O filme "X-Men Origens: Wolverine" divide opiniões entre os fãs do herói sobre a qualidade da produção, mas é consenso que o jogo inspirado no longa-metragem é bom e está bem acima da média esperada por obras deste tipo.
Porém, por se tratar de um personagem tão popular como Wolverine, outros jogos foram produzidos, cada um respeitando as limitações de cada aparelho. No Nintendo DS, "X-Men Origins: Wolverine" é um jogo de ação 2D com gráficos tridimensionais e amplo foco nos combates.
Mutante miniatura e repetitivoO roteiro é um recorte da trama do filme, enfocando principalmente a caçada de Logan pelo general William Stryker, o responsável pelo projeto Arma X, que implantou adamantium no esqueleto do herói, e tantas outras desgraças na vida dele.
Na prática isso divide o jogo em cinco fases compridas (às vezes demais), cada uma ambientada em um lugar distinto. Contudo, de maneira geral todos são ambientes internos, cinzas e quadrados, sem muita variação, o que tira um pouco do charme.
Os combates são muito divertidos, mas pecam pela repetição excessiva. Seguindo a fórmula de jogos estilo "Final Fight" e "Streets of Rage", o jogador é desafiado com hordas de adversários, seguidos por uma ou duas mais ondas para então poder prosseguir nas fases. A monotonia só é quebrada por bandidos que exigem estratégias distintas para vencer, como atacar por trás ou derrubar no chão com uma investida específica.
Em compensação, a variedade de golpes é grande, novos ataques podem ser obtidos no decorrer da jornada e o simples ato de controlar Wolverine é bacana pela versatilidade do herói. Ele corre pelas paredes, pula por sobre os inimigos, ataca de maneiras variadas e tudo isso de forma fácil e intuitiva. Além disso, até a tela de toque é usada pouco, mas de forma inteligente: ao encher uma barra especial pode-se soltar um golpe devastador, que consiste em riscar a teka com a caneta stylus para rasgar os inimigos pelo caminho com as garras de adamantium.
A dificuldade sobe de forma rápida e impiedosa e às vezes nem mesmo o fator de cura de Logan (ou seja, a energia dele se repõe automaticamente durante o jogo) é capaz de dar refresco. Por vezes os inimigos apelam demais e o mutante cai sem vida no chão em segundos, o que pode ser extremamente frustrante.
Apesar dos estágios serem grandes, a pouca quantidade deles torna "X-Men Origins: Wolverine" no DS uma experiência bem breve. O visual não compromete, com modelos 3D estilizados e detalhados, animações simples e cenários pouco inspirados. Já a parte sonora fica em débito, com músicas repetitivas, efeitos sonoros apenas competentes e ausência total de dublagem - o que poderia deixar os textos estáticos com história um pouco mais interessantes.
Na parte de extras, pouco conteúdo, mas criatividade: roupas extras para o herói, capas de gibis clássicos e até um simplório sistema de conquistas para obter mediante o cumprimento de alguns objetivos - na prática, um rascunho das mecânicas de 'Achievements' e 'Trophies', de Xbox 360 e PlayStation 3.
CONSIDERAÇÕES
"X-Men Origins: Wolverine" segue uma fórmula básica de jogos de filmes para videogames portáteis: uma aventura plataforma apenas mediana com algumas poucas idéias. Os controles nos combates empolgam, mas a alta dificuldade, os cenários mal feitos e os poucos extras podem frustrar.