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Nintendogs

02/09/2005

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Quando "Nintendogs" foi apresentado, como uma demonstração para o Nintendo DS, causou reações de espanto e dúvida a respeito de como funcionaria dentro do contexto de "ampliar a definição de jogos", pregada pela companhia de Kyoto há algum tempo. Depois de um enorme sucesso no Japão, que fez aumentar o patamar de vendas do portátil, o simulador de cachorros finalmente chega aos Estados Unidos, batendo recordes de vendas logo na primeira semana.

No sentido tradicional, "Nintendogs" tem muito pouco de jogo. A satisfação vem da interação com o bicho de estimação virtual, uma onda iniciada há quase dez anos, com a explosão do "Tamagochi", brinquedo lançado pela Bandai. Se uma criatura em preto-e-branco com ações limitadas conseguiu tanto sucesso, parece óbvio que animais tão próximos dos humanos como cachorros, com reações muito realistas, consiga repetir, ao menos, a mesma repercussão.

Mas o título vence todos os concorrentes em experiência, com controles intuitivos e naturais, que não podem ser realizados em nenhum outro videogame. É um típico produto que apela às emoções, afinal, como ficar impassível a filhotes com cara de "quero colo"?

Bom pra cachorro

O que se pode fazer em "Nintendogs", basicamente, é o mesmo que se aplica a um cachorro de verdade. O dono pode interagir de diversas formas, acariciando, ensinando truques e cuidando de suas necessidades básicas, isto é, dar comida, banho e levar para passear. A parte "game" fica por conta de três campeonatos, em que se pode ganhar dinheiro e troféus.

O diferencial do título para os outros jogos de bichinhos virtuais é que os controles não são baseados em interfaces artificiais, como direcional e botões. Quase tudo é feito através da tela sensível ao toque e do microfone, muito mais interativos. Enfim, os dispositivos de entrada do Nintendo DS caem como uma luva para o título. Aliás, existem histórias de que muito das funcionalidades do portátil foram decididas em função de "Nintendogs".

Com a caneta é possível acariciar seu cachorro e suas reações são as mais naturais possíveis. Arraste extremidades como a pata dianteira, orelhas ou o rabo para que se mexam conforme o movimento da caneta. Passar a mão no pescoço ou na barriga faz com que fechem os olhos, causando aquela expressão de satisfação. Enfim, as reações são inúmeras, realistas e muitas vezes imprevisíveis. A caneta também é usada para jogar brinquedos, como bolas de tênis ou fresbees, ou para banhar e escovar seu companheiro virtual.

Outro dispositivo fundamental é o microfone, usado para dar nome ao seu "pet" e atribuir comandos de voz. Assim, o seu cachorro virá correndo em sua direção toda vez que você disser seu nome ou assoviar. Alguns dos brinquedos, como aquele de fazer bolinhas de sabão, também usam o dispositivo, bastando assoprar para encher a tela de bolhas coloridas.

Pixels obedientes

Uma das maiores diversões é ensinar-lhes truques: fazer dar a patinha, sentar, deitar, rolar, pular, enfim, uma grande quantidade de malabarismos estão disponíveis para os treinadores virtuais. Primeiro, é preciso, usando a caneta, fazê-los executar determinados movimentos para, depois, pressionar o botão de associação (é um balão com uma lâmpada) dizer o nome do truque, bem claramente. Será necessário repetir o processo, pelo menos, três vezes para que o cão assimile o comando. Feito isso, basta repetir a fala para que ele realize o movimento.

O sistema de reconhecimento de voz é bastante eficiente, mas não perfeito. Exige-se um local silencioso para que funcione com precisão e também necessita que o usuário fale claramente os comandos. É bom evitar sons parecidos para não confundir o sistema. Não se sabe se por limitação ou funcionalidade é difícil que o cão reconheça os comandos que não os de seu dono. O game não suporta perfis múltiplos, mas cada treinador pode cuidar de cães diferentes, até oito no total.

Mas há outros tipos de exercícios, como o arremesso de fresbees e o treino de agilidades. Esses são mais simples: basta praticar em locais determinados por algum tempo. Se ficar bom, é hora de participar dos concursos e ganhar dinheiro e troféus, pois, como na vida real, cuidar de um animal requer recursos. Ademais, há diversos itens e novos cachorros para comprar.

Talvez como um valor educacional, "Nintendogs" possui algumas limitações, como restringir o número de participações em campeonatos para três ao dia. O número de truques que se pode ensinar diariamente também é contado. Também não se deve abandonar o seu companheiro, sob pena de ele fazer o mesmo, e fugir de sua casa, ao menos, temporariamente. Ele nunca morre, nem envelhece; será um eterno filhote.

Outra diversão é levar o animal para passear. No começo, ele tem pouca intimidade e não consegue ir para muito longe. Mas ao andar com freqüência, e marcar devidamente o seu território, cada vez mais passará a visitar locais mais distantes e, assim, recolher melhores itens, além de brincar com outros animais. Durante o passeio também é possível passar por lojas de desconto e ginásios de treinamento. Mas se fizer o "número 2" durante o trajeto, não esqueça da boa educação e recolha a bagunça. Pelo menos, aqui, isso se resolve com apenas um toque.

Apesar de muito divertido, a longa vida do título depende, em grande parte, de amigos ou conhecidos que tenham o jogo, para aproveitar o modo Bark, fazendo com que os cachorros dos dois cartuchos interajam e troquem itens. Assim, a gama de objetos vai aumentando, ao mesmo em tempo que, com sorte, mais raças ficam disponíveis no canil. "Nintendogs" vem em três pacotes diferentes, mas a diferença entre eles está apenas nas raças que estão disponíveis desde o início, pois todas as 18 espécies podem ser destravadas nas três edições.

Levando o DS para passear

Parte do sucesso do título em apelar aos sentimentos está na convincente reprodução no trejeito e visual dos animais. Apesar da modelagem simples, as versões virtuais capturam com grande precisão os detalhes de cada raça, como o rosto redondo do Golden Retriever ou a expressão firme do Husky Siberiano. Além disso, as texturas também funcionam muito bem. É um equilíbrio perfeito entre o realismo e a estilização, usando as vantagens de cada técnica.

Porém, mais que o visual são as animações que trazem naturalidade ao jogo. Primeiro, os movimentos são absolutamente fiéis e muito numerosos. Essa variedade faz com que o game seja divertido apenas assistindo à partida. Além disso, há diversos tipos de reações, sensíveis ao local e à situação. Pegando o rabo, por exemplo, faz com que o cachorro gire em círculo. Mas o toque de genialidade está no fato de que o tempo de reação varia ou, até mesmo, a intenção pode falhar. Assim, muitas das animações são imprevisíveis. Isso pode gerar frustração, naturalmente, mas é um pequeno preço a se pagar.

Cada uma das raças, supostamente, possui uma rotina única de comportamento, condizente com as características das raças de verdade. Além do latido, a afetividade, a convivência com outros animais e a inteligência podem variar para cada uma das espécies. Mas, pelo menos no caso do Husky Siberiano, há algumas imprecisões, pois não se trata de um cão que late muito ou que deve obediência cega. Mas talvez seja uma "licença poética" da Nintendo para não prejudicar a mecânica do título.

Nesse contexto de simulador, os efeitos sonoros ajudam a completar a experiência de estar lidando com bichos virtuais bem próximos da realidade. Os latidos variam de tom para cada raça e ainda há variações para cada indivíduo. A ambientação é completa com o canto de pássaros e o barulho dos automóveis que passam por perto. O trilha sonora aparece de vez em quando, como durante os passeios, e são sempre composições alegres.

CONSIDERAÇÕES

"Nintendogs" é mais uma prova da genialidade de Shigeru Miyamoto, o criador de "Mario" e "Zelda". Apresentando com desconfiança, provou ser um título que cumpre com toda competência a filosofia da Nintendo, de levar os videogames para cada vez mais pessoas. Afinal, o que seria mais casual que um simulador de "pets"? Por outro lado, não se trata de um jogo no sentido mais tradicional da palavra, tendo apenas alguns poucos desafios. O intuito é reproduzir a experiência de interagir com animais de um jeito mais natural possível. E, de fato, melhor que "Nintendogs", apenas os verdadeiros amigos do homem conseguem ser.

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    Nintendogs (DS)

    157 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Nintendo
    Lançamento: 22/08/2005
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1 jogador
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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