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Yoshi Island 3

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

25/03/2014 08h00

Essa não foi a primeira, e nem será a última vez que a Nintendo exagera no quesito reiteração. "Yoshi's New Island" encapsula muitas das críticas que a gigante dos games japonesa recebe de seus fãs, e mostra-se uma experiência estéril e familiar em excesso.

A estética e as mecânicas do game remetem ao clássico original de Super Nintendo, mas a aventura não demonstra sequer um momento de brilho próprio do início ao fim.

Exatamente como foi "Yoshi's Island DS" em 2006, "Yoshi's New Island" não é um jogo ruim - mas sim um que parece apenas marcar pontos-chave em uma tabelinha no Excel, e que assim não chega nem perto das versões mais recentes de "Mario" e "Donkey Kong".

Introdução

"Yoshi's New Island" começa quando logo após o fim de "Super Mario World 2: Yoshi's Island". Quem diria? A cegonha que carregava os bebês Mario e Luigi os entregou para os pais errados. E na hora de encontrar o real lar dos futuros heróis, o animal acaba emboscado por Kamek... Mais uma vez as crianças precisarão da ajuda dos Yoshis para poderem crescer em segurança.

Uma nova ilha traz novos perigos. Mas nenhum deles escapa do esperado. O jogo até tenta imitar a estética peculiar do belo clássico de Super Nintendo com seus estranhos gráficos 3D, de forma que tudo dos fundos de cenário até os menus parecem velhos conhecidos.

São seis mundos no total, cada um com 9 estágios - dos quais um sempre é secreto. Tudo dentro do padrão.

Pontos Positivos

Plataforma com Yoshi é legal

E não é? "Super Mario World 2: Yoshi's Island" era hipnotizante por causa de seus gráficos absurdos para a época, mas o que mantia os jogadores envolvido por longos períodos de tempo era outra coisa. Controlar o companheiro dinossauro era muito divertido, mesmo apesar de toda a choradeira do Mario.

E isso não mudou. O novo jogo tem blocos e botões misteriosos como qualquer "Mario", mas também os inimigos que viram ovos e obstáculos exclusivos e característicos de um "Yoshi's".

Não é a repetitividade que incomoda: afinal, o intervalo entre um lançamento da série e outro é sempre enorme. Assim, um fã de games de plataforma certamente irá se divertir com essa coletânea de novos desafios, mesmo que em caráter de rotina.

Pontos Negativos

... Mas podia ser muito mais

E é isso que entristece. Em oito anos entre "Yoshi's Island DS" e "Yoshi's New Island", a única coisa que a série ganhou foi um modo de disparo de ovos gigantes, que arrebenta obstáculos pelo caminho em trechos pré-determinados do cenário. É explosivo... Mas, sério, Nintendo?

"Donkey Kong Country: Tropical Freeze" prova que uma injeção de novas ideias aliada a respeito aos trabalhos originais pode render experiências maiores e melhores que as de outrora. Mas "New Island" toma o caminho da segurança entediante, com fases e chefes que não inspiram. O fato dessas duas produções tão contrárias terem se dado paralelamente é chocante.

Mecânicas e inimigos novos poderiam fazer de "Yoshi's New Island" mais um título obrigatório no catálogo da empresa que faz plataforma melhor que todo o resto. Mas, ao invés disso, o jogo da Arzest traz trechos de fases com Yoshi transformado em um helicóptero ou em uma britadeira, que são controlados esquisitamente pelos sensores de movimento do 3DS e só quebram o ritmo da aventura. Uma pena.

Gráficos estranhos

Desde seus primeiros trailers, "Yoshi's New Island" impressiona os fãs negativamente com seu visual esquizofrênico. Apesar de 3D, ele tenta capturar a essência 'desenhada à mão' de "Super Mario World 2", e se perde em um meio-termo que não agrada ninguém.

Em termos de gráficos, o jogo tem sim os seus momentos - como a cena de abertura inicial, que brinca com o imaginário de fãs do original. Mas estes são raros. Em geral, ele parece perpetuamente condenado a ser feio por uma escolha de estilo artístico que só funciona bem em teoria.

Nota: 6 (Razoável)