Wario: Master of Disguise

da Redação

Wario, o mais famoso anti-herói da Nintendo, está de volta ao DS, junto com as suas picaretagens. Embora o personagem tenha conquistado um amplo reconhecimento com os jogos da série "Warioware", ele nasceu como protagonista de games no estilo plataforma. O que "Wario: Master of Disguise" faz é atualizar a antiga fórmula com uma mecânica baseada no uso da stylus.

Idéias criativas...

Desta vez, a cobiça de Wario o leva para dentro de um programa de TV estrelado pelo grande ladrão Silver Zephyr, que logo se torna seu rival, quando o narigudo rouba uma varinha mágica capaz de lhe dar diferentes disfarces. Tais disfarces são adquiridos no decorrer do jogo e cada um possui diferentes habilidades, como atirar raios laser, enxergar no escuro, descobrir passagens secretas, criar blocos que servem como plataforma etc.

Porém, em vez de seguir o estilo plataforma tradicional, com botões de pulo e ataque, aqui todas as ações são controladas através da stylus e do direcional. Para a troca de disfarces, por exemplo, você precisa desenhar (de uma vez só, sem tirar a caneta da tela) a forma correspondente à roupa desejada - que pode ser um simples círculo, um "Z" e por aí vai. Cada roupa dá a Wario uma habilidade, cuja ativação exige o uso da canetinha, seja com um simples toque na tela ou com um novo desenho.

... e mal solucionadas

Embora seja uma boa premissa para um jogo de plataforma, na prática, a mecânica de "Wario: Master of Disguise" não funciona tão bem quanto deveria. No começo, selecionar um ou outro disfarce é uma tarefa bastante simples. No entanto, quando você tiver obtido todos eles, verá o quão frustrante o jogo pode ser, graças ao impreciso sistema de reconhecimento de desenhos. Outro problema: segurar o DS com apenas uma mão por mais de uma hora pode ser muito cansativo.

O enfoque aos quebra-cabeças e uma quantidade razoável de diálogos dão ao jogo um ritmo bastante lento, quase inapropriado para o gênero. Contudo, os desafios, que exigem a combinação das diferentes habilidades de Wario são bastante inteligentes. Algumas são até difíceis demais, podendo impedir o avanço do jogador. Até mesmo as batalhas contra o ladrão Zephyr são baseadas em estratégias pré-definidas, que exigem o poder de assimilação do jogador. No mais, representam alguns dos momentos mais divertidos e caprichados do game.

Com o vínculo do personagem aos minigames, a desenvolvedora Suzak não foi boba e incluiu ainda uma série deles, que aparecem aleatoriamente a cada baú com tesouros encontrado. Embora não ofereçam o mesmo ritmo frenético e muito menos a criatividade dos microgames de "Warioware", alguns são divertidos. Porém, após algumas horas, a diversão é prejudicada devido à pouca variedade e à repetição.

Bonanza "Wario" Brothers

O jogo possui um estilo que consegue impressionar e causar um certo estranhamento ao mesmo tempo, principalmente àqueles acostumados a um visual mais tradicional. Não há dúvidas da competência da Suzak na criação dos cenários e das animações. Há alguns poucos elementos de humor que captam muito bem o estilo do personagem, como um "cocôzinho" que sai em disparada quando você faz um desenho aleatório ou que o sistema não reconhece.

No entanto, o estilo dos personagens parece não condizer com o que estamos acostumados a ver na série: é tudo "fofo" demais para um jogo de Wario. Até mesmo as músicas, que remetem às antigas séries de TV, soam estranhas. Os inimigos possuem traços arredondados e muito volume, o que dá a impressão de que Wario está em uma fase de "Bonanza Bros.", um antigo título da Sega para Mega Drive, que na época impressionava pelos gráficos pseudo-3D. Por coincidência ou não, também era um jogo sobre ladrões.