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Super Princess Peach

13/03/2006

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Os ventos da liberação feminina já sopram em diversos segmentos da sociedade e parece chegada a hora definitiva para também ocupar o seu espaço no mundo dos videogames, mais precisamente no Reino dos Cogumelos, onde a princesa Peach desempenha, há mais de vinte anos, o papel-padrão das donzelas indefesas, para o terror das feministas.

Agora, pela primeira vez, os papéis se invertem, e a princesa mostra que também sabe brigar. Ela já teve uma função mais atuante, como no "Super Mario Bros. 2" americano, e sujou seu vestido rosa e as luvas delicadas para se opor às maldades de Bowser, mas é a primeira vez que estrela um game próprio, com habilidades para deixar até mesmo Mario com inveja.

Girl power

"Super Princess Peach" obedece à tradicional fórmula de sucesso da Nintendo, que sabe fazer um jogo de plataforma como ninguém. Basicamente, o objetivo é chegar à saída das fases, passando por diversos obstáculos geográficos (leia-se plataformas), derrotando inimigos, pulando sobre eles - existem outras formas de lidar com os oponentes, naturalmente - e coletando uma série de itens, inclusive as indefectíveis moedas. Enfim, é uma espécie de "Super Mario Bros" versão feminina.

Isso também quer dizer que o público-alvo do game é um pouco diferente da série tradicional, que já é bem democrático. Aqui, a audiência deve ser principalmente de jogadores casuais, muitas garotas incluídas, e, sendo assim, o nível de dificuldade é mais ameno. Enfim, todo o sistema do game é mais complacente, ou seja, mais tolerante aos erros.

Dentro dessa filosofia, o game é absolutamente competente, pois, essa é uma das muitas praias da Nintendo. O jogo é dividido em oito ambientes diferentes da Vibe Island, local que esconde um artefato poderoso, chamado Vibe Scepter capaz de controlar as emoções dos seres vivos. Naturalmente, Bowser não poderia ficar indiferente a algo tão valioso: rouba-o e usa seus poderes para capturar os arqui-inimigos Mario e Luigi.

Na verdade, o personagem central da história é Perry, uma sombrinha falante que é uma das armas da princesa Peach. Mas, apesar do ambiente ser diferente, a ilha Vibe tem praticamente as mesmas características do Reino do Cogumelo. Então, espere encontrar cenários como a casa mal-assombrada (e os simpáticos fantasminhas Boo), a fase do vulcão, da nevasca, das nuvens etc.

Simples, mas não simplório

Mesmo tendo um nível de dificuldade mais moderado, isso não quer dizer não há desafios a serem vencidos. As fases, em geral, são lineares, mas cada área pode ter diversas ligações - a conexão entre um lugar e outro é feito pelos canos, como é de costume na série "Super Mario Bros". Existem também diversos locais secretos.

Apesar de haver diversos itens (peças de quebra-cabeças e partituras) e Toads (os serviçais da princesa) para encontrar, o trabalho é facilitado pelo desenho que fica na parte de baixo da tela. É que toda vez que você visita um local onde haja um desses elementos, aparece um ponto de exclamação, indicando a necessidade de vasculhar com mais cuidado. Eles nunca estão meticulosamente escondidos, mas não são completamente óbvios também.

O sistema básico consiste em pular, seja para ultrapassar as plataformas ou derrotar os inimigos, além de quebrar os blocos. Mas as armas da princesa vão além. Com sua sombrinha de estimação, ela pode bater nos adversários ou capturá-los, para depois serem arremessados ou engolidos por Perry.

A variedade de inimigos nem é tão grande, mas o suficiente para que o jogador precise variar os métodos de ataque, já que o que funciona com um pode não servir para outro. Além disso, as quatro emoções básicas fazem com que eles tenham características diferentes. Um Goomba "normal" apenas anda, mas se ele estiver chorando, passa a correr; se nervoso, provoca pequenos terremotos.

Fortes emoções

As emoções são umas principais armas de Peach. Mais que formas de ataque, são essenciais para a resolução dos quebra-cabeças e nas lutas contra os chefes. São quatro modos diferentes, acionados pelos corações da tela sensível ao toque. O verde é um pouco distinto: sua única função é fazer recuperar a energia. Isso faz com o desafio pela sobrevivência no game seja praticamente zero, pois, além disso, os itens para recuperação de energia são abundantes. Assim, nem os chefes causam medo ao jogador. Os métodos para derrotá-los poderia ser um desafio, mas o game entrega a estratégia de bandeja.

O estado de alegria faz com que a princesa voe e gere redemoinhos, que eliminam certas barreiras. Esse é outro elemento facilitador, já que você pode usar o poder em vez de superar as plataformas. Alguns poucos lugares possuem turbulências, que impedem o uso da artimanha.

A princesa pega fogo quando está nervosa e passa a pisar no chão com força. As chamas eliminam os inimigos que tocarem nela, mas também queima alguns obstáculos. Já no modo chorona, ela passa a soltar rios de lágrimas e correr desesperada. Os usos dos poderes para resolver os quebra-cabeças são, geralmente, intuitivos e há dicas em vários lugares sobre como utilizá-los. Claro que essas virtudes não são ilimitadas, mas sua energia é bastante abundante, seja pegando itens ou engolindo inimigos.

Se assim já não é tão difícil, há "upgrades" que, comprados nas lojas, diminuem ainda mais o desafio. Ali, em troca de moedas, é possível estender a barra de energia e a de emoção, além de comprar golpes novos. Há também uma série de partituras, que adiciona músicas na Music Room, e peças de quebra-cabeças. Novos níveis dos três minigames, que estão espalhados pelas fases, também podem ser obtidos em troca de dinheiro.

Diversão descompromissada

Em geral, o game faz pouco uso da tela sensível ao toque e do microfone. Nas fases "normais", a caneta só é usada para acionar as emoções; e o microfone, por sua vez, é empregado nas partes sub-aquáticas, onde o sopro no detector resulta em tiros de bolhas. Mesmo nos menus, a caneta não melhora a navegação. Em geral, tem-se a noção que o jogo foi desenvolvido para o Game Boy Advance, seja por sua simplicidade ou pelos controles tradicionais.

Somente nos minigames e nas partes que antecedem os chefes, a mecânica usa mais extensivamente os recursos exclusivos do Nintendo DS. São passatempos divertidos, mas não se pode dizer que estejam intimamente ligados com a parte principal do game. O destaque fica para o quebra-cabeça (jigsaw), quatro de 12 peças e outros quatro de 24 partes.

O jogo tem uma duração média de cerca de dez horas, que deve atender as necessidades de um usuário casual. Para quem quer terminar 100%, existe uma segunda volta com novos itens e mais fases, mas a experiência é quase a mesma da primeira vez. Além disso, os extras não chegam a ser empolgantes.

Sem perder a ternura

O visual de "Super Princess Peach" é simples por opção artística, mas também para se alinhar à série "Super Mario Bros". Ou seja, os gráficos são típicos de um jogo de plataformas para um Game Boy Advance, por exemplo, cheios de blocos quadradinhos, e um clima "pop", que deve agradar em cheio o público-alvo principal.

Mas são os "bonequinhos" que ganham a simpatia completa dos usuários. Mesmo pequenininhos, eles estão magnificamente graciosos, com animações tenras. Os tradicionais inimigos ganharam novas feições, graças ao enredo que provoca pane nas emoções dos moradores da ilha Vibe. E a princesa encanta com sua sombrinha se transformando em barquinho, submarino, teleféricos etc.

Já a trilha musical também possui um estilo bem conhecido pelos fãs de "Mario", quase sempre em composições agitadas e alegres, mas sempre respeitando o tema do ambiente. Claro que na mansão mal-assombrada, o tom fica um pouco mais sombrio, mas nunca deixa de ter uma veia cômica. Não existe exatamente uma dublagem, mas pequenas frases ou interjeições, como "weeeeee!", quando Peach está voando, ou "Nintendo!" quando surge o logotipo da empresa - isso é uma tradição para jogos de DS.

CONSIDERAÇÕES

"Super Princess Peach" é o "Super Mario Bros" dos casuais. O nível de dificuldade do game já não é dos mais altos, mas dá mais uma colher-de-chá no que diz respeito a sobrevivência e a ultrapassagem da maioria das partes de plataformas. Ainda assim, é uma obra bem-projetada da Nintendo, especialista no ramo. Para os usuários "hardcore", o jeito é esperar por "New Super Mario Bros".

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    Super Princess Peach (DS)

    121 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Nintendo
    Lançamento: 27/02/2006
    Distribuidora: Nintendo
    Suporte: 1 jogador, rumble pack
    RecomendadoAvaliação:
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