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Final Fantasy VI

08/02/2007

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
A franquia "Final Fantasy" tem a fama que tem pelo fato de todos os seus episódios - uns mais, outros menos - terem sido marcantes em suas épocas (a conta não leva em consideração o sem-número de episódios paralelos baseados na série). Diante disso, é ainda mais impressionante quando um game da franquia consegue se destacar, e esse é o caso de "Final Fantasy VI", lançado à época, nos EUA, para Super Nintendo, como "Final Fantasy III".

O quarto capítulo (ou "Final Fantasy II" nos EUA) já tinha dado um salto em termos de narrativa, e o game de número "VI" segue esta tradição, enfocando principalmente os dramas pessoais dos personagens, que são lembrados como alguns dos momentos mais memoráveis dos videogames. Em seu tempo, o game representou um novo patamar de qualidade gráfica e basta ver o quanto evoluiu desde "Final Fantasy V" para perceber isso. Todo esse know-how seria empregado em outro clássico incontestável: "Chrono Trigger".

Histórias operísticas

"Final Fantasy VI" é um RPG clássico japonês, que herda basicamente o sistema de "Final Fantasy IV". A progressão do game se dá ao conversar com pessoas-chave ou ativando eventos, e enfrentando monstros e chefes em cavernas. Há geralmente uma alternância entre as cenas de exploração e coleta de informações e as de combate, cuja ativação é basicamente aleatória.

O enredo conta um mundo que esqueceu a magia, mil anos após uma grande guerra entre entidades míticas. Reconstruído pelo poder das máquinas, um império quer ter novamente o poder da feitiçaria ao coletar criaturas chamadas Espers. É aqui que o game começa, com um trio procurando por mais um ser místico. A protagonista é Terra, a única humana nascida com poderes mágicos. Depois de um acidente, ela acaba se juntando a um grupo rebelde que luta contra o império, bem ao estilo daquele filme que se passa numa galáxia muito, muito distante.

A premissa não é nada demais, mas brilham os dramas pessoais de cada personagem. Oficialmente, Terra e Locke são os protagonistas, porém todos os outros integrantes - são 14 no total - têm participações importantes e alguns chegam a aparecer tanto quanto os primeiros.

Além disso, o vilão Kefka é um dos mais carismáticos vilões de toda a série. Ele é uma criatura doentia, que se assemelha a um bobo da corte. Talvez seu magnetismo esteja no fato dele não fazer o tipo todo-poderoso como a maioria dos chefões finais de RPG. Ele usa de artimanhas e é até meio medroso. Mas não se engane. Ele acaba ficando muito poderoso e quem adquire força assim de repente pode fazer coisas malucas.

Desse elenco cheio de personalidade sai algumas das cenas mais memoráveis da série. Há histórias comoventes de sacrifício, como a de Locke ou de Edgar e Sabin, quando eles tiram na sorte quem vai herdar o trono. Em outras, as cenas são de pura desolação, como aquela em que Kefka simplesmente destrói todo o mundo. E tem a famosa cena da ópera de Celes - que traz também uma formidável canção -, momento pelo qual "Final Fantasy VI" é lembrado pela maioria dos usuários.

Cada um à sua maneira

As histórias são ótimas, mas "Final Fantasy VI" também não se descuidou do jogo em si. O sistema de desenvolvimento dos personagens é bem prazeroso e oferece muitas alternativas. Cada um dos guerreiros tem uma "profissão" fixa aqui, mas isso é compensando com uma ampla variedade de personagens.

Na verdade, cada um deles tem uma funcionalidade particular nas lutas. Locke, por exemplo, pode roubar itens dos inimigos, enquanto Edgar luta com máquinas que tem efeitos especiais. Sabin tem golpes como os dos jogos de luta e Setzer usa a sorte como arma.

"Final Fantasy VI" antecipou alguns elementos que o episódio seguinte viria a "oficializar" e um deles é o "limit break". Mas, aqui, não se trata daqueles golpes exagerados de "Final Fantasy VII" que são feitos ao acumular uma barra. De fato, os golpes mortais são fortes, mas são ativados aleatoriamente quando a energia estiver baixa.

O sistema de combate é quase igual ao quarto episódio, ou seja, tem um componente de batalhas em tempo real, apesar de funcionar por menus. A diferença é que o jogador pode escolher quais personagens quer ativar entre os que estão prontos para o combate.

Cristais participativos

A principal novidade do game atende pelo nome de magicite. São cristais que trazem a essência dos Espers e tem múltiplas funções. Para começar, essas entidades podem ser evocadas e cada uma delas tem um efeito diferente - e uma apresentação gráfica de encher os olhos dependendo da criatura -, cada vez mais devastador à medida que encontra pedras com Espers mais fortes.

As magicites também fazem com que, se equipadas, os personagens passem a usar magias. Mais: ao acumular experiência com as mesmas em seu poder, o guerreiro aprende definitivamente o poder, não dependendo mais do cristal. E eles também conferem bônus quando o personagem sobe de nível. A versão para Game Boy Advance traz quatro novas magicites e, consequentemente, mais magias e "summons".

"Final Fantasy VI" introduz alguns minigames, ou melhor, um toque diferente ao sistema tradicional. É que em certas parte o jogador divide o grupo em algumas unidades e controla todos eles - um de cada vez, é claro - numa espécie de estratégia em tempo real. Quando houver choque entre as unidades, acontece uma batalha como outra qualquer.

Essa mecânica é explorada, com toques de quebra-cabeça, na caverna extra da versão para Game Boy Advance, a Dragon's Den, que reúne oito dragões poderosíssimos. Há também uma arena em que se enfrenta monstros continuamente. Em termos de adição, esta versão é uma das menos inspiradas na série de remakes feitos para o portátil da Nintendo.

Pelo menos, a aventura de "Final Fantasy VI" é bem extensa, com direito a uma quantidade razoável de "quests" paralelas, que aprofundam ainda mais nas histórias dos personagens.

Memória visual e sonora

À época, o jogo representou um novo patamar de qualidade gráfica para o Super Nintendo e pode se dizer que a vocação cinematográfica da franquia deu um enorme salto nesta sexta edição. O fenômeno aflorou de vez na obra seguinte, em sua estréia para o PSOne. De fato, o nível de detalhes dos cenários e dos monstros é de encher os olhos, principalmente alguns dos chefões e Espers finais. Os efeitos visuais também começavam a ficar elaborados, explorando muito as capacidades do videogame de 16 bits na época.

A trilha de "Final Fantasy VI" é uma das mais célebres na história da franquia. Composta por Nobuo Uematsu, que trabalhou em quase todos os episódios, é difícil não se sensibilizar com a melancolia do tema da personagem Terra, por exemplo. E a "Aria di Mezzo Carattere", da famosa cena da ópera, é uma das mais reconhecidas entre os jogadores da franquia. E a peça que toca na batalha final é um épico de 17 minutos.

Um grand finale

CONSIDERAÇÕES

Não é à toa que "Final Fantasy VI" é um dos episódios mais queridos entre os fãs da série. O game mescla uma produção caprichada e um sistema de jogo empolgante, graças à introdução dos cristais mágicos como provedores de magia e invocadores de criaturas. Ainda, traz algumas das cenas mais emocionantes da história de "Final Fantasy", que é um grande feito numa franquia com tantos momentos marcantes.

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    GALERIA

    Final Fantasy VI (Game Boy)

    8 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Square Enix
    Lançamento: 05/02/2007
    Distribuidora: Square Enix
    Suporte: 1 jogador
    ImperdívelAvaliação:
    Imperdível

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