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Análises
Fable
Xbox
"Logo nos seus primeiros momentos, o game deixa claro seu elemento mais importante: percepção."


01/10/2004
da Redação

A história da produção de "Fable" é quase tão épica quanto a narrada no game. Do criador de "Black & White", muitas das promessas feitas durante os últimos anos não foram cumpridas - mas a idéia de oferecer um jogo que permite criar um personagem diferente para cada pessoa permanece firme forte. Mas com expectativas tão altas, conseguirá "Fable" agradar depois de uma longa espera?

Logo nos seus primeiros momentos, o game deixa claro seu elemento mais importante: percepção. Quase tudo que você faz acaba tendo uma repercussão no mundo - seja se expressar com as dezenas de ações disponíveis, assaltar casas, dar preferência a um estilo de ataque, ferir uma pessoa ou escolher um tipo específico de roupa, a maneira como o mundo vê o seu personagem definirá o respeito, temor, compaixão, atração sexual e admiração que eles carregam pelo seu alter ego.

A primeira impressão nem sempre fica

Mas apesar de oferecer tudo isso em um sistema revolucionário que altera a aparência do herói dependendo das atitudes tomadas, "Fable" pode parecer extremamente genérico em suas primeiras horas de aventura. Isso se deve, em grande parte, ao fato de ser um jogo que exige muita criatividade para revelar suas partes mais interessantes: é muito fácil jogá-lo como um simples clone de "Diablo" ou mesmo "Zelda" - e receber, como recompensa, exatamente isso. É quando você começa a brincar com as incontáveis possibilidades que "Fable" revela sua verdadeira natureza.

As opções de interação são todas voltadas para esse foco da percepção: você pode exibir troféus de suas aventuras, flertar com habitantes da vila (dos dois sexos), exibir roupas, tatuagens e penteados que causem medo, respeito ou gozações - quase tudo que você faz lentamente altera não somente a maneira como os demais personagens tratam você, mas também a aparência do protagonista. É preciso ressaltar que esse processo é extremamente lento, e são necessárias muitas horas para causar mudanças perceptíveis.

Além da polaridade entre "bem" e "mal", o game ainda traz outras medidas para definir o avatar do jogador. Sucesso nas aventuras traz renome, que vai aumentando sua fama pelo mundo. Da mesma forma, seus treinos durante as missões especializam suas habilidades em uma de três escolas: força física, agilidade (tanto física quanto mental) e magia.

Quem vê cara não vê coração

É interessante notar que essas escolhas resultam em um estranho círculo virtuoso na jogabilidade: suas decisões afetam a maneira como "Fable" é jogado, que por sua vez começa a influenciar a maneira como o game exige que você se comporte, e vice-versa novamente, ad infinitum. Ao jogar pela primeira vez (especialmente se você se comportar como faria em qualquer outro game), a tendência é que o game pareça um tanto sem graça. Mas quando você tenta seguir outras rotas paralelas, "Fable" mostra suas múltiplas personalidades - algo sem precedentes na escala em que é oferecido aqui. O resultado: "Fable" vira diversos games diferentes, dependendo do que você fizer.

Todas essas opções e variedades são amarradas por uma trama supreendentemente sólida, que não perde a coerência independentemente dos diferentes caminhos tomados. O herói (vilão?) terá uma longa jornada repleta de surpresas e reviravoltas que acompanham sua vida da infância à velhice - novamente, algo que pouco jogos conseguem realizar com qualidade.

Ninguém é perfeito

Um dos problemas mais frustrantes de "Fable" está no seu sistema de controle. O game deixa claro que suas centenas de opções simplesmente não cabem no número limitado de botões do controle do Xbox, e o sistema de luta fica especialmente prejudicado. Por isso mesmo, os combates são relativamente simples para evitar maiores frustrações. É um defeito, mas chega quase a ser ignorado visto a escala da aventura.

O visual do jogo impressiona pela variedade e recriação cuidadosa do mundo de Albion, mas está longe de ser um dos games mais bonitos do Xbox. A prioridade em "Fable" está na direção de arte e na tentativa de criar um mundo virtual coeso e cheio de segredos - objetivo que a produtora consegue completar com sucesso. Vale notar que o game apresenta um ritmo bastante lento em sua ação e animação, e a taxa de quadros não é das mais suaves... mas ambos são satisfatórias para a mecânica proposta.

"Fable" é um dos raros games que recompensam o jogador pela sua criatividade e esforço: quanto mais você experimentar e tentar explorar as infinitas possibilidades, mais divertido e surpreendente será o game. É preciso compreender e abraçar isso para aproveitar efetivamente essa obra-prima de Peter Molyneux. Do contrário, tudo que você terá é um game lento e previsível.