Análises | Silent Hill 4: The Room Xbox "o ritmo da aventura está decididamente mais lento, devido ao quarto do título..."
13/09/2004 da Redação | "Silent Hill 4" é, como "Final Fantasy IX" e "XII", um jogo feito por uma equipe diferente da habitual da série, no intuito de lançar um game a mais em menos tempo. E como nos dois exemplos acima, diversos aspectos clássicos da série foram completamente mudados - mas o terror psicológico ainda é o maior chamariz, mesmo que de cara nova.
Fui me embora para Ashfield
Aqueles que acompanham a série e são apaixonados por seus clichês e peculiaridades... é melhor sentar antes de ler isso: o jogo não se passa na cidade de Silent Hill (mas na vizinha Ashfield), o rádio que servia de radar se foi, a névoa é quase inexistente, o sistema de inventário agora oferece espaços contados como em "Resident Evil", sendo que o único lugar para armazenar itens é o quarto do título - que também serve de único lugar para salvar.
Esse quarto também traz um sistema de controle e visão inédito para a série: você vê tudo nele em primeira pessoa. Ele é parte integral da nova trama - o protagonista começa a ter pesadelos depois de se mudar para o quarto, e acorda um dia trancado nele. Nenhum vizinho consegue escutá-lo. A única alternativas são buracos que parecem ser tirados diretamente do filme "Quero Ser John Malkovich": eles levam o herói para lugares bizarros que parecem ser tirados do subconsciente de alguém.
"Peguei o jogo errado?"
Somado com outras pequenas alterações no sistema de combate, o resultado é algo bastante diferente dos títulos anteriores - e mesmo assim reconhecível. Mas o ritmo da aventura está decididamente mais lento, especialmente com as constantes idas e vindas para o fatídico quarto. Some isso ao fato de que uma boa fatia do game adiciona uma pessoa a ser protegida nas horas finais e o game rapidamente se torna um exercício de paciência.
Quem encarar as diferenças enfrentará novos inimigos, decifrará desafios de lógica e explorará ambientes novos e velhos como florestas, hospitais e, é claro, o quarto que vai se degradando. O game adiciona um elemento interessante de voyeurismo à mistura, deixando claro que a tônica de "Silent Hill" é sua história e as muitas perguntas que ela levanta.
"Silent Hill 4" é claramente um jogo para antigos fãs, e está longe de ser a melhor edição para começar a conhecê-la. Quem se apaixonou pelas tramas diabólicas terá bons motivos para se aventurar nesse quarto amaldiçoado. Mas os demais provavelmente vão preferir algum game mais palatável.
| | |