UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

DS

Hotel Dusk: Room 215

30/01/2007

HENRIQUE SAMPAIO
Colaboração para o UOL
Em 2004, uma empresa ganhou um certo destaque ao lançar para o Nintendo DS, simultaneamente à chegada do portátil ao mercado, um jogo chamado "Trace Memory". O título era pouco convencional: uma espécie de adventure aponte-e-clique, mas com um estilo de jogo diferenciado, que fazia um ótimo trabalho em apresentar os recursos do aparelho, até então pouco explorados. Contudo, a soma de diversos fatores, como os quebra-cabeças pouco intuitivos e os gráficos simplórios, acabou não agradando a todos.

Nesta segunda tentativa da Cing, intitulada "Hotel Dusk: Room 215", a mecânica do antecessor foi mantida e algumas de suas características aprimoradas. O protagonista é Kyle Hyde, um ex-detetive de Nova York que sai em busca de um homem misterioso envolvido em um assassinato, enquanto realiza um trabalho de fachada como vendedor. Não por coincidência, o destino acaba levando-o até o Hotel Dusk, que fica afastado das grandes cidades.

O jogo começa bastante confuso, com flashbacks da história do protagonista e aquele clima de mistério dos filmes noir do cinema clássico. Aos poucos, a trama se desenrola e você vai sendo apresentado a novos personagens. À primeira instância, cada um deles parece carregar histórias paralelas, mas que no fim das contas formam uma grande rede de conexões com a trama principal. Isso mostra a força da estrutura narrativa de "Hotel Dusk: Room 215", colocando seu enredo no mesmo patamar de um bom romance policial, façanha que poucos jogos conseguem realizar.

Grande parte do forte envolvimento do jogador com a história acontece graças aos personagens, que são muito bem construídos. Cada um deles apresenta uma personalidade própria muito convincente, enaltecida pelas incríveis animações, que os tornam extremamente expressivos.

A evolução de um gênero

"Hotel Dusk: Room 215" possui um estilo gráfico pouco convencional, baseado em "hachuras" (linhas tracejadas), com pouco ou nenhum uso de cores nas animações e cenários aquarelados, dando um forte toque de unidade ao jogo. Os artistas da Cing acertaram em cheio nas animações, tanto técnica quanto esteticamente. Cada personagem possui dezenas delas, uma para cada tipo de reação durante os diálogos, como alegria, indiferença, curiosidade, reprovação etc. Todo esse capricho faz com que suas emoções tornem-se muito mais convincentes, aproximando o jogo de um filme.

Como em "Phoenix Wright", o jogo é repleto de diálogos. Porém, aqui nem sempre as conversas são lineares e você deve selecionar respostas ou pressionar o personagem até que ele acabe revelando uma determinada informação. Se pressionar muito, uma coloração avermelhada indicará que ele está se sentindo constrangido ou ofendido. Caso você continue pegando pesado, será expulso do hotel, resultando no fim do jogo. Portanto, é preciso saber escolher as respostas certas e pressionar um personagem apenas quando for realmente necessário.

O título é inteiramente jogado com o DS virado em 90o graus, como em "Brain Age". A solução casa perfeitamente com o estilo de jogo: na tela de toque, à direita, você move Kyle através de um mapa superior, em 2D. Na tela da esquerda, você vê através dos olhos do ex-detetive, em 3D. Quase todos os objetos espalhados pelos cenários do hotel, como prateleiras, mesinhas, balcões e quadros, podem ser analisados separadamente. Neste momento você ganha o controle da câmera e vê tais objetos com um nível de detalhes muito maior, para que possa encontrar algum item escondido.

Os gráficos em 3D, evidentemente, abusam das capacidades do portátil, principalmente durante as investigações mais apuradas. Como em qualquer bom jogo de aventura, você terá que resolver diversos quebra-cabeças. Contudo, aqui todos eles são acompanhados de minigames. Por exemplo, em determinado momento você precisa utilizar um clipe de metal para tentar destrancar sua maleta. Além de utilizar a stylus para esticar todo o clipe, você precisa movê-lo, em uma visão de dentro da fechadura. O jogo ainda permite escrever suas próprias anotações em uma caderneta virtual, muito útil para registrar certas informações que deverão ser lembradas posteriormente.

Perto de tantas qualidades, os poucos pontos negativos do jogo podem ser facilmente ignorados. O game é tão bem resolvido que raras são as vezes que você se sente perdido, sem saber qual é o próximo passo - algo comum no gênero. As músicas, embora cumpram muito bem o papel de envolver o jogador nos momentos mais dramáticos, são enfadonhas e repetitivas na maioria das vezes. Alguns podem também sentir falta de vozes digitalizadas - o jogo não traz nenhuma.

CONSIDERAÇÕES

"Hotel Dusk: Room 215" é, sem dúvida, uma das melhores surpresas dos últimos meses no DS. O jogo consegue superar inúmeros títulos do gênero já lançados para PC, além de ser, provavelmente, o mais bonito do portátil. Trata-se de uma ótima oportunidade para os jogadores menos habituados com o gênero adventure conhecê-lo mais a fundo. Já para os entusiastas, é um título indispensável.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Hotel Dusk: Room 215 (DS)

    6 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Cing
    Lançamento: 22/01/2007
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1 jogador
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host