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Game Boy

Gunstar Super Heroes

22/11/2005

AKIRA SUZUKI
Colaboração para o UOL
O período de maturidade de um console reúne as condições para o surgimento de jogos surpreendentes, principalmente nos quesitos técnicos. Foi nessa época - em que os consumidores ainda se interessam pela plataforma e as produtoras já sabem como explorar todo o potencial do hardware - que surgiu o lendário "Gunstar Heroes" para Mega Drive, que serviu de base para este "Gunstar Super Heroes".

Primeiro jogo da Treasure, empresa formada pelo ex-time da Konami que desenvolveu o excelente "Contra III: The Alien Wars" para Super NES, "Gunstar Heroes" foi uma das maiores realizações técnicas entre os jogos de Mega Drive, trazendo efeitos especiais como zoom e rotação, que não eram nativos do console de 16 bits da Sega. Com isso, esses efeitos passaram a não ser exclusivos do Super NES. Não por acaso, é um dos cartuchos mais caros em sites de leilões.

Agora, a ação desenfreada desta série passou para a telinha do Game Boy Advance. A tecnologia, vista hoje e levando em conta a capacidade do portátil, perde parte de seu impacto mas ainda continua a surpreender, pois são poucos os jogos que alcançaram a excelência técnica de "Gunstar Super Heroes".

Todos contra um

Continuação direta de "Gunstar Heroes", o novo episódio traz os mesmos Red e Blue do antecessor, combatentes de um grupo de elite. Agora, eles devem impedir que um império do mal ressuscite o deus das ruínas e, assim, salvar novamente o mundo da destruição. Sim, o enredo não é o ponto mais forte do título, mas até combina com o estilo amalucado do game. Bastava apenas um pretexto.

Assim como no antecessor, a proposta básica é ter um personagem que solta uma quantidade absurda de tiros, destruindo tudo e a todos que aparecerem pela frente, e superando os obstáculos com movimentos acrobáticos. Resumindo, igual a "Contra III: The Alien Wars".

A diferença é que os personagens possuem mais movimentos corpo-a-corpo, como facadas, voadoras, carrinhos e uppercuts, que, em geral, são mais fortes que os tiros. Uma das características do original, a de combinar quatro tipos de armas, foi eliminada nesta versão. No sistema anterior, era possível montar 13 tipos de armas, e agora restaram três das melhores combinações.

Os pontos comuns entre os dois personagens estão bem mais numerosos. Aliás, agora eles são quase iguais: ambos podem usar os dois modos de tiro - um que permite correr e atirar ao mesmo tempo e outro em que o personagem fica imóvel enquanto aperta o gatilho -, antes mutuamente exclusivos de cada um. A diferença, nesta versão, são apenas as animações e uma das armas.

Rápido e mortal

A ação no Mega Drive, que já era bem variada, ficou ainda mais. Praticamente todas as fases têm uma proposta diferente, mas o estilo tradicional, de correr e atirar, ainda predomina, mas a fórmula é modificada em cada divisão de fase. Por exemplo, em algumas delas o seu herói monta em veículo e o botão de pulo serve para trocar entre "trilhos". Em outras, está atirando de cima de um avião, com visão em 3D, tal e qual um "After Burner", clássico da Sega, empresa que publica os jogos da Treasure.

Aliás, o game é recheado de referências a grandes clássicos e jogos da própria Treasure. Tem até um modo igual a um título de nave. E não são raras as cenas em que toda a tela fica girando, como se você estivesse combatendo dentro de um globo da morte. O game também não economiza em humor, até um pouco negro: em uma das fases, ameaça apagar seu save caso você não consiga passar. Só vendo para crer.

É um jogo curto, com apenas seis planetas e luas, tendo, no mínimo, duas subdivisões em cada um. Um jogador experiente poderá terminá-lo em duas horas, no máximo. Mas "Gunstar Super Heroes" não é um título para jogar apenas uma vez: além de os dois personagens terem roteiros próprios, ainda que não muito diferentes entre si, as curtas fases, ótimas para partidas rápidas, estimulam a tentar bater recordes de velocidade ou pontuação.

Mas a grande parte dos jogadores terá muito trabalho para terminar, pois a dificuldade é bastante alta. Os inimigos são numerosos, os ataques furiosos e, em determinados lugares, os controles ficam um pouco mais complicados. Além disso, os chefes de fase não dão moleza para ninguém.

Uma ausência sentida foi a do multiplayer, já que esse tipo de game é propício para jogar com mais de uma pessoa. Talvez o processador já estivesse trabalhando no limite, impossibilitando colocar dois personagens atirando uma chuva de balas.

Testando os limites

As maiores realizações técnicas estão nos gráficos. Para começar, é quase um absurdo o número de tiros, inimigos e efeitos visuais que aparece na telinha. De vez em quando até ameaça um início de lentidão, mas logo a velocidade fica normalizada. "Gunstar Super Heroes" usa e abusa de efeitos de zoom e rotação.

E esses elementos são ativos da mecânica de jogo, como a já mencionada fase que inteira gira ou numa luta em que um caminhão, vindo do fundo, atropela quem estiver na frente. Outra marca do jogo são os chefes. Obviamente, todos eles são diferentes entre si, mas compartilham a característica de ter articulações complexas para um jogo de GBA, além de serem enormes. Aliás, é uma característica de quase todos os jogos da Treasure.

Os cenários e personagens ostentam muitos detalhes e como estes últimos são cabeçudos, quase é possível ver a expressão dos "bonecos", apesar de pequenos. E o trabalho de animação dos personagens também é muito competente. A direção artística pode não agradar a todos os gostos, mas o visual é um dos melhores e mais dinâmicos do Game Boy Advance.

O som não tem o primor dos atributos gráficos, mas cumpre seu papel de animar ainda mais o game. Mas, com tantos tiros e explosões na tela, o barulho desses elementos será praticamente a trilha sonora do game. E o clima fica completo com alguns gritos dos personagens, emitidos quando eles tomam tiros, por exemplo.

Um jogo heróico

"Gunstar Super Heroes" é uma continuação de respeito. Além de resgatar parte da nostalgia de um dos melhores jogos do Mega Drive, traz elementos novos e, o mais importante, se adapta ao estilo de game de um portátil, permitindo divertir mesmo com pouco tempo. Quem é fã dos antigos jogos de ação e tiro em 2D, provavelmente, amará imediatamente o game. Para quem não teve oportunidade de conhecer, nada melhor que um dos expoentes do gênero para começar.

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    Gunstar Super Heroes (Game Boy)

    30 imagens

    FICHA TÉCNICA
    Fabricante: Treasure
    Lançamento: 25/10/2005
    Distribuidora: Sega
    Suporte: 1 jogador
    RecomendadoAvaliação:
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