes no campo de batalha. A câmera não ajuda em nada e rola uma certa imprecisão - mais de uma vez você vai mandar o soldado para um ponto menos protegido e isso costuma acabar mal. Além disso, os soldados não se viram nada bem quando deixados sozinhos: demoram demais para abater um inimigo, por exemplo. Muitas vezes, você vai preferir usar suas táticas sozinho, avançando pelas coberturas e abatendo ETs com sua própria arma.
 

Nota: 7 (Bom)