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Mega Man ZX

02/10/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
A série "Mega Man" nasceu em 1987 e, portanto, está para fazer 20 anos. Essa é uma das franquias mais prolíficas dos videogames, somando mais de 100 títulos, entre as séries principais e os chamados "spin-offs", ou games paralelos, como o "futebolístico" "Mega Man Soccer" ou o game de corrida "Mega Man Battle & Chase".

Mas a produtora toma o cuidado de dedicar séries exclusivas para cada console, no intuito de utilizar melhor suas características. Assim, "Mega Man" já passou da ação pura para o mais tradicional dos RPGs - "Mega Man X: Command Mission", por exemplo -, passando por adventures de ação e RPGs menos óbvios, como "Battle Network". "Mega Man ZX", a estréia de uma nova linha para Nintendo DS, volta um pouco às origens da franquia, trazendo muita ação e grande dificuldade.

Um novo início, ou quase

"Mega Man ZX" é um jogo de ação com plataformas, com direito a muitas batalhas, seja com tiros ou com golpes de espada. O modelo básico do game está na série "Mega Man Zero", para Game Boy Advance, mas também incorpora fórmulas vencedoras como as usadas, por exemplo, em "Metroid" e "Castlevania" (como "Symphony of the Night").

Ou seja, agora, as fases não são independentes entre si, mas fazem parte de um grande mapa, tendo cada área interligada por corredores e portas. Isso pode sugerir uma liberdade de exploração, mas, na verdade, como poucas áreas são acessíveis desde o começo, o caminho é praticamente linear, apesar de haver alguns desvios que levam a itens escondidos. Mesmo quando uma nova chave ou habilidade é adquirida, apenas dois ou três novos caminhos se abrem.

A história introduz algumas novidades. Pela primeira vez, o game traz protagonistas humanos, Vent e Eile, que operam uma empresa de transporte. Eles ganham o poder de Mega Man e de Zero, tradicionais personagens de série, depois de serem atacados durante o transporte de uma carga misteriosa, que revelaria ser uma biometal, um artefato consciente que confere poderes para humanos escolhidos.

Cada um dos protagonistas tem características ligeiramente diferentes, sendo a garota Eile um pouco mais ágil e o garoto Vent, mais resistente. Ter mais de um protagonista também é raro dentro da franquia. Ambos também têm pequenas diferenças dentro da narrativa, nas, no geral, a história é a mesma.

As novas roupas de Mega Man

Mas a maior característica de "Mega Man ZX" é que os personagens podem trocar de biometal, ou seja, de armadura, e, com isso, mudar as armas e até mesmo as habilidades de Vent e Eile. Naturalmente, cada uma dessas características influi na dificuldade em cruzar as fases e para acessar novas áreas.

No começo, o jogador tem apenas o modelo X, que é similar ao do protagonista de "Mega Man X", mas logo ele é melhorado para ZX, que também inclui golpes de espada, em acréscimo ao canhão tradicional. Os outros biometal são adquiridos ao vencer os chefes, como sempre. Mas eles somente aparecem quando você aceita uma missão, que lhes são passadas por estações próprias, que imitam quiosques de Nintendo DS.

Nessas estações, o jogador também pode salvar o game e, nas edições amarelas, você pode se teletransportar para outras estações amarelas, além de acessar o quartel general, que só pode ser alcançado assim. Voltando aos chefes, eles vêm de outros games da série e alguns dos mecanismos são similares aos antecessores. Ou seja, há uma arma específica que tira mais energia deles. Além disso, cada um deles carrega uma biometal, que é seu ponto fraco.

Aqui cabe uma estratégia: atacar esses pontos sensíveis tira mais energia dos chefes, mas, por outro lado, danifica a peça, ficando mais fraco quando você adquiri-la. Mas as peças podem ser consertadas, em troca de créditos. Mas, ao vencer os chefes sem tocar nessas peças, adquirem-se pequenos bônus, como mais bonequinhos no quarto de Prairie, uma das personagens do game.

Cada uma das transformações possui diversas armas, mas o mais importante são as diferentes habilidades produzidas pelas mesmas. O modelo verde, Hx, permite fazer usar um jato em pleno vôo, até mesmo para cima, e isso permite acessar várias novas áreas. Além disso, essa armadura faz o protagonista planar. Já o modelo Px, que mais parece um ninja, permite de dependurar no teto ou em plataformas, além de ter um radar que indica a localização de passagens secretas.

O legado da dificuldade

Em termos de ação, o game segue a linha de "Mega Man X" e "Mega Man Zero", ou seja, há muitos combates e a habilidade de pulo do jogador será exigida, por haver muitas plataformas pequenas - várias em movimento - e há algumas situações que é necessário fazer um pulo cego, apenas se guiando pelo cenário. Para quem é habilidoso ou está acostumado com os antecessores, isso será um desafio e tanto e uma satisfação enorme ao vencer esses obstáculos. Os inimigos destruídos reaparecem quando você volta à tela. E quando todas as suas vidas acabarem, apenas resta a você recuperar o último "save" ou voltar no começo da missão.

Como se vê, a dificuldade é bem alta. A Capcom ainda tenta dar uma colher de chá com um modo Easy, que deixa os inimigos mais fracos e você retorna no mesmo lugar quando cai em um buraco, por exemplo - exceto quando se faz um "continue". Apesar disso, ainda há cenas quase impossíveis para um jogador casual. Ou seja, é um tipo de jogo que exige um mínimo de experiência em videogames. Mas para quem gosta de desafio, há o modo Hard, para jogador nenhum botar defeito. Além de tudo, achar os caminhos para novas áreas também pode ser complicado, já que praticamente não há nenhuma dica de como achá-las. É que a ligação entre as áreas não é nada intuitivo, como em "Metroid" ou "Castlevania".

Game Boy Advance 1.5

O que ninguém pode criticar é o controle do game, simplesmente perfeitos, em termos de tempo de resposta. Se há um senão é que o jogo praticamente não usa nenhum recurso do Nintendo DS. A tela sensível ao toque somente é usada para definir a trajetória do tiro do modelo Fx, e a tela de baixo, na maioria das vezes, mostra apenas um logotipo. Mesmo usando armaduras dos inimigos, sua função não é muito notada.

O visual do game é em 2D, com desenhos artesanais, como eram os títulos da era pré-PSOne. A equipe da Capcom é uma das que mais produzem games desse tipo, então os gráficos de "Mega Man ZX" têm a maturidade e a experiência usada nos antecessores. Tanto os cenários com os personagens trazem muitos detalhes e boas animações, melhores que as das edições para Game Boy Advance, graças à maior resolução. Ajuda a aumentar o valor de produção a introdução de vídeos em desenho animado, que são bacaninhas, mas deixa um pouco a desejar na qualidade de compressão, apesar de não se poder exigir muito nessa área no Nintendo DS.

O som é vibrante como sempre. Algumas fases trazem músicas ótimas, que até convidam a uma audição mais atenta. A gama de efeitos sonoros são aquelas já meio manjadas da série, sem muitas novidades, mas cumprem seu papel. Por fim, algumas pequenas falas ajudam a dar um pouco mais de luxo à obra, apesar de a produtora não ter tido trabalho de traduzir para o inglês - está em japonês -, mas essas falas não influenciam na história.

CONSIDERAÇÕES

"Mega Man ZX" mantém a qualidade sólida da série "X" e "Zero", com uma jogabilidade de pura ação voltada para os amantes da série, e estes deverão deglutir cada segundo das cerca de cinco horas do game - fora os extras. Por outro lado, é um jogo complicado para quem quer se introduzir à série e faltou um emprenho maior por parte da Capcom. Mesmo assim, no final, ela brinda com mais um game de qualidade e com o desafio que os fãs tanto gostam.

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    Mega Man ZX (DS)

    82 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Capcom
    Lançamento: 12/09/2006
    Distribuidora: Capcom
    Suporte: ND
    RecomendadoAvaliação:
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