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Trauma Center: Under the Knife 2

11/07/2008

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
Entre os games lançados no primeiro ano de vida do Nintendo DS, talvez nenhum tenha vislumbrado tanto o potencial da tela sensível do portátil quanto "Trauma Center: Under the Knife", por si só um game de temática inusitada: de cirurgia médica. O pioneirismo e as doses equilibradas de ação, simulação e quebra-cabeça, além de controles inovadores, mexeram com o público, e o game acabou ganhando também duas edições para o Wii.

Agora, quase três anos se passaram desde a estréia do game, mas, depois de três edições, não cabe mais a "Trauma Center" ser um pioneiro. Assim, o que "Under the Knife 2" faz é corrigir os erros do primeiro título, sem mexer em sua mecânica básica, de longe, o maior acerto da Atlus na franquia.

Pós-traumático

Como os antecessores, "Trauma Center: Under the Knife 2" é um "simulador" de cirurgias médicas. As aspas são justificadas pelo fato de os procedimentos serem simplificados. Aqui, os desafios são de videogame, e o jogador deve lidar com a pressão do tempo e dos inúmeros complicadores que aparecem durante a operação.

Novos pacientes e desafios
O game possui apenas uma modalidade, de história, no qual o jogador acompanha novamente as aventuras de Derek Stiles, cirurgião que tem um dom sobrenatural para a medicina. O enredo começa em Costigar, país ficcional da África castigada por uma guerra civil, onde Stiles trabalha como voluntário. Mas logo ele voltará a enfrentar os sintomas que acometem aqueles que tiveram o Guilt, a doença artificial desenvolvida por terroristas no primeiro jogo. Como se nota, o tom de realismo fantástico da série permanece e isso justifica alguns dos desafios cirúrgicos, que jamais apareceriam numa mesa de operações de verdade. Para quem gosta de histórias exageradamente dramáticas de alguns animes, "Trauma Center 2" pode ser um prato cheio, mas para o restante dos jogadores, as cenas de história são mais arrastadas que o desejável. Felizmente, há uma maneira de avançar rapidamente os diálogos.

Brincando de médico

Naturalmente, a parte principal do game são as cirurgias, nas quais o jogador se depara com os mais diversos desafios. Os instrumentos são praticamente idênticos ao primeiro "Trauma Center": o bisturi serve para "abrir" o paciente ou extirpar tumores, por exemplo; o milagroso gel cura feridas pequenas e serve como anticéptico; a pinça é usada para retirar objetos estranhos ou fazer implantes; e a agulha e linha de sutura costuram as feridas ou incisões maiores. Um dos poucos equipamentos novos é o desfibrilador, usado para situações de parada cardíaca.

Com as instruções precisas da enfermeira Angie, saber qual instrumento usar não é tarefa difícil, ao menos para quem tem razoável domínio do inglês. O desafio mesmo é, principalmente nos capítulos mais avançados, lidar com diversas crises, como sangramentos e o aparecimento de inflamações, tudo isso administrando a "energia" do paciente e avançando na erradicação do problema principal. É na dosagem das crises que interfere o sistema de seleção de dificuldade, uma das boas novidades deste episódio. Inexplicavelmente, no primeiro "Trauma Center" não havia isso, e o nível de dificuldade era acentuado, impróprio para principiantes. Agora, o jogador pode selecionar entre "easy", "normal" e "hard" a qualquer momento do jogo.

Conheça a equipe médica
Apesar de ser um simulador, o game é bem dinâmico, pelo fato de exigir rapidez do jogador. Para se dar bem no game, é preciso saber os procedimentos a tomar em cada situação, ter destreza manual para fazer os movimentos exigidos com precisão e lembrar a posição dos instrumentos. Outra estratégia importante é a hora de saber usar o "healing touch", o poder que faz o tempo passar mais devagar, e assim lidar com as crises mais agudas com eficiência. As cirurgias são as fases mais comuns, mas em alguns estágios aparecem outros tipos de desafios, que, esses sim, exigem mais raciocínio que destreza, por serem puro quebra-cabeça.

Caneta cirúrgica

Os controles continuam excelentes, e as poucas falhas do primeiro jogo foram corrigidas nesta edição. Agora, é possível deslocar a tela com o sonar, procurando irregularidades por toda a extensão do órgão. "Trauma Center" funciona melhor no Nintendo DS que no Wii, não apenas pelo fato de os controles serem mais precisos e rápidos, mas por ter uma experiência tátil mais verossímil.

"Trauma Center 2" oferece bom volume de jogo, com uma campanha que dura cerca de dez horas. Ainda, depois de terminada a história, abre-se uma modalidade de missão, com grau de dificuldade bem maior. Porém, fica uma sensação de oportunidade perdida, por não trazer as funcionalidades introduzidas para a versão de Wii, como novos personagens jogáveis, multiplayer cooperativo e ranking mundial. A edição para Nintendo DS é mais competitiva, por isso uma lista de pontuação cairia muito bem.

Nos gráficos, a maior mudança foi no estilo dos personagens, bem mais sério e trabalhado que antes. A representação dos corpos e dos órgãos também está mais realista que antes, com texturas menos quadriculadas. Ainda assim, o realismo e os sangramentos são contidos para que o visual não fique grotesco demais. No fim das contas, é improvável que alguém se sinta mal vendo o game. No entanto, houve também modificações que ficaram piores, como os ícones dos instrumentos, que eram de identificação mais fácil no primeiro jogo. A trilha sonora é de qualidade, trabalhando para aumentar a tensão nas cirurgias. Os diálogos falados se resumem a expressões curtas, o que é compreensível, dada a capacidade do Nintendo DS, mas dentro do game, as indicações por voz são de grande ajuda para o jogador.

CONSIDERAÇÕES

O primeiro "Trauma Center" foi inovador, e explorou com competência o potencial da tela sensível do Nintendo DS num game cuja temática foi pouco explorada até hoje. Já a continuação optou por aparar as arestas deixadas pelo antecessor, e o resultado é um "Trauma Center" que mantém sua mecânica de jogo instigante, mas que agora pode ser jogado por pessoas de diferentes níveis de experiência em games. O conteúdo tem bom tamanho, mas lamenta-se a falta de pequenas adições, já inventadas para a versão de Wii, que poderiam melhorar ainda mais o produto final. Ainda assim "Trauma Center : Under the Knife 2" é um game que vale muito ser experimentado.

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    Trauma Center: Under the Knife 2 (DS)

    37 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Atlus Co.
    Lançamento: 01/07/2008
    Distribuidora: Atlus Co.
    Suporte: 1 jogador
    RecomendadoAvaliação:
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