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22/08/2008 - 10h25

Direto da GC: produtora brasileira lança jogo para DS

THÉO AZEVEDO
Enviado especial a Leipzig

Théo Azevedo/UOL

Desenvolvido inteiramente no Brasil, 'I Wanna be a Popstar' é jogo para garotas

Desenvolvido inteiramente no Brasil, 'I Wanna be a Popstar' é jogo para garotas

"I Wanna Be a Popstar". O título está em inglês, mas a produção é genuinamente brasileira, da criação do conceito à execução. Durante a Games Convention 2008, a Overplay, de Campinas (SP), finalmente revelou seu game para Nintendo DS, em parceria com a distribuidora alemã Tivola.

Trata-se de um jogo para meninas entre 8 e 14 anos, o chamado público "tween", cujo mote principal, como o nome já dá a entender, é se tornar uma estrela do pop. Para tanto, o jogador escolhe uma personagem e joga minigames de dança, guitarra, teclado e bateria, utilizando a tela sensível do portátil, numa mecânica que remete a "Guitar Hero". As músicas são licenciadas de artistas como Britney Spears e Avril Lavigne.

O lançamento está sendo promovido na feira européia, mas o jogo chegará às lojas em novembro, com distribuição da Tivola (Alemanha), Atari (Europa), Anuman (França) e Dreamcatcher (Estados Unidos). Na América Latina - incluindo o Brasil -, o título será comercializado pela JoWood. Jairo Margatho e Sérgio Jábali, respectivamente diretores de negócios e executivo da Overplay, fizeram questão que o jogo fosse vendido no país de origem.

Em função de um acordo de sigilo com a Tivola, a Overplay não podia falar sobre "I Wanna Be a Popstar", mas com o jogo pronto, os dois sócios são só alegria: "Todo dinheiro que o jogo render será reinvestido na empresa", diz Jábali. E, ao que tudo indica, se "I Wanna Be a Popstar" emplacar vem uma boa grana por aí, já que o game será vendido por 40 euros. "É preço de título 'triple A' [primeira linha]", comenta Margatho.

Expansão em vista

Atualmente, são 28 funcionários, mas a produtora procura programadores, artistas e designers para expandir a equipe, com capacidade para chegar até a 60 pessoas. O freio para a contratação desenfreada é a preocupação com a qualidade. "Só não crescemos mais para manter a qualidade", diz Jábali, que reclama da falta de mão de obra especializada e critica os cursos nacionais de produção de games. "Eles não preparam o profissional; quando muito, ajudam a criar uma cultura".

A Overplay não pode falar quanto custou o desenvolvimento de "I Wanna Be a Popstar", que levou seis meses para ficar pronto, e justifica o segredo em torno do jogo em função de um contrato de sigilo assinado com a Tivola, que ajudou a produtora a conseguir os kits de desenvolvimento para DS e Wii.

Por sinal, "I Wanna Be" virou série e, em março, é a vez de "Top Model", também para o portátil, ser lançado. Quanto ao Wii, a produtora acabou de se tornar uma das autorizadas da Nintendo, então deve começar a trabalhar com o console em breve.

A importância da Games Convention

"I Wanna Be a Popstar" já existia como um conceito, criado por Margatho e outro sócio, mas só tomou forma enquanto jogo para DS na Games Convention 2007, quando a Overplay veio se encontrar com diversos distribuidores internacionais para tentar viabilizar uma parceria. Curiosamente, a reunião com a Tivola não aconteceu.

"Apenas deixei meu cartão com eles e, quando voltei ao Brasil, havia um e-mail da Tivola na minha caixa de entrada. Começamos a conversar e tudo aconteceu", explica Marghato. "Como a equipe era pequena, tínhamos mais dinâmica e estávamos preparados para a oportunidade", complementa Jábali. Para ambos, a mão de obra mais barata e o game design diferente ajudaram na escolha da Overplay para viabilizar o projeto.

Mulheres no comando

"Pela primeira vez a mulher está jogando. Agora elas têm o próprio console, não precisam mais pedir emprestado para o irmão", comenta Jábali. "Além disso, no DS ela joga sem precisar se expor na televisão", acrescentou. De acordo com a ESA (Entertainment Software Association), 40% dos jogadores nos EUA são mulheres, marca que jogos como "I Wanna Be a Popstar" ajudam a progredir ainda mais.

Para o Brasil, o foco no público tween feminino se mostra rentável, não somente pelo jogo da Overplay, mas também pela recente inauguração de um estúdio da Ubisoft na cidade de São Paulo, cujo foco será jogos para essa faixa do mercado, que já tem a franquia "Imagine", da própria produtora francesa, como uma das mais populares.

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