Cooking Mama

da Redação

Simuladores de profissões estão se tornando cada vez mais comuns nos consoles da Nintendo, graças às diversas alternativas de interface e controle que por eles proporcionadas. "Trauma Center: Under the Knife" foi um dos primeiros, fazendo um trabalho competente ao utilizar a stylus e a tela sensível ao toque para transmitir a sensação de estar na pele de um cirurgião. "Cooking Mama" segue o mesmo caminho do jogo da Atlus, porém aqui seu papel é o de um cozinheiro.

Diferente de "Trauma Center", que trazia situações absurdas e totalmente fictícias, aqui há uma fidelidade muito maior à realidade - não que isto seja necessariamente um fator positivo. O jogo vai direto ao assunto, sem enrolação: escolha seu prato e, como em uma receita de bolo, realize cada etapa do processo de preparo. Tirando Mama, que lhe auxilia com diversas informações durante o jogo, não existem outros personagens ou trama. É ligar o DS e começar a jogar.

A dura vida de um cozinheiro

Embora existam três modos de jogo, todos eles são muito parecidos. No modo principal, Let´s cook, existem dezenas de pratos disponíveis para serem preparados, desde os mais simples, como arroz cozido, até os mais complexos, como bife temperado com batatas. Cada etapa de uma receita traz um minigame com um determinado limite de tempo. O jogador deve realizar até mesmo as tarefas mais banais, como encher um copo d'água ou descascar batatas recém-fervidas sem queimar a mão. Há uma variedade considerável de minigames, nos quais você deve cozinhar, fritar, picar, amassar, bater, moer etc.

Todas essas ações são realizadas com a stylus, na maioria das vezes de maneira intuitiva. No entanto, alguns minigames são tão simples, por tentar imitar a tarefa real, que acabam comprometendo a diversão. Por exemplo, há um em que você deve programar um relógio eletrônico de acordo com o tempo estipulado pela Mama. Basta clicar nos dígitos para receber os "parabéns" da moça - como se você tivesse que pensar muito para realizar uma tarefa tão tola.

Outros minigames enfadonhos, estes muito mais comuns, são os de cozinhar e fritar, cuja tarefa é "pilotar" o fogão de acordo com algumas exigências simples, como "abaixe o fogo em determinado momento" ou "adicione um ingrediente".

O baixo nível de dificuldade apenas confirma que "Cooking Mama" é um título pensado especialmente para jogadores casuais. Ao final de cada receita, você recebe uma nota e, se completar o prato sem muitas falhas, uma medalha. Ao receber medalhas, novos pratos são destravados e, conseqüentemente, mais minigames.

Na modalidade Let´s combine, é possível escolher dois pratos diferentes e combiná-los. O jogo permite até mesmo algumas misturas absurdas, como pizza com lamen. Contudo, você não ganha absolutamente nada com tais combinações, tornando a modalidade dispensável. Por último, é possível jogar cada minigame separadamente, com um nível de dificuldade progressivo, como em "WarioWare", mas sem a metade da diversão e velocidade.

Um jogo saboroso

Jogar "Cooking Mama" com fome, definitivamente, não é uma boa idéia, graças ao ótimo trabalho gráfico e sonoro. Apesar do desenho cartunizado da mão do jogador e da própria Mama, os alimentos e instrumentos de cozinha são retratados de maneira realista. O som ajuda a tornar a experiência ainda mais crível e apetitosa.

Depois de preparar seu prato favorito e vê-lo pronto, é difícil não ficar com água na boca. Outro ponto positivo é que "Cooking Mama" apresenta receitas reais e, embora não tenha a intenção de ensinar - o jogo não faz menção a medidas, por exemplo -, é possível aprender um pouquinho de culinária.