Nintendo, Sony e Microsoft mencionaram seus novos consoles em suas conferências, mas os jogos da próxima geração serão conhecidos, possivelmente, somente na próxima E3, em maio de 2005.
Com isso a movimentação na Electronic Entertainment Expo 2004 foi para mostrar quem tem a melhor linha de game. E títulos não faltaram para as três plataformas e também para o PC: foram mais de mil jogos inéditos de um total de quase cinco mil títulos expostos.
A Microsoft, como em edições anteriores, abriu a sessão de conferências anunciando os 15 primeiros títulos da Electronic Arts para o
Xbox Live, a rede online do console. A continuação de "
Halo", o jogo mais vendido para a plataforma até hoje, arrancou aplausos e deve quebrar novos recordes de venda e quem não acreditava que "
Doom 3" poderia dar certo no videogame deve se render aos belos gráficos da versão para Xbox.
O console ainda deve algumas boas surpresas como "
Jade Empire", "Fable", "
Chronicles of Riddick" e "
Sudeki". A decepção foi a ex-parceira da Nintendo que foi comprada pela Microsoft, a produtora Rare, que não mostrou nada de novo. A ênfase da Sony foram os jogos multiplayer: "
Gran Turismo 4", "Ratchet & Clank 3" e "
Killzone" - que não será um "Halo 2 killer" - prometem popularizar o videogame da Sony na Internet. Faltou um "SOCOM 3", que certamente está em produção e será mostrado futuramente.
Na arena offline, o videogame da Sony também não fez feio. "Metal Gear Solid", cuja apresentação em vídeo literalmente pára a E3 já há algumas edições, foi destaque mais uma vez, desta vez com "
Snake Eater", o terceiro episódio da série. "
Final Fantasy XII" surpreendeu com vários elementos inéditos e para surpresa de muitos o novo "
Grand Theft Auto: San Andreas" foi mostrado - na E3 passada, a produtora Rockstar preferiu esconder "Grand Theft Auto: Vice City" para mostrá-lo somente próximo ao lançamento.
A Nintendo, repetindo a estratégia adotada em 2002, apostou em seus nomes conhecidos. "
Metroid Prime 2", "
StarFox" e "Paper Mario 2" são títulos obrigatórios para qualquer jogador que valoriza a diversão. A grande surpresa, no entanto, foi o novo "
Legend of Zelda" para GameCube.
Talvez como um pedido de desculpas do criador Shigeru Miyamoto - que adotou um visual de desenho animado em "Legend of Zelda: Wind Waker" causando revolta de muitos fãs -, em sua aventura Link terá um visual mais adulto e as breves cenas mostradas lembram o aclamado "Zelda: Ocarina of Time" do Nintendo 64. Não há quem não aprovou a mudança.
O estande da Nintendo ainda contava com algumas boas surpresas e títulos inéditos como as versões 3D de "
Advance Wars" e "Fire Emblem", o original "Geist" e dois jogos musicais de "Donkey Kong", que não serão um estouro de vendas, mas nem por isso deixam de ser originais. A empresa ainda contou com o assustador "
Resident Evil 4", da Capcom.
Não há como eleger um vencedor nesta coletânea de jogos de qualidade, mas dá para notar uma tendência que pode se acentuar nos últimos anos do Xbox, PlayStation 2 e GameCube.
Apesar do anúncio da Electronic Arts no Xbox Live e de outras centenas de lançamentos, a Sony mostra que é líder e plataforma preferida dos produtores. Dos novos títulos mostrados para consoles nesta E3, 70% eram para o PlayStation 2, somando os exclusivos e multiplataformas. O Xbox fica em segundo na preferência das softhouses e o GameCube em terceiro.
No que parece ser uma repetição do que aconteceu com o Nintendo 64, que não adotou o CD e preferiu os cartuchos, a ausência de uma política online da Nintendo tem afastado títulos populares na Internet como "Far Cry", "Battlefield" e "Star Wars: Battlefront". Além disso, jogos lançados para o GameCube perdem a funcionalidade online e devem em relação à concorrência como "Splinter Cell: Pandora Tomorrow" e "FIFA 2005".
Esta é a fase atual da Nintendo e não necessariamente representa o futuro da empresa. Principalmente se for levado em conta a afirmação do presidente da empresa Satoru Iwata feita durante a conferência de imprensa da E3 que prometeu uma "
revolução" no novo console da Nintendo.