UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

DS

Lost Magic

12/07/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Assistindo ao enorme sucesso do DS, com recordes batidos no Japão, vê-se que a Nintendo está recolhendo os frutos de ter apostado na inovação, principalmente na tela sensível ao toque. Isso permitiu games e experiência que só podem ser feitos no portátil de duas telas, mas também permitiu que alguns gêneros populares no computador também chegassem aos videogames.

É exatamente o caso de "Lost Magic", que tem como principal característica as batalhas em forma de estratégia em tempo real, um gênero complicado para ser transportando em videogames com controles tradicionais, baseado em alavancas e botões. Mas, apesar de trazer combates divertidos, o jogo da Taito peca no desequilíbrio em alguns pontos fundamentais, como um nível de dificuldade inconsistente.

Escreva a própria magia

"Lost Magic" pode ser considerado um RPG, com batalhas estilo RTS, sigla em inglês para estratégia em tempo real, ou seja, você não controla diretamente os personagens, mas dá ordens para que realizem ações. Sendo um jogo para portátil, a complexidade é baixa se comparados aos tradicionais games do gênero para PC, mas a essência de sua graça permanece.

O protagonista é um jovem mago chamado Isaac, cujo pai é um dos sete grandes sábios, que respectivamente protegem os sete cetros sagrados. Mas uma feiticeira gananciosa, que se intitula a Diva do Crepúsculo, quer obter o poder incomensurável dos cetros. Isaac, junto com a garota Trista, partirá numa jornada à procura do pai e para colocar fim às ambições da vilã.

Sendo um mago, o principal ataque do protagonista são os poderes mágicos. E sendo um game para Nintendo DS, a produtora bolou um sistema que usa extensivamente a tela sensível ao toque. É que para fazer as magias, deve-se pressionar o botão L, que faz aparecer um círculo mágico, e depois desenhar runas, ou seja, símbolos, para ativar os poderes correspondentes.

A magia mais básica, a da bola de fogo, se faz com um "V" invertido. Escrito o símbolo, basta apontar com a caneta na direção em que se quer lançar a magia. Esse é apenas uma delas, que somam quase 400 - sim, quatrocentos - tipos. Todos eles são divididos por "escolas", ou grupos fundamentais, que são fogo, água, vento, terra, luz e trevas.

No total são 18 símbolos, três para cada grupo, que formam 18 tipos de magias. Para obter as outras, o jogador pode escrever dois símbolos seguidos, mesmo iguais, o que gera uma combinação de 354 feitiços. Por fim, há as magias triplas, poderosíssimas, mas também gastam pontos de magia como nenhuma outra. Estas somam 54 tipos, ou seja, nesse caso, apenas algumas combinações específicas são válidas.

Essa quantidade de magias garante uma ampla variedade de estratégias, mas, por outro lado é complicado decorar quase 400 delas. Na verdade, geralmente, as fases requerem um determinado conjunto de magias, dependendo do terreno e dos inimigos que nelas habitam. É que os monstros também estão sob um determinado grupo e há uma relação de forças entre eles. Ou seja: inimigos sob o "signo" do fogo são pouco resistentes a ataques de água.

O sistema de magias é bem inteligente e mais participativo do que os dos RPGs comuns, em que geralmente os jogadores escolhem uma opção em forma de menu. E como as magias mais fortes têm símbolos mais complicados ou só são obtidas com mais etapas, há uma boa relação entre risco e recompensa. O único problema é que às vezes é difícil compreender por que o sistema não aceita a sua "caligrafia" ou teima em confundir com outra runa, o que é bem frustrante. Não tem jeito: é preciso treinar e testar vários jeitos de escrever para diminuir a incidência de erros.

Napoleão dos monstros

Apesar de focar no RPG, quase não há exploração: os deslocamentos são feitos andando sobre uma espécie de tabuleiro, bastando ir até alguns pontos-chaves para avançar na aventura. Nesses lugares, a história progride seja por uma batalha ou por cenas não-interativas, que não passam de desenhos parados e textos.

Durante o trajeto, pode acontecer batalhas aleatórias, que servem para aumentar a experiência de seu personagens e aliados, além de conseguir capturar monstros e conseguir itens. Essas lutas, geralmente, são muito mais fáceis que os combates obrigatórios, os tais necessários para seguir em frente no roteiro.

Apesar de poder usar magias poderosas, o jogador, sozinho, não tem a mínima chance contra um exército grande. É aí que entram seus aliados, monstros capturados durante os combates. O jogador pode ter até três unidades em seu grupo, cada um deles com dois ou mais integrantes - três é o mais comum.

Esses aliados são sua tropa de choque, que atacarão os inimigos em confrontos diretos. Com eles, o game começa a ganhar mais cara de estratégia em tempo real. Basta selecionar uma unidade e fazê-la movimentar para um local especifico ou um inimigo. Ou você pode selecionar um grupo inteiro, arrastando a caneta e envolvendo com um círculo as unidades das quais quer obter controle. Quando inimigos chegam perto dos seus aliados eles passam a atacá-lo automaticamente.

O problema é que os controles terminam por aí. É verdade que com uma tela tão pequena não se pode exigir muita complexidade, mas poderia haver um jeito de especificar uma rota com vários pontos intermediários, pois a inteligência artificial de suas unidades é muito básica e nem ao menos sabem contornar obstáculos. Também não há uma maneira de criar cadeia de comandos, ou seja, fazer uma unidade seguir a outra automaticamente.

Outro senão está no microgerenciamento, pois no meio de uma bagunça é complicado selecionar uma unidade específica, por pura falta de precisão. Às vezes você pega a unidade vizinha ou também um personagem ao redor. Isso é especialmente frustrante na hora de aplicar uma magia de cura, cujo propósito é usar naquela unidade em perigo. Mas acertar esse alvo corretamente é uma loteria. O jeito é tentar afastar quem está moribundo do bolo ou esperar conseguir uma versão da magia que atinja um grupo inteiro.

Sem permitir um controle mais preciso, o jogador acaba adotando a tática do ataque em bloco ou, no máximo, dividir o grupo em dois. Também é complicado acompanhar a tela de mapa, que apesar de não ser tão grande, a navegação é feita apenas pela rolagem de tela, através do direcional. E quando tudo fica lento, devido a grande quantidade de personagens, fica ainda pior.

Além de inimigos, as fases possuem cristais de energia, que se forem purificados recuperam a energia de quem está por perto, e círculos mágicos por onde saem inimigos, a não ser que você deixe o seu personagem ou algum aliado sobre esses locais. Outros perigos incluem ilhas isoladas, que só podem ser alcançadas por unidades voadoras.

De repente, um pedregulho no caminho

Um dos sinais do desequilíbrio do game está em sua dificuldade. Geralmente, as missões ficam gradativamente mais complicadas, em harmonia com o desenvolvimento natural de seu grupo, mas há momentos em que a guinada é quase desconcertante. Nessas fases mais difíceis, é preciso levar um grupo de acordo com as características dos inimigos que nela habitam.

Por exemplo, se o chefe de fase é do "tipo" terra, convém levar aliados também com essas características, já que são resistentes a esse grupo de ataque. Por outro lado, usar qualquer outro tipo de monstro é quase garantia de uma derrota fulminante. Se não possuir os aliados corretos, o jeito é capturá-los mais em batalhas aleatórias nas redondezas.

Com mais experiência e uma boa estratégia é possível superar os desafios. O problema é que as fases mais avançadas é preciso fazê-las pelo menos duas vezes: uma para analisar os inimigos e a segunda para terminá-la de fato. O fato de existir tempo-limite também não contribui para uma experiência mais agradável.

Além de um modo de história, há também modalidade multiplayer. Eles atendem a vários propósitos. Se o intuito é apenas competir o nível de habilidade entre os jogadores, há uma modalidade em que as "peças" são as mesmas para os dois lados. Mas quem quiser colocar o poder dos exércitos na disputa, pode-se optar por usar seu grupo evoluído nos combates, e valendo mais pontos de experiência. "Lost Magic" também permite partidas online, mas às vezes acontecem "lags". Por outro lado, via rede local, não há problemas de atrasos de comunicação.

O visual é simpático. Os personagens fazem lembrar desenhos animados de Hayao Miyazaki, como "Meu Vizinho Totoro" e isso não é coincidência. É que o diretor de arte do game é Yoshiharu Sato, o mesmo do desenho. Apesar do visual colorido e dos personagens bem-desenhados, faltou dar vida com um pouco mais de animação. Os cenários dos campos de batalha também estão bem-feitos, assim como os monstros e os personagens humanos. A trilha musical e os efeitos sonoros são apenas medianos.

CONSIDERAÇÕES

"Lost Magic" não é nem de longe perfeito, mas obtém sucesso em trazer a essência das batalhas de estratégia em tempo real para o Nintendo DS, combinando com um interessante sistema de magia e de captura e de desenvolvimento de monstros. Apesar do desnível na dificuldade, deverá agradar aos fãs de RPG e de estratégia. Para quem nunca viu um jogo assim, é bom pela simplicidade dos comandos, mas, com um senão novamente pela dificuldade. Mas há um bom multiplayer que servirá para treinar e evoluir o jogador para as batalhas mais difíceis.

Compartilhe:

    Receba Notícias

    GALERIA

    Lost Magic (DS)

    89 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Taito
    Lançamento: 25/04/2006
    Distribuidora: Taito
    Suporte: 1-2 jogadores; multiplayer online
    RecomendadoAvaliação:
    Recomendado

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host