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Lufia: Curse of the Sinistrals

14/12/2010

DOUGLAS VIEIRA
Colaboração para o UOL
No mundo do entretenimento praticamente todas as manifestações caminham lado a lado, em especial livros e cinema, sendo que é comum ver clássicos que surgiram nos primeiros serem adaptados para o segundo com algumas restrições ou modificações. E é exatamente o que acontece em "Lufia: Curse of the Sinistrals", que pode ser considerado um 'filme' de "Lufia II: Rise of the Sinistrals", lançado para Super Nintendo na década de 1990.

A história de "Lufia: Curse of the Sinistrals" apresenta o confronto de Maxim e seus amigos contra quatro deuses denominados Sinistrals, seres que se levantam de tempos em tempos para tentar dominar o mundo. Para colocar um fim neste plano, o protagonista deve caçar cada um deles e mandá-los de volta para o mundo subterrâneo, utilizando força para cumprir o objetivo.

Em time que está ganhando não se mexe muito

Apesar de as histórias do original e do remake seguirem o mesmo curso, há algumas alterações na versão portátil: ao passar para um jogo com combates em tempo real (a edição para SNES apresenta confrontos em turnos), foi preciso fazer adaptações aqui e ali que, infelizmente, acabaram por distorcer as participações de alguns personagens: Lexis, por exemplo, não entra em combate, enquanto Tia e Dekar continuam controláveis, mas não seguem fielmente o caminho visto no passado.

Se por um lado algumas histórias estão modificadas, as características de cada combatente foram respeitadas: Dekar e Guy continuam sendo os mais fortes fisicamente, enquanto Selan e Tia se saem melhor no uso de magias. Aliado a isso, agora cada personagem possui habilidades especiais de combate, que também ajudam a superar alguns obstáculos encontrados no caminho.

Algo sentido na edição portátil é a exclusão dos Capsule Monsters, criaturas encontradas durante a jornada que atuam como um membro do grupo na edição original. Criá-las e evoluí-las ampliava a experiência de jogo, algo que poderia ter sido aproveitado de alguma forma aqui, fosse acompanhando os guerreiros ou em um modo especial.

Quanto aos quebra-cabeças, quem jogou a versão da década de 1990 deve se lembrar de como eles exigiam raciocínio ou coleta de informações espalhadas pelos calabouços. Aqui eles foram jogados para segundo plano, e apresentam grau aceitável de desafio apenas quando o final do jogo está próximo - mas nada que se compare com o que foi visto anteriormente.

Para o bem de todos

Se por um lado falta o que foi mencionado anteriormente, pelo menos houve bom senso ao manter a Ancient Cave, um calabouço aleatório de 100 andares (só é possível passar por todos após terminar o jogo) que traz desafios gradativos. Ao embarcar em uma jornada por aqui, o nível dos personagens volta para 1, todos os equipamentos são colocados de lado (exceto os que possuem o nome na cor azul, que permanecem no inventário) e é preciso evoluir novamente enfrentando inimigos em escala ascendente de dificuldade.

Das novidades, "Curse of the Sinistrals" traz o sistema de Mystic Stones, um método alternativo para elevar os atributos dos guerreiros e deixá-los próximo do que foi visto no game original (Maxim, por exemplo, terminava o jogo com mais de 700 de ataque). Obtê-las não é tarefa das mais difíceis, pois estão espalhadas em calabouços ou são dadas como recompensa ao coletar Soul Shards, esferas azuis liberadas ao vencer os oponentes.

"Lufia: Curse of the Sinistrals" não é um jogo ruim, mas foi claramente adaptado para a geração atual de RPGs portáteis, que apresentam aproximadamente 20 horas de conteúdo na primeira partida (na era Snes "Lufia II" exigia, pelo menos, 50 horas). Uma das evidências é a navegação por menus em detrimento do mapa mundi, o que certamente pode desagradar aos fãs antigos.

CONSIDERAÇÕES

Mexer demais em um clássico nem sempre agrada, e "Lufia: Curse of the Sinistrals" é a prova disso. Está longe de ser um jogo ruim, mas a ausência de quebra-cabeças que realmente apresentam desafios e a encurtada no tempo de aventura certamente fará os saudosistas torcerem o nariz. Entretanto, pode cair no gosto daqueles que gostaram de jogos como "Soma Bringer", por exemplo.

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    GALERIA

    Lufia: Curse of the Sinistrals (DS)

    213 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Natsune
    Lançamento: 12/10/2010
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1 jogador, cartão de memória
    DispensávelAvaliação:
    Dispensável

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