Puzzle Quest: Galactrix

CLAUDIO PRANDONI
Colaboração para o UOL

Seja uma mestra da estratégia no espaço

O primeiro "Puzzle Quest" cativou diversos jogadores por conta da inusitada mistura de RPG e quebra-cabeça. Versões para vários consoles foram lançadas, todas preservando intactas essas características e o enredo clichê, porém simpático, envolvendo uma busca épica em um mundo medieval.

A fórmula deu tão certo que incentivou a produtora Infinite Interactive a criar um novo título nos mesmos moldes, implementado algumas poucas mudanças nos controles e trocando a temática. "Puzzle Quest: Galactrix" é praticamente o mesmo jogo com o qual estamos acostumados, desta vez no espaço sideral.

Falta de acabamento

A inovação mais gritante de "Galactrix" é a mudança de formato das peças. O campo de ação não é mais formado por quadradinhos, mas sim hexágonos. Ou seja, em vez de ser possível movimentar peças em quatro direções agora são seis caminhos possíveis.

De resto permanece a mesma mecânica: alinhe três ou mais peças iguais para estourá-las. As coloridas rendem benefícios, como proteção ou acesso a itens especiais, enquanto um tipo determinado, bombas aqui neste caso, causa dano ao adversário.

Ao passo que o leque de opções de movimento e estratégia aumenta graças ao novo formato das pecinhas, infelizmente outro elemento frustrante acaba ganhando mais espaço: a sorte. Por mais que as jogadas sejam planejadas com cuidado, o acaso sempre participa de forma contundente, já que ao eliminar peças outras aparecem no lugar e em ordem aleatória, podendo resultar assim em combos maravilhosos (seja para você ou o adversário) ou simplesmente nada. Um aspecto frustrante que deveria ter sido melhor trabalhado.

A exemplo do predecessor, seu personagem evolui conforme vence as batalhas, ganhando melhores atributos e equipamentos mais modernos que também conferem vantagens ou ataques especiais.

Falando sobre o herói (que pode ser menino ou menina), aqui reside uma das principais falhas de "Galactrix". A seleção de heróis é pouca e o enredo repleto de clichês e diálogos mal escritos. Nada muito diferente do que foi visto no primeiro "Puzzle Quest", mas eram falhas que não são tão gritantes à temática medieval (marcada por histórias de pouca criatividade) e, convenhamos, persistir no erro em um novo jogo soa como preguiça ou falta de competência.

Para piorar o enredo é bem fraquinho e muito dificilmente servirá de incentivo para qualquer um , o verdadeiro e único atrativo do jogo são os quebra-cabeças, que sofrem dos problemas já citados.

A variedade de modos de partida não é das mais amplas ou inspiradas também, limitando-se à campanha principal com história, duelos rápidos e combates entre duas pessoas no máximo. Ao menos o visual apresenta uma leve evolução, principalmente durante os próprios quebra-cabeças, que contam com um refino muito maior de acabamento.

As conversas entre personagens poderiam contar com animações ou até mesmo desenhos um pouco mais detalhados, mas isso de maneira alguma compromete a já enfadonha experiência que é acompanhar os diálogos. A trilha passa sem destaque, optando por um estilo calmo, o que de certa forma é bom, assim não atrapalha a concentração nas partidas, essa já afetada pelos arroubos do acaso e destino que podem lhe atrapalhar ou beneficiar imensamente.