A E3 tradicionalmente mostra o futuro do mercado de videogames, mas mesmo sabendo que os primeiros detalhes da nova geração seriam divulgados na edição 2005, o evento conseguiu surpreender até os mais céticos.
Esse ano a festa começou com uma semana de antecedência, graças a um
especial da MTV e o site Ourcolony - uma campanha mascarada que trazia fragmentos de informação sem mostrar o todo - que revelaram o Xbox 360 no começo do mês. Mas esse aperitivo não se comparou ao primeiro dia de conferências.
De um lado, a Sony revelou um novo aparelho de poder inacreditável. Quem esperava dados numéricos e promessas, como aconteceu na apresentação do PS2, ficou de queixo caído com as imagens dos vídeos exibidos em
seu evento para o PlayStation 3. Mesmo sem mostrar jogos rodando em situações reais é difícil não se empolgar com as gigantescas capacidades técnicas.
A Microsoft não fez feio em sua
conferência, e mesmo com um hardware menos impressionante numericamente anunciou um objetivo ambicioso: vender um bilhão de unidades do novo console. Para isso, o Xbox 360, seu videogame nova geração, adota uma visão mais holística do mercado - algo que será importante para a aceitação dos games no mercado de massa - e com o apoio do Xbox Live, a rede online de jogos da Microsoft.
Por último, a Nintendo deixou seus fãs agitados com a primeira imagem de um protótipo do Revolution - nome código do próximo aparelho - e o anúncio de que ele rodaria jogos de todas as plataformas já produzidas pela empresa. Mas durante a
sua coletiva não acrescentou mais nada, e o verdadeiro destaque acabou sendo "
Legend of Zelda: Twlight Princess", jogo para o seu atual GameCube. Os fãs não esconderam uma certa decepção, mas a Nintendo promete que falará do Revolution ainda neste ano.
Muito se comentou se a estratégia da Microsoft em unificar a produção de jogos não poderia migrar público do PC para consoles. Apesar da ausência de um "Doom 3" ou "Half-Life 2" - que fizeram a festa em 2004 - e dos anúncios de "
Quake IV" e "
Call of Duty 2" para o X360, demonstrações da nova placa e tecnologia de física da AGEIA mostraram que os computadores também surpreenderão em uma nova geração própria. Até mesmo jogos de estratégia como "
Age of Empires 3" e "
Rise of Legends" (que normalmente não são grandes exibidores de tecnologia) provaram isso.
Mas a grande decepção da edição 2005 foi a ausência de grandes produções originais. Salvo algumas exceções, como o promissor
F.E.A.R., para PC, grande parte dos títulos eram continuações de sucessos recentes ou passados. Seja na nova ou velha geração, os destaques ficaram para "
Killzone", "
The Getaway" e "
Perfect Dark", "
Zelda", "
Quake", "
Burnout", "
Need for Speed", "
Tomb Raider", "
Ghost Recon" e mais uma infinidade de seqüências.
Claro, algumas delas exibiram excelentes melhorias, como a adaptação de "
Far Cry" para Xbox com seu editor de mapas e vários extras, mas muitos delas eram versões recicladas de seus predecessores ou roubavam elementos de outras séries de sucesso.
Com novos consoles, tecnologias inéditas, dúzias de jogos empolgantes e muitas surpresas, A E3 2005 foi uma excelente oportunidade para ver um panorama dos próximos 16 meses da indústria e nenhum entusiasta deixará de ficar empolgado com essa perspectiva.