F-Zero GX

da Redação

"F-Zero GX" é um fruto da recém-formada parceira entre Sega e Nintendo (além da Namco) para criar um padrão de hardware para arcades baseado na tecnologia do GameCube. Quem diria que as antigas rivais que disputaram mano-a-mano a supremacia do mercado de games um dia se juntariam para criar um dos mais empolgantes jogos de corrida de todos os tempos?

O "GX" do nome indica a versão para GameCube - o título foi criado como um híbrido, contando com uma versão para o console da Nintendo e uma para os arcades. O pedigree do game é óbvio, apresentado claramente em seu ritmo acelerado, sistema de controle simples de aprender (apesar de esconder bastante complexidade sob o capô) e uma boa dose de adrenalina multiplayer.

Circuito profissional

Jogadores contarão com as tradicionais modalidades de campeonato (Grand Prix), Time Attack e Versus, podendo competir contra o computador, contra amigos e cortar os décimos de segundo necessários para bater os recordes de fantasmas da Amusement Vision incluídos no game. Mas além de tudo isso, uma opção Story permite que várias missões com objetivos variados (recolher cápsulas, jogar inimigos para fora da pista, vencer duelos) contem a história do "dono da fita", Captain Falcon.

As opções se complementam muito bem, permitindo que o jogador sempre tenha algo interessante para fazer. Completar qualquer um dos desafios rende tickets (sim, parecidos com aqueles dos jogos de parques de diversões) que podem ser usados para destravar personagens, pistas, peças para montar carros personalizados (uma opção, por sinal, muito mais elaborada do que pode parecer inicialmente). A palavra "desafio" não está sendo usada gratuitamente - o jogo é muito difícil para os padrões atuais, e o número de tickets que o jogador recebe como recompensa pode ser considerado baixo... especialmente levando em conta que completar missões do Story Mode na dificuldade padrão normalmente não permite sequer que você COMPRE o próximo capítulo.

Velocímetro de quatro dígitos

As corridas são rápidas e frenéticas. Com 30 carros na pista já seria imaginável que a competitividade seria alta, mas isso se prova ainda mais claro quando o jogador percebe que todos os competidores ficam praticamente espremidos em um pequeno grupo - é difícil jogar com a mentalidade "vou ganhar se chegar em quarto" quando os dez primeiros competidores cruzam a linha de chegada com uma diferença de três segundos. Você estará sempre lutando pela primeira posição, e qualquer pequeno erro pode significar a diferença entre a liderança e cair para fora da pista (e em uma piscina de lava depois de uma queda de quilômetros).

O design das pistas é excelente e coloca à prova a tradicional criatividade da Sega, oferecendo tubos, cilindros, curvas, saltos, funis, obstáculos e todo tipo de surpresa que o corredor poderia esperar. Decorar a pista é vital para garantir o sucesso. E apesar do nível de detalhe dos gráficos ser excelente, vai ser difícil perceber qualquer coisa quando se ultrapassa a linha dos 1000km/h. A opção multiplayer não perde a fluidez nem a velocidade, mas compromete alguns detalhes da pista (nada demais, dado que você verá tudo em uma janela que ocupa um quarto da tela da TV).

Apesar de não oferecer multiplayer online ou em LAN, o jogo traz uma grande preocupação com essa opção. Jogadores podem personalizar sua garagem criando carros próprios (inclusive colocando decalques criados em um editor) e levar seus recordes e replays no cartão de memória para competir com outros jogadores no GameCube ou até no fliperama.

Não aproxime de pessoas com marca-passos

A única contra-indicação de "F-Zero GX" está no seu desafio sem dó. O jogo não é tão impossível quanto parece, mas a curva de dificuldade de fato se eleva com extrema rapidez e muitos aspectos não perdoam o jogador por pequenos erros. Aqueles que se frustram com facilidade e não tem paciência para repetir determinados segmentos muitas vezes não devem chegar perto do jogo.