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Star Fox Command

06/10/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
O primeiro "Star Fox", lançado originalmente para o Super Nintendo em 1993, pode ser considerado um game heróico, afinal, fazer um jogo com gráficos 3D numa máquina de capacidade modesta como o console de 16 bits da Nintendo - esse tipo de jogo só seria comum com o PSOne, um console de geração seguinte - seria inimaginável para a maioria dos criadores.

Mas Shigeru Miyamoto, confiando no talento da Argonaut, que desenvolveu um chip Super FX para aumentar a capacidade do Super NES, bancou o desafio e fez mais um clássico. É verdade que o jogo era lento demais em muitas partes, mas a diversão compensava. O game mostrou seu verdadeiro potencial no Nintendo 64, ainda hoje tido como o melhor "Star Fox" de todos os tempos.

No intuito de dar mais destaque aos personagens do game, o título seguinte, "Star Fox Adventures", feito pela Rare, especialista em games de mascote, não agradou aos velhos fãs com sua aventura de ação, ainda que de boa qualidade. O título seguinte, "Star Fox Assault", a cargo da Namco, também para GameCube, aprendeu parte da lição: trouxe de volta as seqüências de nave, mas ainda predominava a ação de tiroteio a pé.

Voltando a ser um somente um esquadrão

Agora, quase 10 anos depois - a edição para Nintendo 64 veio em 1997 -, vem finalmente um "Star Fox" somente com ação de naves, mas não exatamente no mesmo estilo do original. "Star Fox Command" é um recomeço para a série, adotando uma progressão de fases diferente das edições para Super NES e Nintendo 64.

O enredo trata dos acontecimentos posteriores ao capítulo "Assault". O esquadrão Star Fox, liderado por Fox McCloud foi desfeito, e os seus companheiros tomaram rumos distintos. Peppy foi promovido a general, Falco voltou a voar sozinho e Slippy passa seu tempo com sua noiva. Krystal, que ama Fox, foi expulsa do esquadrão, por ele não querer expô-la ao perigo. Agora, diante de uma nova ameaça alienígena, chamados de Anglar, a raposa precisará contar com a ajuda de seus ex-parceiros dos ares.

Em "Star Fox Command", a história é dividida por capítulos. Na primeira vez, há uma opção para aprender os comandos da nave, que ficaram bem diferentes, pois quase tudo é controlado pela tela sensível. Depois de um breve bate-papo com Rob, o robô que controla a nave Great Fox, é hora entrar na parte estratégica, a primeira novidade do game.

Debruçando sobre a mesa estratégica

Aqui, a coisa funciona como um game de estratégia por turnos, ou quase. Ali estão sua nave-mãe, que se for atacada por algum inimigo resulta em fim de jogo, e o esquadrão de Fox, mas, no começo, só o próprio está disponível. Com a caneta, você deve definir o traçado que as naves devem fazer - com exceção da Great Fox, que é um caso a parte. Feito isso, é só apertar um botão e confirmar a ação.

Feito isso, sua nave faz a trajetória indicada, e os inimigos também seguem seu rumo. Se sua nave passar por cima de itens, ela automaticamente os recolhe - o míssil é um dos mais importantes. Se houver contato entre você e o inimigo, é hora de ação. O número de pontos indica a quantidade de inimigos com estrelas, e coletar uma determinada quantidade delas é o critério para vencer o mapa. O local de contato determina o cenário em que ocorrem os combates.

As partes de ação ocorrem numa arena delimitada com muros invisíveis - na verdade, como acontecia nas fases livres dos antecessores, o jogo obriga você a retornar para o local de combate. Mas, dentro do limite, você tem liberdade para voar por onde quiser. No mapa estão vários inimigos e argolas, que liberam itens se sua nave passar por elas. Não é preciso derrubar todos os oponentes, apenas aqueles que possuem estrelas, mas, se limpar a área, você ganha um míssil.

Cabine totalmente nova

Como dito, os controles foram reformulados, usando extensivamente a tela sensível. Aos botões, e até mesmo o direcional, ficam relegados apenas uma função: atirar. O controle da nave é feito arrastando a caneta pela tela, mais ou menos como em "Metroid Prime Hunters", com a diferença que a nave avança constantemente. A precisão é excelente, e é muito fácil mirar para onde quer acertar. Tudo é bem intuitivo.

A utilização da bomba também é criativa: você deve arrastar o ícone e soltar a caneta no local desejado - a tela de baixo mostra o mapa da fase -, causando uma explosão e atingindo quem estiver ao redor. Na tela sensível também estão indicados ícones como o do looping e da meia-volta, que realizam essas manobras. Para acionar o jato, basta dar dois toques na parte de cima da tela e, no caso de querer baixar a velocidade, toque duas vezes a parte de baixo.

Dependendo do personagem escolhido a nave muda de característica. Uns já vêm com tiro duplo e a barra de jato tem tamanho diferente para cada modelo. Não chegam a ser diferenças gritantes, mas podem ser decisivas. Muitas naves também têm tiros teleguiados: basta segurar o botão de tiro e marcar o oponente. Essa técnica também tem bastante importância nos confrontos multiplayer.

Há também uma manobra de girar a nave, que faz ricochetear alguns ataques dos inimigos. Para isso, basta deslizar rapidamente de um lado para outro. Um movimento de vai-e-vem com a caneta é suficiente para efetivar o giro, mas também é muito fácil acioná-la involuntariamente quando você está perseguindo inimigos rápidos, por exemplo. Isso causa um descontrole da nave e gasta energia, que poderá faltar em caso de real necessidade.

Apesar de divertido, essas cenas de combate tendem a ficar repetitivas em pouco tempo, pois não há muita variação, além de serem em sua maioria fáceis, se for cumprir apenas o essencial da missão, que é pegar as estrelas. Mas também há batalhas mais complicadas, como aquelas que você luta contra os mercenários da Star Wolf, que são rápidos e dotados de melhor inteligência artificial que a maioria das amebas do game. Os chefes também conferem algum desafio, até cenas emocionantes, como aquela que você enfrenta a primeira nave gigante, em que você deve atravessá-la com o movimento em parafuso.

Mas há um outro tipo de cena de ação que pode tornar tudo um pouco mais difícil. De tempos em tempos, os inimigos lançam um grande míssil em direção à nave Great Fox. Restam aos caças interceptarem o artefato, seguindo um caminho determinado pelos marcadores. Se errar nesta parte, é fim de jogo.

Ópera espacial

Você pode terminar o game em algumas horas, mas, na verdade, há muitas histórias para desvendar. Lembra que da primeira vez havia opções trancada com cadeados? A partir da segunda rodada, eles ficam liberados e você pode seguir outros caminhos, que revelam outras tramas e levam ao encontro com mais companheiros. Isso tudo leva a nove finais diferentes. Isso não mudar a repetição das cenas de ação, mas ao menos permite enfrentar inimigos e chefes novos.

"Star Fox Command" também conta com opções multiplayer, tanto em rede local com via internet. No primeiro caso, até seis pessoas podem jogar mesmo com apenas um cartucho. Já no segundo, até quatro pilotos disputam uma batalha aérea. Na verdade, a modalidade é um tanto básica: são apenas competições individuais, com um tipo de nave e uma única regra.

Trata-se de um "deathmatch" com um pouco de veneno, pois não basta apenas derrubar o oponente, mas também pegar a estrela que resulta da sua explosão. Ou seja, isso dá abertura para muitas estratégias, como um terceiro ficar aguardando o momento certo para "roubar" o item ou até mesmo eliminar o atacante, ganhando assim, duas estrelas. Isso se não tiver um quarto oponente de olho. Ou seja, mesmo simples, é competitivo à beça.

Durante os testes, não foi percebido nenhum atraso de conexão significante, mas o sistema de ranking tem seus defeitos, já que não pune quem propositalmente derruba a conexão para não ficar registrada sua derrota. O pior é que o vencedor fica sem seus pontos também.

Produção caprichada

O visual de "Star Fox Command" aproveita bem a capacidade do Nintendo DS, trazendo gráficos até complexos para o portátil, com um desempenho excelente, de cerca de 30 quadros por segundo, ou seja, um fluxo de tela muito suave, apenas de acontecer algumas eventuais travadas em momentos muito congestionados de objetos.

Em suma, o visual é belo e traz até mesmo alguns efeitos, como flocos de neve caindo. E a história é contada com desenhos artísticos, como se fossem uma pintura - algumas remetem aos games anteriores. Numa época em que os gráficos são gerados por computador, desenhos assim soam até como novidade.

A trilha musical mantém o ótimo nível dos antecessores e traz temas se encaixam bem na trama de épico espacial, com momentos dramáticos - até demais em certos momentos. O conjunto de efeitos sonoros cumpre bem seu papel também. Não há dublagens, mas apenas uma série de fonemas que imitam um diálogo. O jogador pode até gravar sua voz para ser usada no lugar da voz de Fox, basta responder as perguntas do questionário. Às vezes, ficam bem engraçadas.

CONSIDERAÇÕES

"Star Fox Command" traz de volta o que os fãs esperam da série, que são os combates de naves. Apesar das batalhas em si, geralmente, serem curtas e fáceis - e com o tempo vai ficando repetitivo demais - o game diverte, ainda mais pela inclusão do modo multiplayer. Não é do jeito tradicional da série, com fases seguindo um caminho específico, sempre para frente, com descoberta de vários segredos, mas esse recomeço tem a vantagem de não exigir muito conhecimento prévio, o que, afinal, é uma das propostas do Nintendo DS.

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    Star Fox Command (DS)

    89 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Q-Games
    Lançamento: 28/08/2006
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1-6 jogadores, Rumble Pak, Multiplayer online
    RecomendadoAvaliação:
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