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Brain Age 2

25/08/2007

MATHEUS BOURG
Colaboração para o UOL
Atualmente, que o sucesso dos jogos casuais é fato consolidado, chega a ser estranho pensar que, em 2005, o pioneiro "Brain Age" precisou driblar a desconfiança dos lojistas ao redor do mundo por conta de sua fórmula distante do tradicional. O game, se é que se pode ser chamado assim, logo se transformou em um baita sucesso e foi parar no topo das listas de mais vendidos nos quatro cantos do mundo. O segredo? Estimular, através de problemas lúdicos e de matemática, o intelecto do jogador.

Por conta deste sucesso todo, a continuação preparada pelo Dr. Kawashima chega ao DS com muito mais força que o episódio original - na Europa, por exemplo, tem-se como garota-propaganda do jogo a atriz Nicole Kidman. Todo esse frenesi se resume à uma expectativa que, como muitos já esperavam, acaba por não ser plenamente atendida. "Brain Age 2" é interessante, sem sombra de dúvida, mas não consegue evitar o gostinho de ser um produto desenvolvido à base de conteúdo que não foi aproveitado na concepção do primeiro game.

"Te conheço de algum lugar?"

Embora esta seja a frase de boas-vindas citada pelo professor virtual de "Brain Age 2" assim que o jogador inicia a sua agenda de treinamentos, a sensação é a de que os papéis foram invertidos e que a frase foi dita pela pessoa errada. Basicamente, o game não conta com nenhuma mudança estética - seja no esquema de cores ou no visual dos menus. Tudo continua como no primeiro game, que já possui quase dois anos de idade, o que levanta suspeitas em relação ao empenho dos desenvolvedores por trás do projeto. Será que era preciso deixar tudo do mesmo jeito que antes?

Se o objetivo dos produtores era o de manter o game familiar, a resposta é positiva. E isto, na verdade, não chega a incomodar aqueles que sabiam o que esperar do título. Trata-se de um aplicativo, e não de um jogo propriamente dito, que recompensa o jogador com doses de conhecimento sobre o seu cérebro e atitudes que podemos tomar para mantê-lo saudável. Em prol da jogabilidade, "Brain Age 2" exige que o portátil seja erguido verticalmente, ou seja, como se fosse um livro, e abre mão do direcional digital e dos controles convencionais. Aqui, apenas duas das funcionalidades do DS são colocadas em uso: o microfone e a tela sensível ao toque.

Criatividade em alta

Apesar da familiaridade visual e sonora (a música de fundo continua sendo a mesma de sempre), é na modalidade "Daily Training" que "Brain Age 2" mostra a que veio. Quem esperava pela reciclagem de quebra-cabeças antigos deve queimar a língua: por aqui, um acervo de passatempos inéditos promete ocupar o tempo - e fritar os miolos - de quem busca enriquecer o seu intelecto. Ao todo, o game conta com cerca de 15 testes que privilegiam a da lógica matemática e o inglês. A principal novidade, porém, é a substituição da prova de pronúncia que, previamente, solicitava que o jogador ficasse atento às cores que pintavam na tela e respondesse - em alto e bom tom - o nome delas, em inglês, claro.

Por aqui, o que o jogador encontra é um exemplar da tradicional brincadeira de "pedra, papel e tesoura". Basicamente, o esquema exige que se analise o objeto reproduzido pelo computador e proclame qual seria o item capaz de derrotá-lo na brincadeira. Parece fácil, não? Mas as coisas logo complicam e o jogador é obrigado a realizar pausas para respirar e entender o que realmente está fazendo. Problemas encontrados no game anterior, como o em que o microfone teimava em não reconhecer a palavra "blue", foram aparentemente sanados e permitem que a prova ocorra com muito mais fluidez.

O mesmo não pode ser dito, infelizmente, dos quebra-cabeças que exigem que o jogador utilize a Stylus como uma caneta, por assim dizer, de verdade. Em "Word Scramble", por exemplo, chega a ser irritante a sucessão de erros cometidos pelo sistema de reconhecimento de caracteres do aplicativo. Uma brincadeira aparentemente básica em que é preciso formar palavras através de letras soltas na tela, como é o caso, torna-se um pesadelo quando é preciso formar verbos e substantivos que envolvam letras como "R", "A" e "K" - está última, misteriosamente, jamais foi aceita, mesmo depois de inúmeras tentativas, durante um dos testes na modalidade.

No campo dos passatempos envolvendo questões de lógica e matemática, "Brain Age 2" cumpre o seu papel e diversifica as atividades: entre as novatas, "Memory Sprint" é uma das mais curiosas. Nela, seu objetivo é manter um maratonista em seu campo de visão enquanto o mesmo disputa uma corrida contra outros atletas. O desafio surge ao passo em que o seu homem, embora largue em primeiro lugar, é comumente ultrapassado e, vez ou outra, consegue deixar alguns concorrentes para trás. Ao término da competição, o sistema pede que você indique a posição de chegada do seu maratonista, o que nem sempre é a tarefa mais fácil do mundo.

Extras que compensam

Além de todas as brincadeiras citadas previamente, "Brain Age 2" tem quebra-cabeças mais convencionais, como os que envolvem problemas de sinais e atividades que buscam testar a memória do usuário - todos acertam em cheio quando o assunto é a criatividade destinada às suas concepções. O mesmo vale para uma outra modalidade presente no game, desta vez destinada à técnica do Sudoku, e que traz uma centena de quebra-cabeças - todos inéditos, por mais estranho que isso possa parecer - da tradicional brincadeira japonesa.

Assim como o primeiro "Brain Age", a continuação desenvolvida em parceria com a Nintendo também permite que jogadores utilizem da rede sem fios do portátil nas partidas multiplayer. A modalidade, que se transformou em um verdadeiro sucesso após sua implementação em concorrentes como Big Brain Academy, permite que até quatro jogadores disputem testes rápidos mesmo que apenas um deles possua uma cópia do game. Divertido, o passatempo é uma opção para quem considera a jogatina solo um tanto quanto monótona e não se contenta apenas em superar os seus próprios recordes.

É válido ressaltar, no entanto, que quem curte manter um programa de treinamento rígido e sempre em dia pode ficar tranquilo. Através de um menu especial é possível conferir gráficos voltados ao seu desempenho em cada atividade e à evolução da sua idade mental. Vale lembrar que o ideal, de acordo com o software, equivale a 20 jovens anos - no início do treinamento, contudo, é provável que você descole um índice na casa dos cinqüentões. O cérebro, como o próprio Dr. Kawashima faz questão de lembrar, pode "enferrujar" caso não seja submetido a atividades periódicas. Não é o máximo poder driblar esta problemática com nada menos que um videogame?

CONSIDERAÇÕES

"Brain Age 2: More Training in Minutes a Day" pode ser considerado como um projeto de caça-níqueis por fãs que esperavam por uma continuação mais enxuta, mas a verdade é que a seqüência não deve em nada em relação ao episódio original. Os testes que estimulam a cachola do jogador estão de volta com força total e esbanjam criatividade, mas alguns problemas no sistema de reconhecimento de escrita continuam incomodando quem preza pela fluidez das atividades. Por contar com o mesmo visual do primeiro game, a continuação mostra que o principal objetivo da Nintendo é presentear aqueles que já são fãs do programa do professor Kawashima e que encontram-se desmotivados em manter o ritmo no primeiro jogo. Sendo assim, trata-se de um investimento plausível tanto para quem já conhece a fórmula do software como para os que, por assim dizer, ainda são novatos na experiência.

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    Brain Age 2 (DS)

    10 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Nintendo
    Lançamento: 20/08/2007
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1-16 jogadores
    RecomendadoAvaliação:
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