Quando a mania das Tartarugas Ninja começou com o lançamento do desenho animado baseado na violenta HQ de Eastman e Laird, os videogames ainda estavam na geração do Nintendo 8 bits. Apesar da falta de tecnologia, a Konami fez um jogo para fliperama clássico, trazendo os quatro heróis amantes de pizza em um divertido game de luta para quatro jogadores. O NES ganhou uma adaptação e duas continuações. Mas além de um quarto game para o SNES, o grito de guerra "Cowabunga" esteve aposentado... até agora.
Aproveitando-se da recente onda de saudosismo e de um novo desenho animado dos heróis de casca, a Konami tentou reciclar a fórmula que fez tanto sucesso no final dos anos 80 - colocar as tartarugas em um jogo de luta linear onde o único objetivo é matar todos que entrarem em seu caminho. Não que isso seja um problema: muitos games excelentes já usaram essa fórmula.
Infelizmente, tudo indica que a criadora de "TMNT" só estava interessada em criar mais um produto para a vasta linha de merchandising do novo desenho animado. Ao invés de usar a mecânica do jogo original onde cada golpe tinha algum tipo de vantagem sobre o outro - velocidade, alcance, força - o novo game simplesmente oferece diversos golpes forçadamente genéricos (e o pior - ainda segura alguns para serem aprendidos apenas DURANTE a partida) para castigar os oponentes. E não adianta esperar por um comando defensivo - o game não tem nenhum.
Ei, eu já matei você 50 vezes!Se isso não fosse um problema grande o suficiente, praticamente todos os inimigos que aparecem no decorrer das fases do game seguem um padrão quase idêntico de burrice artificial: andar até as tartarugas, de preferência em grupos grande, e socam sem parar. Tendo em vista que o game inteiro traz uns sete tipos diferentes de inimigos, sendo que cada tipo é sempre exatamente idêntico, sem ao menos trocar a cor da roupa, a experiência leva poucos minutos para se tornar repetitiva.
As fases são totalmente lineares, e com exceção de seu visual, não apresentam muita variedade. Em alguns casos são adicionados elementos perigosos como raios mortais ou objetos explosivos, mas esses momentos são poucos. O jogo só consegue brilhar com a entrada dos chefes, que colocam algum verdadeiro desafio interessante na porradaria.
Controle o desenhoA produção técnica do game é de boa qualidade, porém. O visual de desenho, concedido pelo filtro de Cell Shading, ajuda a reproduzir muito bem o programa de TV. Algumas seqüências de vídeo trazem animação idêntica ao do show, contando até com os dubladores originais.
CONSIDERAÇÕES
"Teenage Mutant Ninja Turtles" não é um sucessor competente para o jogo que fez tanto sucesso no fliperama e no NES. Exatamente por ter uma licença de peso, a decepção tende a ser ainda maior para os fãs. E, no fim das contas, se não fosse pelo nome, esse game provavelmente não teria recebido metade da atenção que lhe foi dispensada.