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Diddy Kong Racing

06/02/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Até 2002, a produtora inglesa Rare era uma das principais aliadas da Nintendo, tendo produzido para seus consoles clássicos como "Battletoads", "Donkey Kong Country" e "GoldenEye 007", para citar somente alguns. Mas, a partir do referido ano, a companhia foi comprada pela Microsoft e passou a desenvolver apenas para a plataforma Xbox.

Ou quase. No Game Boy Advance, a Rare colaborou com alguns títulos e, agora, para Nintendo DS, faz sua estréia com "Diddy Kong Racing DS". Não se trata de nada original, pois quase tudo vem do título quase homônimo para o Nintendo 64. Trata-se de um game de corrida com mascotes no estilo de "Mario Kart", mas, embora seja superior à maioria dos que seguem a fórmula, também não consegue ultrapassar a sua fonte.

"Diddy Kong Racing DS" segue com fidelidade a receita da Nintendo: traz mascotes simpáticas - apesar de nem todos terem tanta personalidade assim -, itens que atrapalham os adversários, pistas pouco convencionais e cenários coloridos com temas bem-definidos. Mas, também tem sua dose de individualidade, como pilotar três veículos diferentes.

A história do game gira em torno do vilão Wizpig, um porco malvadão que dominou uma ilha onde os animais viviam em paz. Eles mandaram uma carta de socorro para Diddy Kong, que teve a idéia de uma corrida para enfrentar o nefasto suíno. Não percebeu a lógica? Não há nenhuma mesmo. É por isso que games de corrida de mascote não têm enredo.

Corrida maluca

Ao começar o game, o jogador escolhe um dos personagens, entre rostos como Diddy Kong, Dixie Kong, Timber, Tiny Kong e Krunch. Cada um deles tem características diferentes que interferem em quesitos como a velocidade e a dirigibilidade dos veículos. Depois, usando a caneta, é hora de fazer seu brasão.

O game mantém o mesmo estilo "adventure" do original, ou seja, o jogador percorre a ilha em busca de desafios. As corridas estão atrás de portões, que só abrem se você tiver um número de balões correspondente. O primeiro deles você ganha ao passar de um tutorial, que é uma corrida contra o elefante-gênio Taj. Toda vez que ganhar um novo veículo você tem esse treino.

De posse de seu primeiro balão, você pode se aventurar na terra dos dinossauros. Como dito, cada área tem um tema diferente, que inclui neve, vulcão e praia, ou seja, os clichês do gênero.

A corrida funciona basicamente como no "Diddy Kong Racing" original, a não ser para fazer a arrancada-foguete, que usa a tela sensível do DS. No caso do kart, é preciso fazer o pneu girar, arrastando a caneta incessantemente para baixo. A idéia é interessante, mas o problema é que você precisa abandonar a stylus rapidamente para comandar os botões. No caso do avião, é preciso desenhar um círculo para dar a saída rápida. O pior é o hovercraft, em que o jogador precisa assoprar no microfone. Essa mecânica nunca foi divertida, apenas ridícula.

Durante a corrida, que flui muito bem, não há muitos segredos, principalmente se você já jogou algum game de corrida com mascote. As pistas são cheias de maluquices, como dinossauros andando no meio do caminho, lagos, rampas e outros tipos de obstáculos.

No entanto, há uma diferença básica entre "Diddy Kong Racing" e os outros games do tipo: aqui, não se privilegia muito quem está atrás. A obtenção de itens não é aleatória: cada cor de balão traz um objeto, que vai sendo melhorado ao pegar mais infláveis da mesma tonalidade. Não há nenhum item que faça causar uma reviravolta enorme no resultado da corrida, como é o caso de "Mario Kart". Assim, os resultados passam a ser mais previsíveis, que tem, ao menos, a vantagem de ser menos frustrante.

Pistas multiuso

As corridas de kart e de avião oferecem boa dose de diversão, mas às de hovercraft não trazem muito acréscimo, parecendo mais um jeito de esticar a vida útil do game. Aliás, o game usa exaustivamente as mesmas pistas para competições distintas.

Por exemplo, depois de enfrentar o chefe da área, que é um desafio tête-à-tête, você volta para os mesmos estágios para uma atividade diferente: um "passeio" num tapete voador, cujo intuito é estourar quantos balões conseguir. A progressão é automática e a visão, comandada pela caneta. Para eliminar os infláveis, basta tocar neles. Há moedas-bônus também: arraste a para a sacolinha para obtê-las. Essa modalidade não é tão profunda como as corridas, mas ainda é divertida.

O mesmo não pode ser dito do terceiro desafio do chefe, em que você precisa girar uma roda, com a caneta e definir a trajetória do kart (numa visão de mapa) escrevendo um traço. A mecânica simplesmente não funciona direito e, assim, não há game que se sustente.

Ainda há uma corrida que é uma espécie de Grande Prêmio, com várias etapas, vencendo quem, no final, obtiver maior somatório de pontos, e as corridas por trás dos portões guardados pelas chaves secretas, que obriga o jogador a uma verdadeira maratona para completar a missão.

O esquema de exploração da ilha tem suas vantagens, como encontrar caminhos e fases secretas, mas, no fim das contas, acaba ficando muito enfadonho ir para uma determinada pista. Poderia haver uma opção para ir diretamente às corridas já liberadas.

Com as moedas, o jogador pode comprar acessórios para o veículo, mas a maioria não vale a pena. Há, no entanto, uma função que acrescenta muito ao game, que é o editor de pistas. Outro recurso interessante é poder gravar sua voz, que é usada quando você acerta os inimigos com suas armas e armadilhas. É quase sempre engraçado deixar um insulto em português nessas horas.

Para chamar a turma

"Diddy Kong Racing" tem um multiplayer surpreendente. Mesmo com um cartucho, até oito jogadores podem participar de uma corrida ao mesmo tempo, podendo, cada um deles escolher entre vários personagens. E as opções de pistas também são muitas. Geralmente, em situações assim, o multiplayer costuma ser muito restritivo, que não é o caso aqui.

O game também tem um modo online, para até seis jogadores. O desempenho é bom, não deixando transparecer as falhas de comunicação. As partidas correm bem e há várias opções mesmo quando não se usa as friend codes, que, convenhamos, não é dos sistemas mais práticos que existem. O único problema da modalidade é que, como não há nenhuma alternativa de comunicação, é difícil combinar uma corrida com seus amigos. Além disso, não há nenhuma penalidade para quem abandona intencionalmente as partidas.

O visual é simpático, com cenários de nível de complexidade alto para os padrões do Nintendo DS. As texturas super quadriculadas certamente incomodam, mas há de se respeitar a capacidade reduzida do portátil. Ao menos, "bonecos" são bem-feitos, apesar de alguns não terem personalidade. O game roda suave, porém, não o suficiente para garantir uma grande sensação de velocidade. Ainda assim, isso não prejudica os controles, que estão perfeitos.

A trilha sonora é diferenciada em termos composição, mas, tecnicamente, não é das melhores. Tem a qualidade de reforçar o clima excêntrico. O som também não é muito refinado, mas surte efeito. As vozes ajudam no clima de algazarra, principalmente quando você mesmo as grava.

CONSIDERAÇÕES

"Diddy Kong Racing DS" é um game que proporciona diversão sólida e tem qualidades próprias, montadas sobre uma fórmula consagrada. Nem tudo nele funciona direito, mas há boas experiências no modo para um jogador e tem um multiplayer dos mais robustos. "Mario Kart" é hors concours nesta categoria, mas "Diddy Kong" também tem seu valor.

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    Diddy Kong Racing (DS)

    9 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Rare
    Lançamento: 05/02/2007
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1-8 jogadores
    RecomendadoAvaliação:
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