Depois de sofrer com uma leva de jogos pouco inspirados ou simplesmente ruins nos últimos tempos, Sonic, o ouriço azul mascote da Sega se prepara para voltar aos seus dias de glória. Ou pelo menos isto foi o que a empresa planejou para o ano de 2008, com o lançamento de "Sonic Unleashed" para as plataformas de mesa e deste "Sonic Chronicles: The Dark Brotherhood", estréia do herói em um RPG e também da veterana Bioware em portáteis.
Problemas de sempreO enredo de "Sonic Chronicles: The Dark Brotherhood" não foge daquilo que se espera de um jogo com o personagem. A trama é puxada pelo desaparecimento de Knuckles de algumas Chaos Emeralds, o que força Tails a tirar Sonic de suas merecidas férias para investigar. O herói logo trata de encontrar alguns rostos bem conhecidos dos fãs, como Amy Rose, Shadow e até mesmo o Dr. Eggman e reúne um grupo para enfrentar uma raça alienígena que está por trás dos acontecimentos.
Embora a Bioware seja conhecida por enredos complexos, com muitas opções, fica claro que este jogo é feito para um público mais jovem que talvez não seja tão familiarizado com o gênero e se deixa levar pelo carisma dos personagens. Por isto o grande trunfo do game é sua apresentação, com gráficos bacanas para os padrões do DS, com muitas cores vibrantes e cenas de animação que ajudam a envolver o jogador na ação.
As músicas e o controle via stylus também complementam com maestria o lado técnico do título, que parece ter uma produção muito mais bem cuidada do que qualquer outro jogo recente estrelado pelo mascote.
Desafio leveO que realmente deixa "Sonic Chronicles: The Dark Brotherhood" um pouco para trás é justamente sua excessiva simplicidade. Você deve explorar alguns cenários utilizando as habilidades nativas de cada personagem, conversar com outros controlados pelo computador em busca de dicas e entrar em batalhas em turnos.
Não há nenhuma grande surpresa ou reviravolta. Mesmo o tradicional uso de árvore de diálogos da Bioware, que teoricamente ampliam as opções e conseqüências dos diálogos, aqui parece efêmero. Os combates, embora divertidos com o uso de comandos com a canetinha ao estilo "Elite Beat Agents" para desferir especiais, ficam velhos logos diante da dificuldade quase inexistente. Então, sem qualquer grande desafio ou mistério, dá para passar batido pelo jogo rapidamente sem que ele deixe alguma marca.
CONSIDERAÇÕES
"Sonic Chronicles: The Dark Brotherhood" é um RPG extremamente bem acabado, com uma apresentação caprichada que sabe tirar proveito do hardware do portátil da Nintendo e do carisma dos personagens da Sega. Pena que o desafio seja tão leve e pouco criativo, com mínimas ramificações, deixando o jogo fácil e direto demais, dificultando um maior envolvimento daqueles jogadores veteranos.