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Batman: Arkham Origins Blackgate

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

07/01/2014 08h01

"Blackgate" consegue transferir o ótimo sistema de combate de "Batman: Arkham" para os portáteis PS Vita  e 3DS, mesmo com a movimentação lateral imposta pelo jogo. Também é uma boa adaptação do universo do Homem-Morcego para o gênero "Metroidvania".

Porém, o game logo se mostra pouco inspirado em durante os confrontos com os chefes de fase. O mapa nada eficiente complica as idas e vindas pela prisão e a necessidade de explorar cada sala nos mínimos detalhes tornam "Blackgate" um jogo mais pausado do que deveria.

Introdução

"Batman: Arkham Origins Blackgate" é o primeiro jogo da popular franquia "Arkham" para os portáteis PS Vita e 3DS. Também é o primeiro jogo da Armature Studio, produtora formada por veteranos da série "Mtroid Prime".

O game se passa algum tempo depois dos eventos de "Arkham Origins" e leva o Homem-Morcego para os corredores da prisão Blackgate, tomada por supervilões e seus capangas.

A aventura segue o estilo "Metroidvania", onde você atravessa estágios labirínticos, explorando salas secretas e voltando diversas vezes pelo caminho quando consegue um item novo.

Pontos Positivos

Boa adaptação

"Blackgate" consegue adaptar a franquia "Arkham" para os portáteis PS Vita e 3DS, preservando o excelente sistema de combate que tornou a série tão popular nas plataformas maiores.

Também está presente o modo Predador, no qual você elimina os inimigos furtivamente, principalmente quando estão em grande quantidade e equipados com armas de fogo. O cenário sempre traz pistas óbvias de como proceder nessas horas, mas não deixa de ser divertido agir como o cavaleiro das trevas nessas horas.

Além do combate, você vai usar bastante o modo Detetive, em que Batman explora o cenário atrás de pistas ou passagens secretas. Nessas horas o PS Vita leva vantagem sobre o 3DS. No portátil da Sony, você usa a tela de toque para explorar a área. No 3DS é preciso movimentar um cursor com o direcional.

O arsenal de bat-bugigangas do Morcegão completa a diversão. Você vai adquirir itens novos conforme progride na trama de "Blackgate" e voltará diversas vezes pelo caminho para utilizar esses itens para chegar à áreas antes inatingíveis.

Exploração "Metroidvania"

"Blackgate" se divide em três áreas, controladas pelo Pinguim, Coringa e Máscara Negra, respectivamente. Você pode ir até qualquer uma delas em qualquer momento do jogo, mas para avançar até o fim em uma área, sempre é preciso algum item que é encontrado em outra.

O jogo substitui o mundo aberto tridimensional por uma aventura mais linear dentro da prisão Blackgate, com gráficos "2,5D". Você se desloca lateralmente durante a partida, mas Batman pode passar de uma área para outra mais ao fundo da tela, por exemplo. Os cenários não são muito inspirados, mesmo com a prisão dividida em várias áreas independentes. Mas os personagens, tanto Batman quanto os vilões e seus capangas, são bastante fiéis aos jogos anteriores, o que vai agradar os veteranos da franquia "Arkham".

Além de estimular a busca por itens específicos, a liberdade de exploração ajuda na hora em que você "encalha" em uma das áreas ou não sabe exatamente para onde ir naquele trecho do jogo.

Pontos Negativos

Pausado demais

"Blackgate" depende demais do modo Detetive para revelar seus caminhos e segredos. Ao invés de permitir que o jogador descubra experimentando, sempre é preciso investigar a área para revelar cada pequeno mistério. Isso torna a aventura pausada demais e pode cansar os jogadores ávidos pela ação que tornou a franquia famosa em outras plataformas.

Escanear um item para descobrir o que fazer com ele toma tempo: Batman é um herói conhecido pela inteligência, mas em "Blackgate" precisa ficar parado 5 segundos na frente de um extintor de incêncio antes de entender o que fazer com o objeto. A falta de variedade da ambientação torna o vai-e-vem típico do gênero um tanto quanto tedioso depois de um tempo. Como os inimigos não ressurgem depois que são derrotados, "Blackgate" vai ficando cada vez mais vazio conforme você progride no jogo.

Para completar, o mapa não é dos mais intuitivos e nem informativo o bastante, dificultando de forma desnecessária a navegação pelos corredores de "Blackgate".

Chefões pouco inspirados

As batalhas contra os chefes são desafiadoras, mas não exatamente divertidas. A luta com o Máscara Negra, por exemplo, é pontuada por dezenas de inimigos que ressurgem constantemente - e é preciso derrotar todos eles antes de conseguir avançar.

Para vencer os chefes é preciso usar itens específicos e realizar certos ataques para que o jogo progrida e permita que você derrote o vilão. A luta dá pouca liberdade para o jogador e se torna uma série de tentativa e erro, telas de carregamento e sequências de animação.

Nota: 7 (Bom)